CHEIA HISTÓRICA NO RS
Veja o que havia proposto o IPH da UFGRS após as enchentes de setembro de 2023
Durante reunião sobre o Plano Rio Grande no Tecnosinos, diretor do IPH da UFGRS e do Ceped-RS relembrou nota emitida no ano passado
Última atualização: 20/07/2024 09:52
Durante a reunião na quinta-feira (18) entre os integrantes do Ecossistema de Inovação, na Unitec 1, no Tecnosinos, em São Leopoldo, o secretário- executivo do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Plano Rio Grande, Professor Joel Avruch Goldenfum relembrou um alerta emitido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFGRS após as enchentes de setembro de 2023.
Sob a temática “Desafios da Região Metropolitana: O que fazer após a maior cheia do RS”, a reunião no Tecnosinos abordou possíveis causas e soluções para a tragédia climática que assolou o município e o Estado em maio de 2024.
O Professor Joel é, ainda, diretor do IPH da UFRGS e do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped-RS) da instituição.
Nota já avisava que situação poderia se repetir
Na nota, o IPH alertava que o evento climático de 2023 poderia vir a se repetir. “Desastres hidrometeorológicos ou hidrológicos como os de 2023 podem ocorrer novamente, seja pela variabilidade natural do clima ou pelo aumento da frequência e magnitude relacionados às mudanças climáticas”, dizia parte do documento.
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O material completava que “A simples disponibilidade de dados de previsão metereológica não garante a efetividade na minimização dos danos e prejuízos. Este sistema deve estar atrelado a outras ações de prevenção e preparação, que incluem o aumento da percepção de risco da população e a capacitação das comunidades para ação em momentos de desastre.”
Propostas de ações de curto, médio e longo prazo
A nota divulgada em 2023 apresentava, ainda, um conjunto de ações propostas em curto, médio e longo prazo. Veja quais eram:
Ações urgentes e prioritárias |
Ações de curto prazo |
Ações de médio e longo prazo |
Implementação imediata | Implementação de 3 a 6 meses | Ações permanentes, com início em até 6 meses |
Levantamento topográfico em alta resolução espacial | Fortalecimento dos sistemas de monitoramento, previsão e alerta existentes | Fortalecimento dos órgão responsáveis pelo monitoramento e previsão de inundações com contratação de pessoal com experiência e formação adequada comprovadas na área, bem como qualificação continuada do corpo técnico |
Levantamento topobatimétrico dos principais rios, com disponibilização em bases de dados públicas | Definição e fortalecimento institucional dos órgãos do governo responsáveis pelo monitoramento e previsão de inundações e desastres de origem hidrológica | Instalação de uma rede densa de monitoramento hidrológico e hidrometereológico automatizado e robusto, capaz de garantir a continuidade de medições e transmissão das informações mesmo nas condições mais adversas, com a disponibilização de dados em tempo real |
Identificação de áreas de perigo de inundação, para futuros planos adequados de ocupação | Fortalecimento das equipes da Defesa Civil, com incremento efetivo em equipamentos, pessoal e treinamento | Elaboração de estudos regionais de zoneamento de áreas inundáveis, incluindo considerações de alteração dos perigos de inundação e de eventos extremos através da análise de cenários de mudanças climáticas, para planificação de usos adequados |
Melhorias no sistema de alerta à população | Acelerar a implementação de melhorias propostas em editais recentes lançados pelo governo do Estado para previsão de cheias e avanços no sistema de monitoramento em tempo real nos rios | Desenvolvimento de uma cultura de prevenção, com conscientizaçaõ da população sobre o risco de inundações em áreas habitadas e popularização das ferramentas de gestão de risco, como mapas de perigo e de áreas de auto-salvamento, de maneira disseminada |