A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam) concluiu a obra de renaturalização de um trecho do leito do Arroio Kruze. A entrega ocorreu na sexta-feira (28), com a presença do prefeito, Ary Vanazzi e do titular da Semmam, Anderson Etter.
Conforme a prefeitura, a intervenção chamada de renaturalização, significa devolver as características naturais do rio, com ações que visam promover um aspecto natural que favorece tanto a harmonia paisagística quanto a flora e a fauna do corpo d’água.
Em três etapas
A obra foi executada em três macro etapas: o desassoreamento do antigo leito, a supressão árvores de espécies invasoras e plantio de vegetação nativa e a instalação de um sistema de recalque por fonte solar. Para a instalação do sistema de recalque e o desassoreamento do antigo leito do córrego foram investidos quase R$ 68 mil, por meio de compensação ambiental.
O planejamento da revitalização do Kruze iniciou em 2019. O objetivo é recuperar o leito antigo que passa pelo Parque Imperatriz. Segundo informações da Semmam, o trecho foi reconfigurado no final dos anos 1970, por conta de contaminação de efluentes e pela ocupação irregular entre a captação de água na Elevatória de Água Bruta do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae). O trecho original continha mais curvas, denominadas meandros, características desses locais e que ajudam na diminuição dos impactos até o encontro do arroio com o rio.
Busca pela preservação ambiental
Ary Vanazzi recordou que o Parque Natural Municipal Imperatriz Leopoldina foi inaugurado em dezembro de 2006, depois de uma série de ações envolvendo a transferência de famílias para o Loteamento Tancredo Neves e a recuperação ambiental da área que envolve também o leito do Kruze. “A constituição do parque envolveu uma obra complexa e extraordinária que tem uma importância histórica no contexto social, econômico e político. A ideia de criar o parque faz parte da nossa visão estratégica que busca a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico”, comentou.
Benefícios para a sociedade
Anderson Etter explicou que o projeto de renaturalização teve como conceito as Soluções Baseadas na Natureza (SBN), que consistem na reprodução e/ou reconstrução de recursos naturais para reduzir impactos ambientais e socioeconômicos das atividades humanas no planeta.
“Essa ação foi possível devido aos avanços dos índices de tratamento de esgoto doméstico e industrial que reduziram muito a carga poluente no arroio. O retorno ao leito original promoverá benefícios fundamentais para a sociedade, pois essa recuperação reflete diretamente na qualidade de vida, sendo nestes casos denominados como serviços ecossistêmicos. Outro ponto positivo é a composição paisagística do Parque Imperatriz, que passa a contar com mais um belo ambiente natural”, destacou.
Detalhamento da obra
De acordo com a prefeitura leopoldense, o desassoreamento foi efetuado por meio do emprego de escavadeira hidráulica com a observância e a orientação dos técnicos do Parque Imperatriz em atenção à eventuais espécies da fauna e da flora local que poderiam estar habitando ou em trânsito na área de intervenção. O transporte dos materiais foi realizado por caminhão caçamba em local situado no próprio Parque Imperatriz. O volume removido no assoreamento foi de 30 m³.
A supressão de espécimes invasoras e o plantio de nativas ocorreu no trecho desassoreado que corresponde ao curso existente entre o prédio do Observatório de Mudanças Climáticas e o portão principal de acesso ao Parque Imperatriz. Foram plantadas as espécies caliandra e manacá de jardim, sendo seis unidades de cada espécie. Todas as espécies são oriundas do viveiro municipal.
O replantio seguiu o conceito de aumentar a cobertura herbácea das margens do leito, com espécies nativas de áreas úmidas do município, e de reduzir um pouco a cobertura arbórea, substituindo as árvores invasoras por nativas de menor porte e copa menos densa, a fim de aumentar a incidência solar no leito e melhorar a visibilidade entre as margens.
Para a recomposição da margem direita, foi realizado o plantio de grama e instalado um sistema de irrigação. O trecho de intervenção tem o comprimento de 187 metros no curso d’água e área total incluindo intervenções nas margens, de 1.122 m².
Quanto à instalação de um sistema de bombeamento por fonte solar, trata-se de uma transposição que inicia junto ao atual leito do arroio Kruze em área próxima à guarita da elevatória de água bruta do Semae. Neste ponto está instalada a unidade de bombeamento composta de uma motobomba de 1kw, um conversor de frequência e seis placas fotovoltaicas com potência máxima total de 1.620 kwp. A estação de bombeamento é 100% auto sustentável e independente energeticamente devido ao aproveitamento da energia solar. A partir da unidade de bombeamento, o transporte de água é feito por meio de uma tubulação de 75mm e comprimento de 80 metros até o trecho desassoreado. A vazão de transposição está em 4 m³/h.
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