El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aumento das temperaturas do oceano Pacífico. A alteração anormal provoca mudanças climáticas significativas, especialmente na faixa tropical do planeta. Esse fenômeno altera padrões de temperatura e chuvas.
Foto: Paulo Pires/GES
Projeções do Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla inglês) indicaram no mês passado a probabilidade do El Niño predominar na costa da América do Sul no segundo semestre deste ano.
No entanto, conforme a Metsul Meteorologia, as simulações computadorizadas de grandes centros internacionais de meteorologia sinalizam que o fenômeno pode ser de intensidade forte a muito forte e algumas projetam um evento muito intenso.
Atualmente, o Pacífico está em situação de neutralidade, nem El Niño ou La Niña atuam sobre ele. Conforme os especialistas, o El Niño deve passar a atuar entre o fim do outono e o começo do inverno, entre junho e julho. O ingresso desse fenômeno pode impactar o clima do mundo inteiro, principalmente se for de muita intensidade.
Geralmente esse evento causa chuvas torrenciais na região Sul do Brasil e secas severas no Norte e Nordeste. Os meteorologistas consideram um fenômeno fraco se as anomalias estão entre 0,5ºC e 0,9ºC no Pacífico Equatorial Centro-Leste, moderado entre 1ºC e 1,4ºC, forte de 1,5ºC e 2,0ºC e muito forte acima de 2ºC. A expressão Super El Niño é usada pelos especialistas para anomalias em torno de 2,5ºC.
Vários modelos climáticos indicam para o segundo semestre anomalias acima de 2ºC. No entanto, há outros que indicam anomalias entre 2,5ºC e 3,0ºC, o que caracteriza um Super El Ninõ. Segundo a Metsul, o modelo australiano que não tem histórico de exageros prevê 2,8ºC.
O que muda no clima com o Super El Niño?
Segundo a Metsul, todas as vezes que o fenômeno teve essa intensidade houve excesso de chuva e enchentes em alguns casos catastróficos.
O Super El Niño registrado em 1941 coincide com a maior enchente que já aconteceu em Porto Alegre. Entre 1982 e 1983, o evento voltou a se instalar e se repetiu em 1997/1998. O fato mais recente envolvendo essa intensidade do fenômeno foi entre 2015 e 2016. Nos últimos três episódios, grandes enchentes foram registradas no território gaúcho e em Santa Catarina.
Em outubro de 2015, sob o efeito do Super El Niño, o Guaíba em Porto Alegre atingiu o seu maior nível desde a enchente de 1967.
Cautela
Os especialistas explicam que ainda é cedo para definir que haverá um Super El Niño. De acordo com eles, quanto mais próximo do evento a previsão torna-se melhor. Por exemplo, se vai chover, geralmente é melhor usar uma previsão do dia anterior do que uma semana antes. Isso vale também para as perspectivas sazonais de longo prazo.
