Uma mulher de 41 anos virou réu do Tribunal de Justiça de Santa Catarina por esfaquear o ex-companheiro, 50, do qual ela era vítima de violência doméstica. Ela foi denunciada pelo Ministério Público por tentativa de homicídio pelo fato que aconteceu em 3 de janeiro de 2010, em Florianópolis. O júri popular ocorre nesta sexta-feira (6), a partir das 9 horas, na Comarca da capital catarinense.
O caso
Na época, os dois estavam juntos há pelo menos 8 anos. Conforme a acusação, a mulher teria desferido uma facada no abdômen do então companheiro durante uma briga por volta das 23 horas na residência deles. O caso foi registrado pela mãe do homem na Polícia Civil e depois por ele mesmo. A Polícia Civil indiciou a mulher por tentar matá-lo.
Na versão de mãe e filho, a ré teria colocado a faca no pescoço do ex e dito que iria matá-lo antes de o atingir na região abdominal. A genitora e um irmão dele, que moravam na casa da frente, teriam o socorrido e o levado para o pronto-socorro.
A mulher relata que eles estavam em meio a uma briga, pois o ex não teria aceitado que ela e os filhos, que são de um relacionamento anterior, tivessem ido à casa da mãe dela. O companheiro, então, teria começado a agredir, e ela, sem conseguir escapar, viu o objeto cortante em cima da pia da cozinha e pegou para se defender. Um dos filhos dela teria presenciado toda a briga e gritado por ajuda.
Ocorrências
Antes dessa briga, ela já havia feito cinco boletins contra o homem. Depois, registrou mais uma ocorrência por conta do novo episódio de agressões. Por esse último, ela obteve direito de medida protetiva e o homem chegou a ser condenado pela Justiça, porém como o crime prescreveu, não cumpriu a pena de 1 anos e 18 dias.
No entanto, com uma vasta lista criminal, ele já havia sido preso no passado por outros crimes.
O processo
Agora, o processo que tramita na Justiça é em decorrência da denúncia do ex dela e da mãe dele. A mulher se tornou ré em 2016, porém ela afirma que não sabia, pois não havia sido notificada. Conforme os autos, ela não havia sido localizada pelos contatos telefônicos de posse da Justiça e o paradeiro dela era desconhecido. Porém, em uma das ocasiões ela supostamente teria atendido uma ligação telefônica e quando o oficial se apresentou, teria desligado e não atendido as novas tentativas.
O juiz considerou que ela estaria fugindo da responsabilização e determinou a prisão dela, que não foi cumprida porque não havia endereço para o mandado. Em 2022, quando a mulher foi expedir a segunda via do Registro Geral (RG) no Instituto Geral de Perícias catarinense, foi presa, pois constava como foragida.
Na audiência de custódia, ficou determinado que por 6 meses ela teria que se apresentar no Fórum e também usar tornozeleira eletrônica por 90 dias.
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