Com a temporada de verão recém iniciada, é preciso ficar atento para não cair no velho golpe do falso aluguel de imóveis no Litoral Norte. Estelionatários seguem aplicando o golpe no RS e lesando vítimas que, por vezes, promovem economias ao longo do ano para curtir as férias de verão com a família e amigos no litoral.
O golpe acontece quando um criminoso se apropria de fotos e dados de um imóvel de terceiros, que normalmente estão disponíveis na Internet, e criam anúncios falsos. Os anúncios falsos são igualmente compartilhados na Internet.
Entre o final do ano passado e o início de 2024, a Polícia Civil gaúcha registrou 75 ocorrências de estelionato do falso aluguel. Os dados são de casos registrados entre novembro de 2023 e 4 de janeiro deste ano. Conforme a Polícia, a maioria dos casos consiste na “locação” de casas cujos donos são um e o pagamento é feito para estelionatários.
Delegacias de Polícia do Vale do Sinos ainda não registraram ocorrência deste crime nesta temporada.
Dicas de como evitar
Embora ainda não tenha registrado nenhuma queixa, o Procon de Novo Hamburgo alerta a população e dá dicas para que a planejada temporada na praia não se torne um pesadelo. Duas das principais orientações são: desconfie de valores muito abaixo do mercado para esta época do ano e certifique-se que o imóvel, de fato, existe no endereço mencionado no anúncio.
A maioria dos golpes oferece casas incríveis por preços muito acessíveis, usam fotos da Internet e inventam um endereço do Litoral Norte. A diretora administrativa do órgão, Fabiana Loreni da Rosa, pontua que, ao realizar a visita, não basta passar em frente ao imóvel. “É preciso consultar com o proprietário da residência ou algum corretor de imóveis para saber se, de fato, o local está para alugar, pois, em alguns casos, os criminosos clonam anúncios verdadeiros e utilizam fotos e informações publicadas em outros sites, enquanto fingem se passar pelo proprietário”, pontua.
Outra dica do Procon é, antes de efetivar qualquer negociação, consultar dados em plataformas que concentram reclamações de consumidores. “O portal Reclame Aqui, por exemplo, é uma plataforma confiável para esse tipo de consulta. É possível fazer buscas de formas variadas: consulte o nome da pessoa ou da empresa que ela diz representar. Também vale consultar o endereço do suposto imóvel, ou, ainda, consultar palavras-chave, como ‘golpe do falso aluguel'”, sugere.
Como se proteger deste tipo de golpe
Desconfie se o valor do aluguel do imóvel oferecido for muito inferior ao de outros imóveis. Pesquise!
Fotos de má qualidade ou poucas imagens do local são o primeiro aviso de que pode se tratar de uma fraude. Se puder, faça uma chamada de vídeo e peça para mostrar o lugar.
Procure por imagens do local com serviços de visualização de mapas, como Google Maps. Dessa forma, você garante que a casa é a mesma que aparece anunciada.
Uma das principais formas de evitar cair no golpe é visitar o imóvel antes de fechar negócio ou pedir a alguém que more próximo para fazer esta visita.
Antes de fazer qualquer adiantamento de dinheiro, deve-se constatar se realmente aquele local existe.
Se não for possível a visita física, o consumidor deve procurar priorizar a locação de imóveis intermediados por imobiliárias ou por pessoas que já foram até o local que a pessoa quer alugar.
Desconfie caso a pessoa esteja com pressa para fechar a locação e evite fazer pagamentos adiantados.
O consumidor deve ter muita cautela com anúncios nas redes sociais. Tenha atenção ao receber links pelas redes sociais, e-mails ou WhatsApp. Na dúvida, não clique.
Sempre exija contrato, onde tudo que for acordado esteja descrito. O recibo de pagamento também deve ser solicitado.
Verifique se o pagamento está sendo feito para o proprietário do imóvel. É comum em golpes utilizarem “laranjas”.
Pousada “alugada” em SC estava em construção
Antes da virada do ano, um grupo de 68 pessoas do Vale do Caí foi vítima do golpe do falso aluguel em Santa Catarina. Eles alugaram uma pousada com quase nove meses de antecedência, na praia em Itapema, com a intenção de passar o réveillon.
Pelo serviço, pagaram R$ 33,9 mil. Entretanto, quando o grupo chegou no endereço, no bairro Meia Praia, constatou que a pousada estava em construção. Depois da ingrata surpresa, os turistas gaúchos conseguiram outra pousada, na praia de Garopaba, para ficar. O caso está sendo investigado pela Polícia.
LEIA TAMBÉM
O que fazer caso caia no golpe
Quem for vítima do golpe do falso aluguel deve registrar o caso em uma Delegacia de Polícia.
A orientação da Polícia é de que as vítimas levem cópias de todos os documentos que possam auxiliar na investigação, como endereços eletrônicos (URL do anúncio), número de telefone, captura de tela, caso tenha tratado previamente com o golpista, e extratos bancários, caso a vítima tenha feito qualquer tipo de transação antecipada.
O Procon acrescenta que, além do boletim de ocorrência, os moradores lesados devem tentar a reparação do dano através da Justiça. O órgão sugere, ainda, que as vítimas registrem o golpe no site Reclame Aqui.