Uma demanda aguardada há anos, especialmente pela comunidade dos bairros Vicentina e São Miguel, em São Leopoldo, começou a ser colocada em prática na manhã desta quarta-feira (6): o cercamento do Arroio João Corrêa, o chamado valão, localizado na avenida de mesmo nome e que “separa” os bairros, após o viaduto da BR-116.
De responsabilidade do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), o projeto foi feito pelos engenheiros da autarquia e está sendo executado pela empresa Prepaver. Com a intervenção, o arroio será cercado – com gradis de concreto – da altura do cruzamento com a Rua Jacy Porto até a Avenida Dom João Becker, totalizando 1,2 quilômetros em cada lado da avenida.
Diretor-geral do Semae, Geison Freitas destacou que os blocos colocados terão 90 centímetros de altura e quase 200 quilos cada. Na parte mais baixa do trajeto, na esquina com a Rua Jacy Porto, onde o arroio é mais fundo, além do gradil de concreto, outro, de ferro, será instalado em cima, com mais 90 centímetros. Placas alertando os moradores também serão posicionadas no local.
“Esse é um pedido antigo de vereadores e uma solicitação de mais de 20 anos dos bairros, que estamos executando agora. É um sistema de proteção e alerta”, pontuou Freitas, lembrando acidentes e tragédias que já ocorreram no local – como a morte de um adolescente de 14 anos, que teria caído no valão após tentar buscar uma bola, em novembro de 2022.
Calçadas
Além dos gradis, o Semae deve investir na revitalização do passeio público no em torno do arroio. “Vamos refazer toda a calçada, como já é da (Avenida) Thomas Edison pra baixo, para que o pessoal possa caminhar, correr”, disse Freitas. Segundo o diretor, aproximadamente R$ 1 milhão deve ser investido no local, somando a instalação dos gradis e a reforma das calçadas.
Cuidado com o lixo
Na manhã desta quarta-feira, além de Freitas, o prefeito Ary Vanazzi e o vereador Alessandro da Silva, o Lemos, vistoriaram o início da intervenção. “É uma obra fundamental para continuar melhorando a qualidade de vida das pessoas aqui da região”, disse Vanazzi, fazendo um pedido para que se evite o descarte irregular de resíduos no local, até para evitar possíveis focos de dengue – os bairros Vicentina e São Miguel concentram, juntos, 67% dos casos da doença em São Leopoldo. “Contamos com a população para que parem de jogar lixo aqui perto, porque nós viemos limpar e já está sujo de novo. Só dessa forma os investimentos terão resultados”, ressaltou.
Ecoponto deve ser instalado na região
Outra intenção do projeto, conforme Freitas, é a de diminuir a quantidade de lixo jogada no arroio e que, consequentemente, chega à Casa da Bombas. “As pessoas, às vezes, largam sofá, geladeira, fogão, colchão… então, a gente entende que o gradil também vai inibir que as pessoas larguem lixo na beira do arroio”.
Para facilitar a correta destinação de resíduos, segundo o diretor-geral, contêineres devem ser posicionados próximo da Casa de Bombas João Corrêa nas próximas semanas. Além disso, a pedido da prefeitura leopoldense, um ecoponto deve ser instalado na região. “Pro lixo parar de ir pro arroio, parar de ir pra Casa de Bombas”, destacou o diretor, salientando que a estrutura será igual aos que já existem na cidade e que deve ser colocado na área conhecida como Pradinho. A previsão é que o ecoponto seja entregue no segundo semestre deste ano.
Moradores elogiam ação
Presidente da Associação de Moradores do Bairro Vicentina (Ambav), Uilson Andrei Santos da Silva, 52 anos, conhecido como Cabeça, reside próximo ao local desde que nasceu e falou sobre a importância do projeto. “Não é uma segurança total, mas é uma prevenção, pois tu olha esse gradil e é um sinal que tu não pode ir ali, pois está fechado”.
Morador da Vicentina há cerca de 30 anos, Paulo Roberto Santos, 64 anos, também elogia a colocação da estrutura. “É um benefício excelente e que vai salvar vidas, com certeza. Já tivemos quatro ou cinco casos de pessoas que perderam a vida em acidentes, devido à falta desse amparo. Essa proteção vai evitar muito acidente”.
A previsão é concluir o cercamento dos dois lados do arroio e a reforma das calçadas em 4 meses.
LEIA TAMBÉM