IPCA
Saldo do FGTS terá correção por índice da inflação; entenda o que muda
Até então, as contas do FGTS eram corrigidas somente pela Taxa Referencial (TR), taxa com valor próximo de zero
Última atualização: 13/06/2024 07:51
O saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) começará a ser corrigido conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil. A mudança foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (12). Até então, as contas do FGTS eram corrigidas somente pela Taxa Referencial (TR), taxa com valor próximo de zero.
O ajuste vale para novos depósitos a partir da decisão do Supremo e não será aplicada a valores retroativos.
Pela deliberação dos ministros, fica mantido o atual cálculo que determina a correção com juros de 3% ao ano, o acréscimo de distribuição de lucros do fundo, além da correção pela TR. A soma deve garantir a correção pelo IPCA.
Contudo, se o cálculo atual não alcançar o IPCA, caberá ao Conselho Curador do FGTS estabelecer a forma de compensação. O índice acumulado nos últimos 12 meses é de 3,90%.
A proposta de cálculo foi sugerida ao STF pela Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa o governo federal, após conciliação com centrais sindicais durante a tramitação do processo.
Entenda
O caso começou a ser julgado pelo Supremo a partir de uma ação protocolada em 2014 pelo partido Solidariedade. A legenda sustenta que a correção pela TR, com rendimento próximo de zero, por ano, não remunera adequadamente os correntistas, perdendo para a inflação real.
Criado em 1966 para substituir a garantia de estabilidade no emprego, o fundo funciona como uma poupança compulsória e proteção financeira contra o desemprego. No caso de dispensa sem justa causa, o empregado recebe o saldo do FGTS, mais multa de 40% sobre o montante.
Após a entrada da ação no STF, leis começaram a vigorar, e as contas passaram a ser corrigidas com juros de 3% ao ano, o acréscimo de distribuição de lucros do fundo, além da correção pela TR. No entanto, a correção continuou abaixo da inflação.