SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ
Terreno que vai receber 50 casas para desabrigados pelas cheias de maio começa a ser preparado
Habitações serão construídas em São Sebastião do Caí, cidade que teve 80% de seu território atingido pela enchente
Última atualização: 31/10/2024 21:23
São Sebastião do Caí, assim como todo o Rio Grande do Sul, viveu em maio sua maior tragédia climática. A enchente atingiu mais de 80% da cidade, deixando centenas de famílias com suas casas debaixo d’água. Muitas tiveram perdas totais e não puderam retornar para suas residências. Como medida de reconstrução, há cerca de três semanas iniciaram as obras de terraplanagem no Loteamento Boa Vista, onde serão construídas 50 casas pré-fabricadas, doadas pela empresa Inova Steel em parceria com o Governo do Estado.
Em visita ao local, o prefeito Julio Campani detalhou o andamento dos trabalhos e as etapas que ainda estão por vir. Ele explicou que a terraplanagem está sendo realizada em dois terrenos, com horas-máquinas financiadas pelo governo. A próxima fase envolve a construção do radier, um tipo de fundação rasa que se assemelha a uma laje e é ideal para este tipo de obra, também financiada pelo Governo do Estado.
O terreno que está sendo preparado foi comprado pela prefeitura em 2021. “Tínhamos que disponibilizar uma área de terras para, na medida do possível, tirar as pessoas da zona ribeirinha e trazê-las para uma área segura”, explica Campani. “Por isso que dessas 200 casas que a Innova Steel doou para o Rio Grande do Sul, 50 para São Sebastião do Caí, 50 para Igrejinha e 100 para Cruzeiro do Sul, o único município que tem toda uma infraestrutura pronta com luz e água, somos nós. Os outros nem área de terra têm ainda”, acrescenta.
Critérios para seleção de famílias
O prefeito também falou sobre o processo de seleção das famílias que receberão as novas moradias, que será feito a partir de uma comissão composta por representantes do Ministério Público, Poder Judiciário, Prefeitura, Câmara de Vereadores, Associação de Empresas e CDL para garantir a transparência no processo. “Não queremos que a seleção seja influenciada por relações pessoais”, afirmou.
Campani informou que já há famílias cadastradas e que um levantamento recente indicou que 138 casas na cidade não têm mais condições de habitabilidade. A maioria dessas famílias atualmente está em aluguel social até que as novas moradias fiquem prontas. A previsão é que grande parte das casas esteja instalada até dezembro, dependendo da agilidade do governo na licitação dos radiers.
Parque das Bergamotas
Além destas 50 moradias no Loteamento Boa Vista, outra fase do projeto se concentrará no Parque das Bergamotas, na mesma rua Construtor Eugênio Paulo. No local, serão construídas mais 43 casas, uma nova escola com capacidade para cerca de 200 alunos e um prédio para a Brigada Militar, uma vez que o antigo foi duramente atingido pela enchente.
“Este é um movimento feito com a iniciativa privada, Instituto Floresta, Tramontina e Instituto Ling. Nós temos aqui duas escolas, uma de educação infantil e outra de primeiro grau, mas como nós estamos prevendo um fluxo novo de pessoas vindo morar aqui, evidentemente que as escolas existentes não têm suporte, e obrigatoriamente nós temos que disponibilizar e construir uma nova escola”, explicou.
A previsão é de que tudo esteja pronto em 2025, mas a expectativa é de que até dezembro deste ano o prédio da Brigada Militar passe a funcionar no novo local em imóvel também pré-fabricado. “Na frente desse Parque das Bergamotas, nós temos um posto de saúde. Quer dizer, tem toda a infraestrutura, está tudo aqui, tudo pronto no loteamento Boa Vista”, finaliza.