ECONOMIA

Veja os dois nomes indicados ao Banco Central por Fernando Haddad

"Não acho que terá resistências, são duas pessoas extremamente técnicas, muito bem vistas pelo Congresso Nacional", afirma o ministro da Fazenda

Publicado em: 08/05/2023 20:27
Última atualização: 07/03/2024 16:31

Nesta segunda-feira (8) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou dois nomes à diretoria do Banco Central. Gabriel Galípolo, atualmente seu secretário executivo, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Para a outra diretoria vaga do BC, a de Fiscalização, a escolha do governo foi Ailton Aquino, atual chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira, ligado à diretoria de Administração do BC.


Gabriel Galípolo e Ailton Aquino foram indicados pelo ministro Fernando Haddad aos cargos da diretoria do BC Foto: Reprodução

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo fará um esforço para que as indicações sejam encaminhadas para votação no Congresso Nacional até está terça-feira (9). Em fala a jornalistas, Padilha disse que já conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e senadores para um alinhamento em relação às indicações.

"Foi muito bem recebido o nome de Gabriel Galípolo como diretor de Política Monetária do Banco Central", disse o ministro. "Galípolo é visto como técnico, que conhece o mercado, conhece a política monetária, tem credibilidade, inclusive junto ao Congresso Nacional tem participado de diálogos, discussões e negociações de temas centrais da área da Fazenda, da política econômica do governo federal", emendou.

O governo está otimista em relação a aprovação dos nomes indicados. "Não acho que terá resistências, são duas pessoas extremamente técnicas, muito bem vistas pelo Congresso Nacional, inclusive. O Gabriel tem transitado no Congresso, negociado agenda da Fazenda, tem boa relação com os presidentes e líderes. Acredito numa tramitação tranquila", disse o ministro, em entrevista coletiva no escritório do Ministério da Fazenda, em São Paulo.

Segundo Haddad, ele ainda não sabe quando a Casa Civil enviará os dois nomes à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas disse acreditar que o processo de tramitação será rápido. "Estou anunciando os nomes hoje e não sei quando a Casa Civil encaminhará à CAE. Mas autorizado pelo presidente da República, imagino que rapidamente chegue à CAE", disse.

'Maior integração'

O ministro da Fazenda afirmou que a indicação de Galípolo vai permitir "maior integração entre as políticas monetária e fiscal". Segundo ele, Galípolo é também a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Estamos procurando entrosamento. Todo mundo sabe do esforço de parte a parte para permitir a coordenação maior das políticas fiscal e monetária, para dar direcionamento único das políticas do País", disse Haddad, sobre a indicação, reforçando que o próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou que a indicação de Galípolo poderia aumentar a integração entre as equipes.

Segundo Haddad, sua equipe tem se reunido com o time do BC. A intenção, disse, é de "buscar convergência plena para dar condições de crescer com inflação baixa". O governo tem feito uma forte ofensiva contra o atual patamar de juros básicos, em 13,75% ao ano.

"A indicação vai nos permitir maior integração e maior coordenação. Vamos dividir informações e responsabilidades. Vamos poder estar mais próximos, vamos fazer chegar nosso ponto de vista, assim como recebemos dos técnicos do BC", disse o ministro, acrescentando que a indicação respeita a lei de autonomia da autoridade monetária.

Haddad ainda reforçou que Galípolo, caso confirmado pelo Senado, já vai assumir a diretoria de Política Monetária neste momento, e não nas vagas do fim do ano, como chegou a ser cogitado.

Autonomia necessária

O ministro da Fazenda rechaçou que a escolha de Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central seja política, de modo a formar bancada na autoridade monetária a favor do governo.

Segundo Haddad, Galípolo, se confirmado pelo Senado, vai para o BC com a autonomia necessária para cumprir a lei e a missão do órgão, assim como os outros membros da diretoria colegiada da autarquia. Mas disse que o comando é a harmonia entre política monetária e fiscal.

"Não se trata de formar bancada. O Gabriel não é filiado ao PT é pessoa de absoluta confiança, que nunca teve atuação partidária e é conhecida pelo mercado. Eu posso dizer que é uma 'forçação de barra' fazer essa associação como se fosse agir lá sem observar missão do BC", disse Haddad, em entrevista coletiva em São Paulo.

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