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PROLIFERAÇÃO DE ARMAS

Situação de cada um dos CACs será reavaliada após caso do atirador de Novo Hamburgo, diz ministro da Justiça

Ricardo Lewandowski diz que ataque que terminou com quatro mortes no Rio Grande do Sul é fruto da proliferação de armas no País

Publicado em: 24/10/2024 às 09h:52 Última atualização: 24/10/2024 às 09h:56
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O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou na quarta-feira (23) que o crime que ocorreu em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, quando um atirador matou o próprio pai, irmão e um policial, é fruto da proliferação de armas no País.

Projeteis em frente a casa que foi palco de tiroteio em Novo Hamburgo  | abc+



Projeteis em frente a casa que foi palco de tiroteio em Novo Hamburgo

Foto: LETÍCIA BREDA/GES-ESPECIAL

+ SOBRE O ATAQUE: Quem são os 4 mortos durante noite de terror em bairro de classe média alta de Novo Hamburgo

Lewandowski disse que a pasta vai reavaliar todos os registros de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) a partir do próximo ano e fará uma triagem rigorosa. Segundo as investigações, Edison Fernando Crippa, 45 anos, obteve a arma como CAC, cuja modalidade foi flexibilizada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

ENTENDA: O que é um CAC? Entenda a lei que facilita a compra de armas por cidadãos comuns

“Lamentável o que aconteceu em Novo Hamburgo. A nosso ver, isso é resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo que existe na sociedade brasileira”, disse Lewandowski.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu perfil no X, antigo Twitter, para dizer que casos como o de Novo Hamburgo (RS) não podem ser normalizados, e também se manifestou contrário à proliferação das armas de fogo.

”O trágico episódio ocorreu após denúncias de maus-tratos contra um casal de idosos na casa do atirador, que possuía quatro armas registradas em seu nome. Isso não pode ser normalizado: a distribuição indiscriminada de armamentos na sociedade, com grande parte deles caindo nas mãos do crime, é inaceitável”, escreveu o presidente da República.

De acordo com Lewandowski, a partir do dia 1º de janeiro, quando a regulamentação de CACs passa do Exército para a Polícia Federal, a pasta vai reavaliar os registros. “Vamos reexaminar, reavaliar a situação, quando vier para nós, de cada um dos CACs. E vamos fazer uma triagem rigorosa para saber se realmente a pessoa que se diz filiada a um desses CACs tem antecedentes criminais, se tem condições psicológicas, se tem condições técnicas para portar uma arma”, disse.

Lewandowski minimizou críticas ao Exército, que hoje faz a gestão dos CACs e ponderou que o grande número de registros pode dificultar o trabalho. Em dezembro de 2022, os CACs tinham 1.277.170 armas registradas. Em junho de 2024, eram 1.366.845. Os dados foram obtidos pelo Estadão junto ao Exército, por meio de um pedido de Lei de Acesso à Informação.

“Não que o Exército brasileiro não tenha tomado seus cuidados. Certamente toma, mas é que o número de CACs é tão grande aqui no Brasil que talvez tenha alguma dificuldade técnica para fazer um controle mais rigoroso”, ponderou.

O ministro garantiu que a partir do momento em que os registros ficarem sob fiscalização da Polícia Federal, a pasta será “extremamente rigorosa”.

O ataque em Novo Hamburgo foi iniciado por volta das 23 horas de terça-feira (22) e terminou somente na manhã de quarta-feira (23). Durante esse período, o atirador manteve parentes sob cárcere privado e abriu fogo contra policiais.

O ataque resultou na morte do pai e do irmão do atirador, além do policial militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos. O atirador foi encontrado morto dentro de casa. A troca de tiros resultou em nove feridos, entre familiares, policiais militares e um guarda municipal.

O ministro da Justiça comentou o caso durante coletiva de imprensa em Brasília, após assinar novas portarias declaratórias de sete terras indígenas. A medida é um dos principais passos para a demarcação.

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