Um dos principais nomes da ginástica artística do mundo esteve em Sapiranga na quinta-feira (17) para contar sua história para mais de 900 estudantes.
Medalhista de ouro no mundial de ginástica artística, Daiane dos Santos foi a atração mais aguardada da 27ª Feira do Livro no penúltimo dia da programação, composta por circuito de palestras e atividades culturais em diferentes espaços. Ela apresentou o livro que conta a sua história, “Gibizão Daiane dos Santos”, de 32 páginas.
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Foto: Susi Mello/GES-Especial
Daiane, influenciadora esportiva e educacional, subiu ao palco do Centro Municipal de Cultura Lucio Fleck em dois períodos do dia. Em ambos os momentos, deixou um recado muito especial em palestra interativa.
“Aluno bom e atleta bom é aquele que está na escola. É sempre bom absorver essa oportunidade incrível, que é estar na educação. A minha oportunidade da ginástica veio através da escola. A escola com certeza nos leva a voos mais altos”, declarou em entrevista exclusiva.
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Foto: Susi Mello/GES-Especial
Pela manhã, mais de 480 estudantes aplaudiram entusiasmadamente a chegada da ginasta, que assistiu junto ao público a apresentação de 16 alunas da escola Érico Veríssimo, onde o ‘Brasileirinho’, que marcou a carreira da ex-ginasta em apresentação solo, teve a performance das estudantes de Sapiranga.
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Foto: Susi Mello/GES-Especial
Sempre com foco na importância da família, de professores e educação, Daiane respondeu questões de estudantes, deu autógrafo na camiseta do Brasil de Gabriel Steyer, 10, da Escola Pastor Rodolfo Saenger, e recebeu no palco os estudantes em grupos para fotos.
Foto: Susi Mello/GES-Especial
A importância da escola permeou muito a palestra de Daiana. Ela recomenda que todos alunos aproveitem esse período. “A professora, o ambiente, os amigos. Tem muita criança que quer estudar e não tem como e nem condições. Eu adorava ir para escola, pois tinha muitos amigos e [também] por conta dos professores. Cada um de vocês é uma medalha de ouro e cada medalha de ouro que se conquista é uma vitória para nosso Estado e Brasil”, resumiu.
Os recados de Daiane
Oportunidades
“A ginástica, normalmente começa entre 4 e 5 anos. Então, começar com 11 era muito tarde. Mas assim, Deus coloca a gente no lugar certo, na hora certa, no tempo certo. Se Ele deu a sua oportunidade com 11 anos, o que eu poderia fazer? Aproveitar o máximo.”
Dedicação
“Eu tentava absorver o máximo que eu podia, de todos os meus professores que passaram, treinadores.”
Família
“Foi difícil ficar longe da minha família. Eu sempre fui, eu sou até hoje muito apegada com os meus pais. Eu tenho quatro irmãos e sinto muita saudade deles sempre. Mas, às vezes, para a gente crescer, alcançar voos mais altos, a gente precisa ficar longe de quem, infelizmente, a gente gostaria de estar mais pertinho.”
Mundo
“Foi incrível poder ter essa oportunidade de viajar o mundo todo, conhecer lugares diferentes, defender a bandeira do Brasil. Eu nunca podia imaginar que eu ia conhecer tantos países, em tantos lugares legais.”
Preparação
“A ginástica é um esporte perfeccionista. A ideia é sempre conseguir ser a mais próxima a uma nota 10. São treinos intensos, treinava em média de 8 a 9 horas por dia, de segunda a sábado. Não pode ser só uma hora. É que nem a gente quer uma nota boa na prova só com uma hora de estudos. A gente precisa estudar, precisa se preparar, e da mesma forma é no esporte também. A gente precisa ter esse empenho todos os dias.”
Referência
“Eu fico feliz de ter um olhar positivo. tudo o que a gente faz na nossa vida não é só para a gente. a gente faz para deixar uma sementinha para as pessoas. meus pais me criaram para ser uma pessoa do bem, ser positiva, que acreditasse nas pessoas e deixasse sementinha nas pessoas. fico feliz de ser referência para as crianças, também para fora do esporte.”
Porta aberta
“A ginástica foi uma porta aberta na minha vida para abrir muitas outras portas. Não sou mais atleta. Faz 12 anos que me aposentei como e hoje exerce outras funções. uma dela é ser educadora física, sou formada em educação física, atuo na gestão do ‘Brasileirinho’, que é projeto social e fico feliz de ver o projeto da ginástica em Sapiranga. Também sou comentarista e ter a oportunidade de estar aqui dividindo as minhas vivências. Tenta explicar como influenciadora esportiva e também educacional.”
O livro
A ideia do Gibizão Daiane dos Santos é contar histórias de personalidades quando crianças para entender a trajetória. “No caso da Daiane, ela começou o esporte tardiamente, enfrentou o preconceito, o racismo e a condição social, já que a ginástica é considerada um esporte de elite. Ela enfrentou todos os desafios e conseguiu se tornar uma campeã mundial”, declarou o autor do livro Rodrigo Keller.
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