Vestuário e maquiagem típicas, um cenário chamativo e até mesmo a representação de um dragão japonês. Essa foi uma das apresentações que marcaram o Projeto Folclore 2024, da Escola Estadual Emílio Sander, do bairro Arroio da Manteiga, em São Leopoldo, na última semana.
“Trouxemos a dança das gueixas que, na história, são taxadas como prostitutas, mas não são. A gente representou uma casa de chás, onde aconteciam as danças enquanto o público ficava apreciando, tomando o seu chá”, explicou Letícia Tauchert, 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio da escola, sobre a apresentação de sua turma.
Já tradicional na instituição, o Projeto Folclore é uma gincana pedagógica em que cada turma recebe um país ou região do mundo e deve abordar todos os costumes daquela área, em atividades diferentes definidas pela escola. Neste ano, o tema do projeto foi Uma Jornada pelas Montanhas do Mundo. Dentro dele, a turma de Letícia explorou o Monte Fuji, do Japão.
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Cultura diferente
A professora de História e membro da comissão organizadora do projeto, Lisandra Junges, explica que o tema surgiu pelos educadores de Geografia da escola e, dentro dele, foram escolhidos diferentes países. “Fomos atrás e percebemos que tinha muitas montanhas em países que a gente não costumava trabalhar tanto, como árabes, por exemplo. Achamos bem interessante, justamente pra pegar essa cultura que é bem diferente da nossa”.
Na última semana, o projeto culminou com a Semana do Folclore, com diversas atividades, como desfile de roupas típicas dos países, quiz de perguntas e respostas, mostra com apresentação de curiosidades e comida típica sobre os lugares, simulação de escalada de montanhas, dança, entre outras. Tudo produzido pelos próprios alunos.
União e envolvimento de todos
Aluna do 1º ano do Ensino Médio, Nathaly Martins, 16 anos, e sua turma representaram o Monte Kilimanjaro, da Tanzânia. Para tanto, na apresentação de dança, eles mostraram grandes saltos e dispensaram o som mecânico, cantando a plenos pulmões. “O nome da nossa dança é a Adumu, é um ritual para a maioridade dos homens”, contou ela, que entrou na Emílio Sander este ano, participando pela primeira vez do projeto.
“Achei bem interessante, porque foi uma grande junção da turma. Grande parte veio de escolas diferentes, então, quando a gente começou a trabalhar foi uma confusão, ninguém se conhecia, ninguém era próximo. Todos foram fazendo as partes do trabalho e toda a sala agora consegue conversar normal. A gente agora tem uma união bem maior, na verdade”, comentou.
O mesmo destaca a estudante do 2º ano, Bettina Pedroso, 16, que participou pela 4ª vez. “Acho que é um projeto muito legal, que envolve todos os alunos, e não fica aquela coisa cansativa de só de estudar. Além do que, é o nosso divertimento e une a turma.”
“Eles melhoram muito depois do projeto”
Professora de Geografia, Sonia Perske dos Santos, participa desde o início da iniciativa, há mais de 10 anos. Ela avalia que os alunos mudam totalmente depois do Folclore. “Eles melhoram muito. Alunos que não são vistos na sala de aula, acabam se integrando e a turma fica muito melhor. Ela fica muito unida, porque todo mundo precisa trabalhar pra poder fazer as coisas, cada um tem uma atividade pra fazer, então, a turma em si melhora muito”, analisa, elogiando a iniciativa. “Eles se esforçam, produzem tudo, as roupas, as comidas. Eles se dedicam mesmo.”
Teatro foi destaque
Este ano, uma nova atividade surgiu no projeto após o pedido de um dos alunos. A professora de Atendimento Educacional Especializado, Liliane Moscope, que atua com estudantes de inclusão, conta que Mateus Lima dos Santos, 19 anos, pediu para fazer um teatro sobre animais, pois estavam estudando os bichos de cada país dentro do projeto. “Ele contou a história, eu passei pro papel e fizemos os ensaios”. Junto da turma de 3º ano, Mateus e o colega Bruno dos Santos Soares, 19, apresentaram a encenação para os colegas de escola. “Falamos sobre a violência aos animais, e que matar eles por prazer não é certo”, disse Bruno.
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