CONFUSÃO POLÍTICA

Vereador registra ocorrência contra prefeito da região por ameaça

A origem do tumulto foi em 2022 e envolvia o vice-prefeito, que é irmão do parlamentar, por protagonismo político

Publicado em: 23/03/2023 14:40
Última atualização: 26/02/2024 10:21

Uma confusão política em Parobé foi parar na Polícia Civil e nas redes sociais. As tensões entre o prefeito Diego Picucha (PDT) com o vice-prefeito Alex Bora (Avante) e o irmão dele, o vereador Maicon Bora (PL), chegaram ao ápice e resultaram no registro de ocorrência policial por suposta ameaça. O tumulto foi em frente à Câmara de Vereadores na noite de terça-feira (21), mas o caso ganhou notoriedade durante a quarta-feira (22), a partir de uma live nas redes sociais dos irmãos.

Fachada da Câmara de Vereadores de Parobé Foto: Divulgação / CMP
Em meio à disputa para a presidência da Federação da Associação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), cuja eleição é nesta quinta-feira (23), Picucha foi acusado por Maicon Bora na sessão desta terça de mau uso do veículo Volkswagen Virtus pertencente ao Gabinete do Prefeito. “A gente sabe que ele está indo buscar votos com outros prefeitos e vice-prefeitos do PDT em todo o Rio Grande do Sul”, disse Maicon Bora na tribuna.

Além disso, o vereador também denunciou multas por excesso de velocidade que teriam sido cometidas com a utilização, segundo ele, indevida do automóvel. “É multa em Restinga Sêca, Santa Maria, Cachoeirinha, Porto Alegre e Taquara em direção a Sapiranga. São dezenas nos últimos meses”, elencou.

Por meio da assessoria, o chefe do Executivo parobeense relata em nota que “está focado na eleição da Famurs que ocorre nesta quinta-feira e não cederá a qualquer manobra que seja promovida na tentativa de desestabilizar ele ou sua equipe de trabalho.”

Após a sessão, conforme relato de Maicon Bora, o prefeito teria aparecido nos arredores da Câmara para tirar satisfações. “Ele (Picucha) deu a ré e foi em direção ao carro do meu assessor e perguntou. ‘O que tu tá olhando’. Ele respondeu: ‘nada’. (Picucha teria dito) ‘É bom mesmo’. Quando disse isso, ele tirou o braço da porta do carro e deu a entender que pegaria uma arma”, explica o vereador.

O assessor citado na fala acima é o ex-vereador de Sapiranga Alessandro Vargas de Melo. Em 2019 ele e outros três vereadores foram afastados por suposto esquema de compra de votos e, posteriormente, condenados politicamente à perda do mandato.

Começo da desavença

Toda a confusão de Picucha com os irmãos Bora começou em 2022 e tem relação com as eleições do ano passado. O vice-prefeito bateu de frente com Picucha e decidiu se lançar candidato a deputado estadual, contrariando os planos do prefeito que apoiou o vereador de Parobé, Gilberto Gomes (PDT), ao cargo. Ambos não foram eleitos.

“O prefeito queria me obrigar a apoiar o candidato dele a deputado estadual e eu não aceitei”, resume Alex Bora.

Ainda no ano passado, um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma forte discussão entre prefeito e vice. Na oportunidade, Picucha teria chamado o companheiro de chapa de “ladrão”.

“Em março de 2022, o prefeito fez um vídeo me agredindo, não estava do lado dele e não estava no lado do bem. O prefeito é a autoridade máxima do município, mas quem é ele para dizer que ‘ele é o cara’ e ‘ele é o lado do bem’ e os outros são o lado do mal. Ele tem uma soberba muito grande, tem o rei na barriga e todos devem fazer o que ele quer”, frisa.

Com relação ao episódio, o comunicado emitido pela assessoria do prefeito afirma que, “O prefeito Picucha não teve acesso a nenhuma imagem e não vê problema algum em se posicionar sobre qualquer fato ocorrido na Prefeitura, desde que os questionamentos sejam feitos de forma clara, direta e sempre à luz da verdade”.

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