CATÁSTROFE NO RS

Voluntários até de fora do Estado auxiliam na área da saúde em abrigos leopoldenses

Profissionais e estudantes, que se cadastraram para ajudar vítimas da enchente, atuam para atender e levar alento a desabrigados

Publicado em: 21/05/2024 14:48
Última atualização: 21/05/2024 17:34

Dentro da grande rede de solidariedade e voluntariado que se formou para auxiliar vítimas da enchente, chama atenção a ajuda que vem daqueles que tem algum conhecimento especializado. Um exemplo são os profissionais e estudantes da área da saúde voluntários.

Professora e enfermeira Clarissa (foto acima) e voluntários do Paraná atuam no abrigo da UnisinosArquivo pessoal
Voluntários do Paraná atuam no abrigo da UnisinosArquivo pessoal

Em São Leopoldo, apenas de 8 a 17 de maio, mais de 700 voluntários da saúde se inscreveram e, destes, 413 efetivamente vieram atuar no município. Muitos deles, de fora do Estado. Entre os inscritos, além de interessados de diversas cidades da região e do Estado, há pessoas de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. Eles atuam nos abrigos montados na AABB, Centro de Eventos, Bigornão, Unisinos, Escola Zaira Hauschild, Centro de Saúde Feitoria e Igreja Manancial.

200 voluntários na saúde 

Com a grande rotatividade na função de voluntariado, hoje, São Leopoldo tem cerca de 200 voluntários atuando. Uma delas é a enfermeira e professora da Faculdade Adventista do Paraná (FAP), Clarissa Fonseca Vollrath Possmoser, 42 anos, que veio no dia 10 de maio com outros 44 voluntários, entre professores, socorristas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e 29 estudantes. Eles atuam no abrigo montado no Complexo Desportivo da Unisinos.

“Eles perderam tudo, não tem lar. É desolador”

Gaúcha de Porto Alegre, mas morando há dois anos no Paraná, Clarissa comenta que vivenciou a coronavírus atuando na linha de frente na capital, mas agora, é diferente. “Eu trabalhei durante a pandemia de Covid e foi muito triste. Foram momentos de muito dificuldade, porque tínhamos angústias de não deixar funcionários e pacientes adoecerem, recursos limitados. Mas eu sinto que o que estamos vivendo é pior, porque o Covid era muito assustador por ser algo novo, mas as pessoas tinham o seu refúgio, tinham o lar. Hoje, eles perderam tudo, não tem lar. É desolador”.

Para auxiliar e despertar a essência do cuidado

Com auxílio logístico e financeiro da FAP, e alojados no Centro Mariápolis, próximo da Unisinos, Clarissa conta o que os motivou a vir auxiliar os gaúchos. “Viemos ajudar, queríamos muito fazer alguma coisa. Mas, eu queria também que os alunos vivenciassem essas histórias, para que eles pudessem desenvolver empatia e entendessem o que é sofrimento. O que às vezes pra nós é simples, como um curativo, pra eles, é algo grande demais”, destacou, resumindo a intenção do grupo. “Eram dois objetivos aqui: auxiliar as pessoas que precisam e trazer os alunos para despertar neles a essência do cuidado”.

O grupo paranaense da FAP volta deve ficar em São Leopoldo até o próximo sábado (26).

 

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