Uma das questões importantes para garantir a segurança dos alunos durante o ano letivo começou nos últimos dias em São Leopoldo. É a vistoria das vans que fazem o transporte escolar no município.
A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp) está convocando os proprietários de vans escolares a comparecerem à sede do órgão, na Rua Saldanha da Gama, 975, Centro, para passarem pela inspeção. Os responsáveis precisam apresentar uma cópia do laudo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) com validade para o primeiro semestre de 2024. Após a verificação deste documento, será emitida uma Certidão Informativa que posteriormente deverá ser apresentada no Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA).
A operação de vistoria será realizada até 9 de fevereiro, no local, das 10h às 16h, respeitando a disponibilidade dos proprietários, que devem estar presentes durante a ação.
78 veículos
Diretor de trânsito da Guarda Civil Municipal (GCM), Cláudio Dumom é um dos responsáveis pela iniciativa, que ocorre semestralmente, durante as férias de verão e inverno. “Estamos fazendo as vistorias para assegurar que os equipamentos estão funcionando e para maior segurança dos alunos. Quando terminar as vistorias das vans escolares, serão realizadas as análises nas vans destinadas ao transporte de pessoas com deficiência (PCDs). É muito importante o órgão público monitorar e trazer segurança para as crianças e uma maior tranquilidade para os familiares”, declarou, sobre a importância da ação.
No total, o município conta com 78 vans destinadas ao transporte escolar, sendo 4 delas destinadas especificamente para PCDs.
Algumas regras que precisam ser seguidas
Dumom explicou algumas das regras que precisam ser cumpridas para transportar alunos na cidade, baseadas na lei nº 8.345 de 2015. Por exemplo: o proprietário deve levar a relação de alunos que ele carrega no veículo – que tem até 15 anos de uso a partir da data de fabricação – e das escolas que ele passa. As vans têm capacidade mínima de 12 e máxima de 21 lugares e todos os estudantes devem ir sentados e usando o cinto de segurança.
No alvará de tráfego, devem constar o nome do proprietário e do auxiliar que faz o transporte dos estudantes com ele. Ambos devem ter mais de 21 anos de idade, Carteira Nacional de Habilitação categoria D ou acima e curso de transporte escolar, oferecido nos Centros de Formação de Condutores (CFCs). Além das vistorias semestrais, a GCM também faz inspeções sem aviso prévio. “Eles vem aqui e fazem a vistoria, mas durante o ano fazemos fiscalizações de surpresa para ver se está tudo como observado no início do ano”, disse Dumom, lembrando que caso o veículo não passe pela vistoria e for visualizada em operação pela GCM, o proprietário é multado e a van guinchada.
O que é vistoriado
Entre os diversos itens vistoriados na inspeção, estão: parte elétrica, buzina, chave de roda, cinto de segurança, estepe, estofamento, extintor de incêndio, faróis, limpador de para-brisa, macaco, para-choque, pneus, retrovisor, sinaleiras e simbologia. Todas as vans destinadas ao transporte de alunos devem conter a faixa amarela com a escrita “escolar” e, na porta dianteira do veículo e na parte traseira, um quadro com o nome do proprietário, assim como o número da van. “A gente avalia bem, somos bem rígios com isso, para não ter problema”, afirmou o diretor de trânsito.
Depois de passar pela inspeção, todas as vans recebem um selo com a data da vistoria feita, que deve ser colado no vidro dianteiro do veículo.
Para esclarecimento de dúvidas, os responsáveis pelas vans podem entrar em contato com o Cartório de Trânsito pelos telefones: (51) 2200-0610 ou (51) 2200-0612.
Carregando “vidas preciosas”, diz motorista
O motorista Vitor Hugo dos Santos, 65 anos, completará 35 anos conduzindo vans escolares em 2024. Atualmente, ele atua transportando alunos dos bairros Feitoria, Rio Branco, Santo André e Centro para cerca de 5 escolas.
Na última semana, ele aproveitou para levar seu veículo de 16 lugares para fazer a vistoria deste início de ano. “É muito importante. Isso é indispensável, porque a gente sabe que está carregando vidas e vidas preciosas”, destacou, citando que a ação também inibe a clandestinidade.
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Além de novos amiguinhos a cada ano, Vitor lembra de muitos antigos rostos que levou durante os anos de trabalho. Um deles, veio a ser o médico que lhe operou em 2021. “Carreguei ele no jardim de infância. O dia que ele me viu, me conheceu de cara: ‘o tio da Kombi!’”, contou. “Tempo depois me deu um problema no quadril e como ele é especializado em quadril, ele que fez a minha cirurgia.”