Semana Farroupilha

Semana Farroupilha inicia abaixo de chuva

A abertura foi nesta quarta-feira (13), com a vinda da Chama Crioula

Publicado em: 13/09/2023 21:10
Última atualização: 18/10/2023 19:03

A abertura da Semana Farroupilha nesta quarta-feira (13) ocorreu abaixo de chuva, com a chegada da Chama Crioula nos Acampamentos da Associação dos Gaúchos Acampados no Parque (Agap) e da Associação Tradicionalista Gaúcha da Feitoria (ATGF). Ansiosos para o período festivo, comerciantes e membros de piquetes já estão com seus espaços montados, a espera do público que já começou a aparecer. A Semana Farroupilha segue até o feriado da Revolução Farroupilha na quarta-feira (20).

Robson vive o tradicionalismo desde a infância e gosta de relaxar bebendo seu chimarrão Foto: Amanda Krohn/Especial

O supervisor de manutenção eletromecânica do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) Robson Kishler, de 38 anos, é patrão do piquete da autarquia, que se chama Águas do Pampa. Kishler está com as expectativas lá em cima. “A gente já está há meses aqui lidando com o galpão, reformando e deixando tudo pronto para chegar aqui e atender bem o pessoal, acho que este ano vai ser o ano com mais gente frequentando, mais almoço vendido”, comenta o supervisor. Apaixonado pelo tradicionalismo, Robson conta que participa da Semana Farroupilha desde criança. “Gosto muito da tradição porque assim eu chego mais perto da nossa cultura”, diz. “Coloco toda a pilcha, faço pratos tradicionalistas, escuto uma música campeira… essa aqui é a semana esperada durante o ano”, completa.

Talita Jahn, de 64 anos e moradora do bairro Feitoria, é tesoureira do piquete Rancho das Estrelas e participa da Semana Farroupilha há mais de 30 anos. "Minha parte favorita nesse feriado é poder voltar às nossas origens, preservar a cultura e o tradicionalismo", conta. "Com o tempo, vimos que a história da Revolução Farroupilha era outra e essa cultura foi ressignificada", acrescenta, referindo-se à história dos Lanceiros Negros na Guerra dos Farrapos.

Comerciantes já recebem o público

A comerciante Soeli Terezinha dos Santos, de 65 anos, moradora do bairro Cristo Rei, é proprietária do Kreps Doce Mania. Soeli traz sua barraca para a Semana Farroupilha há mais de 30 anos. “Comecei a vir na época em que não tinha nada, as barraquinhas eram todas de lona. Daí eu fui tomando gosto pela coisa e continuo até hoje”, relata. A comerciante torce para que o clima melhore nos próximos dias. “O movimento nessa quarta foi razoável, mas espero que a chuva pare e o público aproveite”, diz.
Soeli Terezinha torce para que o clima melhore nos próximos dias. “O movimento nessa quarta foi razoável, mas espero que a chuva pare e o público aproveite”, diz a vendedora.

Marlene Goulart vende suas rapaduras no Acampamento Farroupilha Foto: Amanda Krohn/Especial

Para a proprietária da Rapadura do Parque Marlene Goulart, de 69 anos, moradora do bairro São João Batista, a importância da Semana Farroupilha vai além dos lucros obtidos em vendas. “Eu venho porque gosto da tradição da Semana Farroupilha. Até porque, para passar o trabalho que passo aqui, tem mais é que gostar mesmo”, brinca. Marlene aprecia cada momento da celebração. “Adoro os bailes, adoro ver os gaúchose e adoro ver as prendas dançando. Gosto de tudo no CTG [Centro de Tradições Gaúchas]”, finaliza.

Chama Crioula tem origem histórica

Os Acampamentos Farroupilhas da Agap e da ATGF receberam suas respectivas Chamas Crioulas na noite desta quarta-feira (13), em meio ao clima chuvoso. A cerimônia de recebimento e acendimento da chama é o símbolo dos Festejos Farroupilhas. O fogo simbólico representa a história, a tradição e a alma da sociedade gaúcha.

A tradição iniciou-se em 1947, quando os tradicionalistas Paixão Cortes, Cyro Ferreira e Fernando Vieira retiraram uma centelha do fogo simbólico da pátria e acenderam o primeiro candeeiro crioulo, em Porto Alegre. A ação tinha como objetivo representar a coragem, a união dos povos e o amor do gaúcho pela sua terra, uma vez que a Guerra dos Farrapos iniciou com a insatisfação dos gaúchos com a política de taxação dos charques na época do colonialismo.

Mesmo sem um final feliz para o conflito, a Revolução Farroupilha é lembrada pelos gaúchos como um símbolo da coragem dos Farrapos, como eram chamados, que se posicionaram contra o império e lutaram para que suas reivindicações fossem atendidas.

Acampamento Farroupilha do Parque do Trabalhador já recebeu a chama Foto: Divulgação/Agap

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