O assassinato de duas mulheres em um intervalo de quatro dias aumenta para três o número de feminicídios em 2024 em São Leopoldo. As mortes, que envolvem moradoras dos bairros Santos Dumont e Feitoria, foram executadas de maneira cruel, com tiro, esganadura e queda.
Os casos
O terceiro e mais recente feminicídio vitimou uma mulher de 48 anos na madrugada desta quinta-feira (22). Cleonice Pacheco dos Santos foi atingida por um tiro no rosto na noite de quarta-feira e levada ao Hospital Centenário, mas não resistiu.
O disparo teria sido efetuado pelo marido porque, segundo a Polícia, ele não aceitava o fim do relacionamento. A filha do casal, uma jovem de 20 anos, estava na casa no momento do crime. Ela já foi ouvida por agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
O homem fugiu do local e até o começo da tarde desta quinta-feira, não havia sido localizado.
Em março, Cleonice tinha registrado ocorrência contra o marido por lesão corporal, mas não requereu medida protetiva de urgência contra o agressor.
O casal tinha dois filhos e era dono de uma madeireira no bairro onde residia.
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O segundo caso aconteceu na madrugada de domingo (18), quando Fernanda Nunes da Silva, 34 anos, foi morta pelo ex-marido dentro de casa, no bairro Santos Dumont.
Ao não aceitar o fim do relacionamento de 20 anos, o homem, de 40, invadiu a casa e esganou a ex. Após o crime, o homem se apresentou em um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Porto Alegre, onde confessou o que havia feito.
À Polícia, ele confirmou que esganou Fernanda com as mãos. A Brigada Militar foi acionada pela PRF e, no local, encontrou a vítima sem vida. O homem foi preso em flagrante e encaminhado à Deam da capital. O nome dele não foi divulgado. O homem segue recolhido no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp).
De acordo com a Polícia Civil, Fernanda não possuía medida protetiva contra o ex, e o casal também não tinha histórico de violência doméstica. Fernanda era formada em Pedagogia e trabalhava em uma padaria em São Leopoldo. Ela tinha duas filhas, de 12 e 17 anos, com o ex-marido e completaria 35 anos no próximo sábado (24).
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Em 30 de março, o primeiro feminicídio do ano também foi no bairro Santos Dumont. Uma mulher morreu após ser jogada do segundo andar da residência pelo irmão. O homem segue preso.
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Canais de denúncia contra violência doméstica
- Disque-denúncia 0800 510 2828
- Disque 100 – Vítimas ou testemunhas de violações de direitos de crianças e adolescentes podem efetuar a denúncia através do Disque 100, serviço do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A ligação é gratuita, funciona 24 horas e pode ser feita de qualquer parte do Brasil, todos os dias da semana. Também é possível realizar a denúncia pelo site. Nos dois casos há a possibilidade do anonimato.
- Conselho Tutelar – Deve ser acionado nos casos de violência, inclusive por familiares, de ameaça ou humilhação por agentes públicos, e de atendimento médico negado. O Conselho Tutelar é um dos órgãos de proteção e também recebe denúncias de violações dos direitos das crianças e adolescentes.
- Disque 180 – Em casos de violência contra mulheres e meninas, seja violência psicológica, física, sexual causada por pais, irmãos, filhos ou qualquer pessoa. O serviço é gratuito e anônimo.
- Polícias – A Polícia Militar deve ser acionada em casos de necessidade imediata ou de socorro rápido.
- O número 190 recebe ligações de forma gratuita em todo o território nacional. Também é possível acionar as Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente.
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