A data de 21 de março é marcada pelo Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial e, em janeiro de 2023, foi instituído como o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé (Lei 14.519/23).
Essa data simbólica ganha mais força no Município com a criação do Selo São Leopoldo Sem Racismo. O prefeito Ary Vanazzi assinou a lei municipal 9.749, que instituiu a distinção na tarde desta terça-feira (21), na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito.
A chefe do Departamento de Igualdade Racial, Adriângela Cabral, explicou que a aquisição do selo visa reconhecer instituições, empresas, escolas, autarquias, fundações e estabelecimentos que se comprometem com o combate ao racismo nos diversos segmentos da sociedade.
Ela apresentou os objetivos do selo, os critérios para adquirir a chancela, bem como as responsabilidades. “Buscamos modificar a estrutura, visto que o racismo é estrutural, na nossa sociedade e fortalecer o processo de igualdade de oportunidade, pensando em valorizar as ações afirmativas”, destacou.
Desafio
Para a secretária de Direitos Humanos, Nadir Maria de Jesus, o selo é um grande desafio e uma grande conquista. “Temos uma lei, a 7.716/89 que fala que racismo é crime. São 135 anos de uma farsa da abolição, de uma falsa liberdade. A gente ainda sofre as consequências”, frisou. Nadir mencionou ainda as situações do cotidiano de perseguição, discriminação e preconceito que sofrem as pessoas negras, inclusive contou situações que ela vivenciou.
O ato contou com a participação do presidente do Conselho Municipal de Povos Tradicionais de Matriz Africana, pai Rodrigo de Azevedo, que defendeu que as pessoas tenham mais respeito, especialmente a tolerância religiosa aos povos de terreiros.
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Primeiros contemplados
A empresa Klabin recebeu o selo, entregue pelo prefeito ao gerente da unidade São Leopoldo, Marcos Rossi Castilho, da coordenadora de Gente e Gestão, Barbara Virginia Lucas, e do Grupo de Afinidades Black, Ana Vitória Menezes e Cristiano André Vieira.
No ato, representantes de três escolas receberam a distinção: a professora Richtiele Silva Oliveira, e a turma do 6.º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Xavier; o professor Nelson Garcia Júnior e o projeto RPO da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Orestes; e a professora Guadalupe Vieira da Escola Municipal de Ensino Fundamental Edgard Coelho.
Nadir fez uma homenagem à coordenadora do Grupo Cultural Anastácia Ominira – Agentes Pastorais Negros do Brasil, Lourdes Concílio Machado. A solenidade contou com apresentação artística.
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