Além das visitas de escolas, que levam centenas de estudantes aos acampamentos farroupilhas da região para mostrar os costumes e falar sobre a história do Estado, os galpões dos locais também acomodam diversas crianças e adolescentes que integram entidades tradicionalistas e levam a cultura gaúcha adiante.
Murilo da Rosa Sichelero, 15 anos, é um deles. Integrante da Invernada Juvenil do CTG Tapera Velha, ele conta que frequenta entidades tradicionalistas desde muito cedo, por causa do irmão. “A primeira vez que eu vim num CTG tinha 5 meses, porque ele começou a dançar e me levava. Mas a primeira vez que eu dancei tinha 5 anos”, comentou. A Semana Farroupilha para o jovem, é uma das mais importantes para o gaúcho. “Eu gosto bastante. Todo os anos viemos celebrar esse evento, que é a semana mais importante entre todas, do ano inteiro”.
Durante os festejos no Parque do Trabalhador, em São Leopoldo, Murilo e a colega de invernada, Morgana Correia dos Reis, 12 anos, participaram da guarda da chama. “Sempre estamos aqui. Essa é a minha semana favorita de todo o ano, eu aproveito muito. A gente faz muita apresentação, inclusive em escolas”, contou a adolescente.
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Dedicação e estudo
Junto deles, estava Yasmin Bandeira, 19 anos, que apesar de jovem já é instrutora do grupo e também da Invernada Mirim, além de 1ª prenda adulta da entidade e de dançar na Invernada Adulta do Tapera. Ela, que também já foi 1ª prenda da 12ª Região Tradicionalista, ressalta que para chegar ao cargo – onde já esteve por 8 vezes – é preciso muita dedicação e estudo.
“A gente tem uma prova teórica sobre história, geografia e tradicionalismo, tudo sobre o Rio Grande do Sul. Normalmente tem entre 30 e 35 questões e precisa acertar pelo menos metade da prova, mesmo concorrendo sozinho na categoria”, conta.
Além disso, há prova artística – em que é preciso apresentar uma dança de salão e uma tradicional, mais uma declamação, canto ou instrumento musical que tenha origem no Estado –, redação, prova oral e mostra cultural, onde é necessário apresentar uma pesquisa feita em cima de um tema gaúcho para a banca de jurados. “Tem que ter todo um preparatório para estar ali”.
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“É o que temos de mais importante na nossa tradição”
Vice-presidente do Conselho Leopoldense de Tradições Gaúchas (CLTG), Régis Blessmann entende ser fundamental a participação da juventude nos acampamentos. “No meu ver, a valorização dos jovens é o que temos de mais importante na nossa tradição. Se não trouxermos os jovens, ela vai acabar”, resumiu, destacando a participação por exemplo na área artística e nos espaços das entidades como um todo, para levar adiante a cultura.
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