Sem aviso prévio, os motoristas tiveram um susto ao passarem nos postos de combustíveis e se depararem com o preço da gasolina comum nesta quinta-feira (3).
Em muitos locais, o preço que, na tarde da quarta-feira (2) era encontrado a até R$ 4,79 o litro, disparou. Em alguns postos, o aumento foi gradual, indo para R$ 5,19 na noite de quarta e passando para R$ 5,59 na manhã desta quinta. Já em outros, o valor ficou até 50 centavos mais caro da noite para o dia: indo de R$ 4,99 na quarta-feira, para R$ 5,59 na quinta.
Na manhã desta quinta, a reportagem do Jornal VS percorreu alguns estabelecimentos leopoldenses, e encontrou preços bem parecidos pelo litro da gasolina comum: entre R$ 5,56 e R$ 5,59. Os mesmos valores foram observados em municípios da região.
Somente neste ano, três situações influenciaram nos preços dos combustíveis brasileiros: a mudança na cobrança de ICMS, a volta dos impostos federais para gasolina e etanol e a mudança da regra de preços adotada pela Petrobras, que deixou de utilizar a política de preço de paridade de importação (PPI).
Procon vai fiscalizar postos nesta sexta
No início da semana, o Procon São Leopoldo havia divulgado a pesquisa mensal que realiza sobre os preços dos combustíveis. O levantamento referente ao mês de julho foi feito no último dia útil do mês, a segunda-feira (31). Nela, o menor preço do litro da gasolina comum foi de R$ 4,75, valor que se aproximava do preço praticado em janeiro e fevereiro (R$ 4,74).
Com o preço visto nesta quinta-feira, para encher um carro com um tanque de 50 litros o motorista gastaria R$ 42 a mais do que na segunda-feira. “Me surpreende (o aumento), porque não teve nenhum aviso do governo ou da Petrobras sobre ele”, disse o diretor do Procon-SL, Gilmar Valadares.
Ele confirmou ainda que a alteração abrupta nos preços gerou reclamações ao órgão, que deve fazer uma fiscalização nos postos nesta sexta-feira (4). “Pegamos a nota do que foi comprado e o recibo da bomba e fizemos um cálculo para ver se o valor cobrado está dentro da margem de 20%, que é o limite que pode ser aplicado”, explicou o diretor.
Possível hipótese tem relação com as distribuidoras
O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, ponderou que ainda não é possível avaliar com precisão o que causou o aumento, mas lança como hipótese a relação dos postos com as distribuidoras.
“Temos neste momento uma expectativa grande de movimentação, então as distribuidoras já estão com restrições de qualquer negociação”, avalia o presidente dizendo que há um risco de aumento nos combustíveis, embora até agora isso não passe de especulação.
De acordo com Dal’Aqua, essa expectativa de alta nos preços influencia o comportamento das empresas responsáveis por entregar a gasolina, o que impacta no preço final ao consumidor. “As distribuidoras vão represando as entregas porque vão ter mais lucro.”
Petrobras represada
Dal’Aqua diz que o cenário de possível alta nos combustíveis é motivado pela política da Petrobras, que não está acompanhando a cotação do combustível. “Todos estão sabendo que a Petrobras está represada em relação ao mercado internacional.”
Na avaliação do presidente da Sulpetro, esse comportamento da estatal, que no meio do ano alterou sua política de precificação, é o que deixa o mercado em compasso de espera.
Mesmo assim, Dal’Aqua reconhece que a região tem um cenário diferente. “O vale do Sinos é propício a descer e subir, tem essa característica de agressividade nos preços”, afirma, dizendo que não é possível explicar o que causa esse comportamento na região.
Contatos do Procon
Interessados em falar com o Procon-SL, para pedir informações ou denunciar irregularidades, podem entrar em contato de segunda a sexta-feira, das 9h às 14h, pelo telefone 2200-0355, ou diretamente no 1º andar da Prefeitura (Avenida Dom João Becker, 754, Centro). Durante a semana, das 14h30 às 18h, e nos sábados, das 9h às 18h, o atendimento é pelo telefone/whatsapp de plantão da fiscalização: (51) 9 9564-0574.
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