NÚMEROS DO CAGED
Veja quais cidades mais geraram empregos em agosto na região
Aumento em agosto em relação a julho foi de 151,4%. Serviços e comércio são destaques
Última atualização: 03/10/2024 06:57
Assim como no País e no Estado, a região demonstra recuperação na contratação de trabalhadores com carteira assinada. Em agosto, conforme dados do Novo Caged divulgados no final do mês passado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram geradas 3.771 vagas formais (saldo entre contratações e demissões). O número representa um crescimento de 151,4% sobre julho, quando 43 municípios dos vales do Sinos, Paranhana e Caí e da Serra Gaúcha tiveram saldo positivo de 1,5 mil vagas.
A retomada do emprego na região é puxada pelas três maiores cidades. Canoas saltou de saldo -10 para 1.091 vagas; São Leopoldo, de 238 para 630; e Novo Hamburgo, de 214 para 480. Ainda se destaca Tramandaí, que saiu de 49 para 534, guinada feita graças ao setor de serviços, com 478 vagas. Esteio fecha o top cinco com 187 vagas, após ter saldo de 33 em julho.
- LEIA TAMBÉM: LOUCURA POR SAPATOS: Feira começa nesta quinta com novidades em expositores e promoções
Professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Faccat, a economista Dilani Bassan lembra que o crescimento de emprego também é observado no Estado. Em agosto, o RS teve saldo positivo de 10.413 vagas, com 131.781 admissões e 121.368 desligamentos.
O setor de serviços contratou 6.183; o comércio, 2.461; a construção civil, 1.724; a agropecuária, 221. A indústria ficou com saldo negativo de -176 vagas. “Estes resultados mostram um cenário positivo para o Rio Grande do Sul, depois de ter enfrentado uma enchente que trouxe consequências para diferentes setores econômicos”, sublinha.
A economista acrescenta que alguns setores têm volatilidade nos empregos devido às sazonalidades, como é o caso da agricultura, e há eventos durante o ano que mobilizam um volume maior de mão de obra, como é o caso do comércio. “O uso de tecnologias e a qualificação profissional têm sido um requisito importante no mercado de trabalho”, pontua.
Dilani observa que houve um processo de recuperação de muitos comércios e serviços gravemente afetados pelas enchentes. “Devido a isso, muitos dos trabalhadores retomaram seus postos de trabalho”, complementa.
No Estado, o comércio passou a ocupar o segundo lugar em contratações em agosto, quando em julho era o terceiro. “O comércio já está com a expectativa de vendas próximas, por conta da Black Friday em final de novembro e, também, se preparando para as vendas de Natal e final de ano. Ainda tem o Dia das Crianças.”
Retomada do setor de serviços
Segundo o diretor da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos, Fauston Saraiva, o saldo positivo na geração de empregos sempre é motivo para se comemorar. “Os números negativos, por sua vez, merecem total atenção. No geral, nossa capacidade de reconstrução vem se confirmando na prática. Devemos estar atentos e continuar inovando e criando cenários que favoreçam o desenvolvimento”, complementa.
Professora e coordenadora do curso de graduação em Ciências Econômicas da Unisinos, Camila Flores Orth destaca que o setor de serviços vinha de um momento de alta demissão, mais do que admissões durante a catástrofe climática que passou o Estado. Ela relata que foram meses de maio e junho com queda, muito puxado pela questão de alojamento e alimentação, que são esses segmentos voltados para o turismo.
A partir de julho, houve o retorno tanto no segmento de alojamento e alimentação, quanto em outros. “É possível relacionar esse aumento maior nos serviços a esse retorno da atividade econômica do Estado, que é um dos setores mais afetados quando há crises na economia e tem um impacto forte de queda.”
Canoas criou mais de mil vagas
O salto dado por Canoas chama atenção, afinal, saiu de -10 para 1.091 vagas. O resultado é o maior do ano até o momento no município. Canoas foi a cidade do Rio Grande do Sul com maior saldo neste levantamento. Foram 5.196 contratações e 4.105 demissões de trabalhadores com carteira assinada.
De acordo com o vice-presidente de Serviços da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICS), Gerson Costa, a retomada se deu por uma combinação de fatores. “Nós percebemos que a atuação em conjunto dos governos federal, estadual e municipal contribuiu para esse crescimento. Posso dizer que (as causas) foram aumento de demanda, injeção de capital, empréstimo subsidiado e ajuda de entidades do setor privado”, analisa o dirigente.
*Colaborou: Nicole Goulart