SOBRE CASOS DE BENTO GONÇALVES
Vereador Sandro Fantinel é expulso do Patriota após fala preconceituosa sobre trabalhadores da Bahia
Parlamentar de Caxias do Sul também é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público
Última atualização: 25/01/2024 15:26
O partido Patriota decidiu pela expulsão do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, após o parlamentar proferir frases preconceituosas na última terça-feira (28) sobre os trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha.
Em nota, publicada nesta quarta-feira (1º), o partido transcreveu boa parte do que foi dito por Fantinel naquele dia e informou que " o discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante". O vereador também é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.
Ainda conforme o Patriota, a situação torna inconciliável a permanência de Fantinel nas fileiras do partido, que "prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade".
Declarações
“Gente, só vou dar um conselho: agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão me acompanhando não contratem mais aquela gente lá de cima [em referência à Bahia, na região Nordeste], disse o vereador durante a sessão legislativa. “Com os ‘baiano’, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando o tambor, era normal que tivesse esse tipo de problema.”
Ainda durante sua fala, Fantinel defendeu e orientou que contratassem argentinos. “Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa, e no dia de embora ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam.”
O vereador também questionou a atuação de fiscalização da pasta e as obrigações trabalhistas que competem aos empregadores. "E agora o patrão vai ter que pagar o funcionário para fazer a limpeza para os 'bonito', também? É isso que tem que acontecer? 'Temo' que botar ele em hotel 5 estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho? É isso que temos que fazer?", disse. "Então vamos abrir o olho, povo que me assiste, quando falam em 'análogo à escravidão', porque eu conheço bem como funciona essa situação". "A intenção é trabalhar 10, 15, 20 dias e receber [o equivalente à] 60, mais os direitos", concluiu Sandro Fantinel.
Na mesma sessão, o vereador voltou aos microfones do plenário para explicar as falas. "Minha colocação da palavra 'baianos' não significa que eu tenha alguma coisa contra os baianos. Eu citei a Bahia porque o processo em andamento em Bento Gonçalves, pelo qual me trouxe aqui fazer a minha fala, foi um processo relacionado a funcionários vindos da Bahia. Em que parte diz que eu sou contra aquele povo? Não ponham palavras na minha boca."
O vídeo completo do parlamentar em plenário pode ser assistido abaixo:
Abaixo-assinado pede cassação do vereador
Uma petição on-line pede pela cassação do parlamentar em Caxias do Sul. O abaixo-assinado, em poucas horas, já contabilizava quase 10 mil assinaturas. O documento pode ser acessado pelo site change.org.
O partido Patriota decidiu pela expulsão do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, após o parlamentar proferir frases preconceituosas na última terça-feira (28) sobre os trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha.
Em nota, publicada nesta quarta-feira (1º), o partido transcreveu boa parte do que foi dito por Fantinel naquele dia e informou que " o discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante". O vereador também é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.
Ainda conforme o Patriota, a situação torna inconciliável a permanência de Fantinel nas fileiras do partido, que "prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade".
Declarações
“Gente, só vou dar um conselho: agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão me acompanhando não contratem mais aquela gente lá de cima [em referência à Bahia, na região Nordeste], disse o vereador durante a sessão legislativa. “Com os ‘baiano’, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando o tambor, era normal que tivesse esse tipo de problema.”
Ainda durante sua fala, Fantinel defendeu e orientou que contratassem argentinos. “Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa, e no dia de embora ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam.”
O vereador também questionou a atuação de fiscalização da pasta e as obrigações trabalhistas que competem aos empregadores. "E agora o patrão vai ter que pagar o funcionário para fazer a limpeza para os 'bonito', também? É isso que tem que acontecer? 'Temo' que botar ele em hotel 5 estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho? É isso que temos que fazer?", disse. "Então vamos abrir o olho, povo que me assiste, quando falam em 'análogo à escravidão', porque eu conheço bem como funciona essa situação". "A intenção é trabalhar 10, 15, 20 dias e receber [o equivalente à] 60, mais os direitos", concluiu Sandro Fantinel.
Na mesma sessão, o vereador voltou aos microfones do plenário para explicar as falas. "Minha colocação da palavra 'baianos' não significa que eu tenha alguma coisa contra os baianos. Eu citei a Bahia porque o processo em andamento em Bento Gonçalves, pelo qual me trouxe aqui fazer a minha fala, foi um processo relacionado a funcionários vindos da Bahia. Em que parte diz que eu sou contra aquele povo? Não ponham palavras na minha boca."
O vídeo completo do parlamentar em plenário pode ser assistido abaixo:
Abaixo-assinado pede cassação do vereador
Uma petição on-line pede pela cassação do parlamentar em Caxias do Sul. O abaixo-assinado, em poucas horas, já contabilizava quase 10 mil assinaturas. O documento pode ser acessado pelo site change.org.
Em nota, publicada nesta quarta-feira (1º), o partido transcreveu boa parte do que foi dito por Fantinel naquele dia e informou que " o discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante". O vereador também é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.