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AGÊNCIA LUPA

AGÊNCIA LUPA: É falso que Exército enviou apenas 3 helicópteros para resgate das vítimas das enchentes no RS

Publicado em: 09/05/2024 às 14h:58 Última atualização: 09/05/2024 às 14h:58
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Circula pelas redes sociais um vídeo no qual uma mulher afirma que o Exército enviou entre 2 e 3 helicópteros para atender as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul (RS). É falso.
Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:

Militares da FAB também atuam em resgates no RS | abc+



Militares da FAB também atuam em resgates no RS

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

“O Exército está ajudando quase nada. (…) Mandaram 2 ou 3 helicópteros para atender todo o Rio Grande do Sul.”
– Trecho de fala em vídeo que circula nas redes sociais
Falso.

É falso que o Exército Brasileiro “está ajudando quase nada” e enviou apenas 3 helicópteros para o Rio Grande do Sul. Desde 30 de abril, a Força tem atuado no resgate, assistência médica e desobstrução de vias após as enchentes que atingiram o estado. Foram empregados mais de 58 organizações militares, com pessoal e equipamentos especializados, incluindo pelo menos seis helicópteros, como mostram notícias (1, 2 e 3). Além de embarcações e veículos.

O exército é apenas um dos componentes das Forças Armadas a enviar equipamentos ao Rio Grande do Sul. E não é papel dele disponibilizar aeronaves. As Forças Armadas — formada pelo Exército, Marinha e Aeronáutica —, tem atuado nos resgates, apoio logístico e desobstrução de acessos no estado. A coordenação das aeronaves utilizadas nos resgates das vítimas das chuvas cabe à Força Aérea Brasileira (FAB).

16 aeronaves das Forças Armadas auxiliam nos resgates no RS

De acordo com comunicado das Forças Armadas, atualizado na quarta-feira (8), até agora, foram enviadas 16 aeronaves para auxiliar no socorro às vítimas das enchentes, sendo 15 helicópteros e um avião de carga. Entre as aeronaves empregadas nas operações de resgate, está o modelo remotamente pilotado RQ-900, que tem sido utilizado desde o domingo (5). A aeronave fornece coordenadas e sinalização a laser que guiam helicópteros do modelo H-60L Black Hawk — com autonomia de voo de 6h10min transportando uma carga de uma tonelada —, até os locais de resgate.

Além das aeronaves, as Forças Armadas disponibilizaram 243 embarcações, 2.500 viaturas e equipamentos de engenharia — civil e militar.

“[Os helicópteros do Exército] não estão ajudando. Eles estão retidos em Santa Catarina, dizendo que não vem para o Rio Grande do Sul pelo mau tempo”
– Trecho de fala em vídeo que circula nas redes sociais
Falta contexto.

Diversas notícias mostram operações de resgates realizadas por helicópteros do Exército no Rio Grande do Sul (1, 2, 3 e 4). Ou seja, não é verdade que os helicópteros da Força “estão retidos em Santa Catarina” e não estão sendo usados nas operações.

Em 3 de maio, por exemplo, um bebê foi resgatado com apoio de um helicóptero do Exército. A família, composta por quatro adultos e uma criança, estava ilhada em casa no município de Lajeado, um dos mais afetados. Para socorrê-los, foi necessário utilizar tijolos para quebrar parte das telhas.

Mas algumas aeronaves já enfrentaram problemas para voar por conta do mau tempo. No dia 2 de maio de 2024, foi noticiado que seis helicópteros do governo federal estavam parados em Criciúma, Santa Catarina, por falta de condições de voo. De fato, o mau tempo dificultou a chegada dos helicópteros, como confirmou o governador do RS, Eduardo Leite, em um vídeo compartilhado nas redes sociais. Neste dia, ele alegou que os helicópteros do Exército, previstos para chegar na manhã do dia 1º de maio, ainda não haviam chegado.

Em resposta à Lupa, um porta-voz da operação Taquari 2, que coordena as operações de resgate no RS, explicou que os aviões não estão mais em Criciúma e que “todas as aeronaves das Forças Armadas empregadas na Operação encontram-se atuando no RS”.
Vale mencionar que essas aeronaves não foram as únicas que não conseguiram entrar no espaço aéreo do RS devido às tempestades naquele dia. Outras aeronaves enviadas por São Paulo e por Santa Catarina para auxiliar nas ações de resgate também não conseguiram sobrevoar o estado.

Operação Taquari 2

O Ministério da Defesa, em conjunto com a Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira (FAB) também está coordenando a Operação Conjunta Taquari II para auxiliar no resgate das vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. Até o momento, a ação mobilizou 42 aeronaves e envolveu 15 mil agentes, entre militares, bombeiros e policiais.

Segundo o balanço atualizado na terça-feira (7) pela Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, mais de 46 mil pessoas ilhadas pelas enchentes foram resgatadas. A operação conta com a participação de outros órgãos governamentais, como o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Defesa Civil Nacional e Estadual, que estão engajados nas operações de assistência à população afetada pelas chuvas.

Dados da Defesa Civil, atualizados às 9h de quinta-feira (9), indicam que 425 municípios foram atingidos, com 1.476.170 pessoas afetadas. Há 136 pessoas desaparecidas e 107 mortes foram confirmadas em decorrência das enchentes — um óbito está sob investigação. Ao todo, 67,5 mil pessoas estão em abrigos e mais de 164 mil desalojadas.

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