O trabalho de recuperação após a inundação histórica de maio ocorre em muitas frentes nestes dois últimos meses. Em meio à batalha das famílias que buscam reconstruir seu lar estão também diversos profissionais, desde a marcenaria, lavanderias e até o conserto de eletrodomésticos, que trabalham na limpeza, higienização e conserto de móveis e aparelhos que ficaram submersos por dias.
Na recuperação de aparelhos está o jovem Gabriel Nunes, que coordena os trabalhos em uma empresa instalada às margens da BR-116, no bairro Campina, em São Leopoldo, que chama a atenção pelo volume de máquinas de lavar na sua área de entrada.
Só nesse espaço da sua oficina se acumulam mais de 60 máquinas, dentro e fora (na frente do negócio são vários aparelhos à espera da limpeza e conserto). E isso é uma parte do total de mais de uma centena que foram para uma outra loja e na casa do pai, seu Régis Rafael, que também trabalha na oficina, ao lado de outros dois funcionários, em ritmo de recuperação do negócio e das máquinas atingidas pela enchente.
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Empresa familiar
Gabriel herdou do pai e do avô Paulo o trabalho no ramo de conserto de máquinas de lavar e geladeiras. O avô dele abriu na Scharlau o negócio em 1980, mas teve que se mudar do local com a construção da elevada da BR-116 junto à RS-240, que, por sua vez, mudou a geografia do local.
O volume de consertos nunca foi tão alto. “A gente arrumava umas dez por semana; se passou a quase cinco por dia.” Ele projeta, em média, uns 15 dias para arrumar o aparelho, limpando ele, higienizando e verificando todo o funcionamento da máquina.
Retorno para se reerguer
Apesar de agora estar com todo este trabalho, a oficina do Gabriel ficou mais de três semanas embaixo das águas que inundaram milhares de imóveis na Campina e em pelo menos outros cinco bairros da cidade que foram afetados mais gravemente.
A oficina reabriu ainda no final de maio, ali pelo dia 27, após o recuo das águas e a limpeza da oficina. Nas paredes do negócio ainda estão as marcas da enchente histórica, que chegou no segundo piso do prédio, alcançando quase 3 metros.
“Foi difícil, mas a gente voltou forte no trabalho”, garante Gabriel em meio a mais um atendimento a uma cliente que consulta sobre o conserto da máquina, mostrando que ainda há muito trabalho para fazer neste momento de se reerguer.
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