O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes do governo no Congresso comemoraram nas redes sociais neste domingo (12) a chegada no Egito dos brasileiros que estavam presos na Faixa de Gaza, em meio à guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel.
O resgate dos brasileiros se tornou nos últimos dias uma disputa política após o ex-presidente Jair Bolsonaro se reunir com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, e apoiadores tentarem atribuir a ele o fato de as negociações terem destravado.
“Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil”, escreveu Lula, no X (antigo Twitter). O Ministério das Relações Exteriores informou nesta manhã que um grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra no Egito, onde foram recebidos pela equipe da Embaixada do Brasil no Cairo, capital egípcia.
A saída dos brasileiros de Gaza ocorreu hoje após diversas tentativas frustradas. De acordo com o Itamaraty, eles passaram pelo controle migratório palestino em Gaza e também pelo do Egito. Agora, encontram-se a caminho do Cairo. Duas pessoas do grupo inicial de 34 nomes desistiram da repatriação. A previsão é que o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com os resgatados decole do Cairo, no Egito, nesta segunda-feira (13), em direção ao Brasil.
Ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Márcio Macedo (Secretaria de Governo) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), além de líderes do governo e do PT no Congresso comentaram o assunto nas redes sociais e mandaram recados para a oposição. “Quem está torcendo contra as iniciativas do governo federal só tem a perder!”, disse Padilha, após parabenizar Lula e o Itamaraty pelo resgate dos brasileiros.
Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) fez questão de reforçar que Lula tratou da proteção dos brasileiros diretamente com os chefes de Estado dos países da região do conflito e colocou um avião presidencial à disposição para o resgate. “O Brasil precisa reconhecer a competência da diplomacia brasileira nesses momentos cruciais na defesa do nosso país. O diálogo e a pressão na medida para a repatriação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza é exemplo para o mundo”, afirmou o petista.
“Continuaremos trabalhando pelo cessar fogo imediato, a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária”, disse Pimenta, após parabenizar Lula, o Itamaraty e a FAB pela ação coordenada. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) destacou o “esforço” do presidente da República e da diplomacia brasileira. Líder do partido no Senado, Jaques Wagner (BA) afirmou que Lula foi “incansável”, desde os primeiros dias do conflito, para que os brasileiros retornassem com segurança.
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“A travessia coroa um mês de intensos esforços diplomáticos do presidente Lula e sua equipe de governo para que a evacuação dos brasileiros e familiares de Gaza pudesse ser concretizada hoje”, disse o Itamaraty, em nota. Dino, por sua vez, parabenizou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, e o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, além de Lula.
Na última quarta-feira (8), Bolsonaro se reuniu na Câmara com deputados do PL e o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que mostrou vídeos de atrocidades cometidas pelo Hamas na guerra. Depois do encontro, bolsonaristas começaram a atribuir ao ex-presidente o andamento das negociações para a retirada dos brasileiros de Gaza.
“Quando temos um pigmeu diplomático no poder os outros é que têm que fazer o serviço dele. Nem a proximidade (ou seria amizade?) de Lula e seu assessor Celso Amorim com os terroristas do Hamas serviu para algo”, escreveu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no X, ao publicar declarações de Bolsonaro de que teria intermediado a saída dos brasileiros da região de conflito.
A ofensiva bolsonarista foi rebatida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que também criticou o embaixador de Israel. “É nojenta a maneira como Bolsonaro e seus aliados tentam se aproveitar do drama dos brasileiros (as) ameaçados pelo massacre da população civil de Gaza”, escreveu a petista no X.
“34 brasileiros e brasileiras, a metade crianças, seguem retidos na fronteira com o Egito, e Ciro Nogueira vem mentir que Jair Bolsonaro teria negociado sua libertação com o embaixador de Israel no Brasil. Se isso fosse verdade, seria uma confissão de que os brasileiros foram tratados como reféns de uma articulação política entre Bolsonaro e o embaixador de Israel”, emendou Gleisi.
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