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VÍDEO: Aeroclube de Novo Hamburgo retoma projeto para asfaltar a pista; saiba quanto vai custar

Em tempos de Salgado Filho fechado em Porto Alegre, estrutura em Novo Hamburgo seria melhor aproveitada se contasse com pavimentação

Igor Henrique Muller
Publicado em: 20/06/2024 às 01h:48 Última atualização: 04/07/2024 às 23h:21
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A catástrofe que atingiu especialmente a região dos Vales e a Grande Porto Alegre no mês passado mostrou para todo o País as limitações da estrutura aeroportuária do Rio Grande do Sul justamente no momento em que mais se precisou dela.

Melhorias no aeroclube colocariam Novo Hamburgo na rota da aviação executiva | abc+



Melhorias no aeroclube colocariam Novo Hamburgo na rota da aviação executiva

Foto: Igor Müller/GES-Especial

Com o Aeroporto Internacional Salgado Filho totalmente alagado, foi preciso buscar alternativas não somente para o transporte de passageiros, mas também de donativos, remédios e até mesmo para operação de aviões e helicópteros de resgate que vieram de todo o País para ajudar.

Com boa localização e estrutura de abastecimento, o Aeroclube de Novo Hamburgo funcionou por semanas como um centro de recebimento e distribuição de donativos e suprimentos de emergência. Foram dezenas e dezenas de pousos e decolagens, sempre com a necessidade de agilizar o atendimento a quem estava precisando, fosse na região ou mesmo longe daqui.

“Deu certo porque os pilotos foram muito habilidosos. Nossa pista, que é de grama e saibro, não alagou, mas ficou encharcada em vários momentos e, mesmo assim, conseguimos manter as operações”, salienta o presidente do Aeroclube, Alceu Feijó Filho.

Ele garante que, se a pista fosse asfaltada, Novo Hamburgo teria contribuído ainda mais no atendimento à população e poderia até mesmo operar voos comerciais com aviões modelo ATR, que transportam até 70 passageiros. “Haveria possibilidade de termos, aqui, voo direto para São Paulo”, exemplifica.

O novo cenário da aviação no Rio Grande do Sul fez Feijó tirar da gaveta um projeto de 20 anos: o asfaltamento da pista de Novo Hamburgo. “Até então, quando levantávamos essa necessidade, logo surgia o argumento de que estamos perto de Porto Alegre, o que reduziria a demanda e tornaria a obra inviável. Agora está mais do que provado que sim, é um projeto relevante para toda a região”, reforça, dizendo que já está conversando com lideranças políticas em busca de apoio para fazer o asfaltamento decolar.

Cita como exemplo o deputado federal Lucas Redecker (PSDB) e o senador Luis Carlos Heinze (PP), além dos vereadores Raizer Ferreira (PSDB), Gustavo Finck (PP) e Fernando Lourenço (Solidariedade). Segundo Feijó, o apoio político é fundamental para a mobilização. Ele garante que o asfaltamento e balizamento da pista são as únicas necessidades. “O cercamento da área foi feito recentemente e está de acordo com as regras aeroportuárias.”

Um projeto de R$ 13,5 milhões

Como o asfaltamento da pista é um desejo antigo, o Aeroclube de Novo Hamburgo já dispõe de um pré-projeto da obra. Orçamentos foram atualizados nas últimas semanas. Análises preliminares de empresas do setor apontaram que o custo ficaria em torno de R$ 13,5 milhões, incluindo o asfaltamento e o balizamento, que é a sinalização e iluminação.

O projeto prevê ainda, dentro deste valor, a pavimentação de uma taxiway, que é o caminho que liga a pista aos hangares, e do pátio para estacionamento de aeronaves. “Como a área é muito plana, com diferença de poucos metros no nível de uma cabeceira para a outra, seria uma obra relativamente simples e rápida”, destaca Feijó.

Segundo ele, atualmente a pista de grama e saibro tem 1.200 metros de comprimento por 80 de largura. Com a pavimentação a pista teria mil metros de comprimento por 30 de largura, mantendo uma área de escape de 100 metros em cada cabeceira e mais 25 metros em cada um dos lados.

O que tem atualmente no Aeroclube de Novo Hamburgo

Localizado no limite com Campo Bom, o Aeroclube de Novo Hamburgo é de janeiro de 1947. Além de campo de pousos e decolagens, funciona como escola de pilotos, sede de paraquedismo – atualmente as atividades estão suspensas devido às alterações na aviação comercial na região –, de uma empresa de publicidade aérea e abriga ainda duas empresas de manutenção de aeronaves.

“O asfaltamento da pista certamente impulsionaria outros negócios na área do aeroclube, até mesmo a construção de mais hangares para aviação executiva. Teríamos taxas muito mais competitivas que as do aeroporto de Porto Alegre para operar e guardar aviões executivos de pequeno e médio portes”, assegura Feijó, frisando que Novo Hamburgo se tornaria um hub da aviação privada na Grande Porto Alegre.

“Muita gente da nossa região tem seu avião particular operado a partir do Salgado Filho. Teríamos total condição de prestar esse serviço com muito mais praticidade, gerando mais negócios para a cidade. Aeroporto é porta de muitos negócios”, frisa.

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