DANOS SEVEROS
VÍDEO: Pedras de granizo de até 10 centímetros matam animais e destroem carros e telhados no RS
Temporal foi consequência de uma supercélula de instabilidade; segundo a MetSul, é alta a probabilidade de o fenômeno ter sido um downburst (microexplosão)
Última atualização: 04/03/2024 17:47
Rajadas de vento acima de 100km/h e chuva de granizo deixaram mais de 100 casas completamente destruídas em Guaíba, no sul da grande Porto Alegre, na noite do último domingo (16). Em vídeos (abaixo), moradores mostram casas praticamente sem telhado por conta da queda das pedras de gelo. Em uma das imagens, um homem grava seu carro, um Fiat Uno vermelho, com os vidros totalmente quebrados. "Meu Uno, minha casa... Terminou tudo", lamenta o morador.
De acordo com o prefeito Marcelo Maranata, a administração municipal está fazendo um levantamento nesta segunda-feira (17) para contabilizar as residências atingidas. As áreas localizadas no interior da cidade foram as que mais sofreram com a devastação.
"Pedras de sete, oito, dez centímetros, quebrando telhas de 6mm, que sobrepostas, são 12mm de telha. Inclusive, animais morreram por conta das pedras que caíram nessa região. Agora, o trabalho é de se unir com a comunidade e recuperar o dano que as famílias tiveram", explica Maranata.
Ainda pela manhã, a prefeitura realizava distribuição de lona na localidade do Matias. A Defesa Civil da cidade deve enviar um documento para emitir um decreto de calamidade à Defesa Civil do Estado. O auxílio, se for concedido, deve ser direcionado à aquisição de material para ajudar as famílias mais carentes.
O que aconteceu?
Por volta das 17 horas de domingo, uma chuva torrencial acompanhada de granizo e rajadas de vento atingiu Guaíba, Barra do Ribeiro e a região Sul da capital. Conforme a MetSul Meteorologia, a tempestade foi consequência de uma supercélula de instabilidade que se formou na margem oeste da Lagoa dos Patos, imediatamente a sudeste de Porto Alegre, por conta da atuação de área de baixa pressão atmosférica que atua no RS.
A estação meteorológica localizada no bairro Belém Novo, na capital, registrou rajadas de vento de até 108 km/h durante a passagem do temporal. Falta de luz foi registrada em alguns pontos de Porto Alegre, bem como a queda de árvores.
Mais de uma hora após o temporal, pedras grandes ainda estavam pelo chão na Estrada da Serrinha, localidade mais castigada pela violência do temporal de grande diâmetro, segundo os especialistas.
Alta probabilidade de microexplosão
Ainda conforme a MetSul, os danos severos e o fato de ter sido uma supercélula bastante localizada com vento muito intenso a destrutivo sugere uma alta probabilidade de que o extremo sul de Porto Alegre tenha sido atingido por um downburst – microexplosão. O fenômeno já causou destruições em Harmonia e em Taquara.