PLEITO

Partidos já se articulam para as eleições municipais de 2024

Nesta sexta-feira (6) faltará um ano para os eleitores escolherem prefeito e vereadores

Publicado em: 05/10/2023 09:10
Última atualização: 18/10/2023 20:42

No domingo, 6 de outubro de 2024, os eleitores terão novo compromisso com as urnas. Ou seja, amanhã estará faltando exatamente um ano para as eleições municipais que irão definir quem irá administrar a Prefeitura e quem serão os vereadores da gestão 2025-2028.

Os partidos políticos estão se articulando, já teve pré-candidatos trocando de partido, membros de diretórios se reunindo, projetando seus planos e estudando possíveis nomes para concorrer e há quem já tenha colocado o seu nome à disposição para a disputa.

O professor de Direito Eleitoral e Ciência Política da Unisinos, Gustavo Bohrer Paim, observa que as eleições municipais diferem bastante da nacional.

"As pautas são diferentes. As necessidades diferem na esfera municipal", destaca Paim, ressaltando a proximidade dos candidatos e eleitores no pleito municipal. "O eleitor conhece o seu candidato a prefeito e vereador e quer ver atendidas questões como o buraco na rua, o atendimento na saúde, a vaga na creche", explica, enquanto que na eleição para escolha de presidente, deputados e senadores, as necessidades são outras.

"É evidente que a pauta nacional é mais ampla. Em cidades maiores, como São Paulo, por exemplo, e outras capitais maiores até se assemelham, mas em cidades do interior, o perfil é outro", destaca o professor.

Paim também observa que o índice de reeleição no pleito municipal é muito alto: ficou em cerca de 70% na última eleição em 2020, quando o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT) se reelegeu e, portanto, no próximo ano, não poderá se candidatar.

Sem Vanazzi

Prefeito Ary Vanazzi Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial
De acordo com o professor de Direito Eleitoral e Ciência Política da Unisinos, "Vanazzi está acima do PT. Isso é um mérito dele. Vanazzi está acima da identificação do eleitor com o partido, com a relação de ideologia."

E não ter Vanazzi como candidato em 2024, traz um desafio ao PT: eleger candidato no próximo ano em São Leopoldo, única cidade da região metropolitana de Porto Alegre hoje com prefeito petista.

"Espero que a eleição do próximo ano seja pautada por projetos. Os nomes fazem parte dos projetos", afirma Ary Vanazzi, prefeito eleito em quatro pleitos.

PT tem dois pré-candidatos, segundo o prefeito

Vanazzi, que no fim de 2024 somará 16 anos como prefeito, destaca que trabalha com projetos. "São Leopoldo chegou a 6.ª economia do Estado. Agora cadastramos R$ 2 milhões em projetos no governo federal. O partido tem projeto de crescimento econômico e social com investimentos públicos e privados", destaca, ressaltando que o PT manterá a aliança com o PDT e está ampliando a aliança com outros partidos como o União Brasil.

O secretário de Cultura, Marcel Frison, e o presidente da Fundação Hospital Centenário, Nestor Schwertner, colocaram seus nomes à disposição como pré-candidatos, segundo Vanazzi.

Para o presidente do PT, Guilherme Louzada, a visão de que Vanazzi não estará na eleição de 2024 é equivocada. "Estará de corpo e alma. É o político de maior influência no Município", destaca, ressaltando seus quatro mandatos: de 2005 a 2012 e de 2017 até o fim de 2024. "Será nosso líder, nosso coordenador."

Nesta quinta-feira (5), de acordo com Louzada, será formado grupo de trabalho eleitoral para estabelecer a estratégia para as eleições. Ele destaca a aliança forte com o PDT. "Queremos manter. O PDT tem enorme potencial. Teremos muitas conversas para uma política de aliança ampla."

PDT quer ter candidato próprio para prefeito

Na segunda-feira (9), o PDT de São Leopoldo promove reunião do diretório para dar início a elaboração do plano de governo para 2025 a 2028. "Somos governo", lembra o presidente do partido, vereador Fabiano Haubert.

"Na última eleição concorremos a vice e tínhamos este acordo que na próxima eleição se inverteria e o PDT teria candidato para prefeito", recorda, lembrando que o partido perdeu a sua maior liderança: o vice-prefeito José Ary Moura, que faleceu em 5 de junho de 2022.

"Estamos construindo novos líderes", afirma Haubert. E lideranças já colocaram o seu nome à disposição para concorrer.

Haubert cita, além de seu nome, os vereadores Iara Cardoso e Adão Rambor, o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (Sedettec), Juliano Maciel, o diretor-geral do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), Geison Freitas, e o ex-candidato a prefeito de São Leopoldo, Ronaldo Teixeira, o Professor Nado, novamente filiado ao PDT. "São lideranças que colocaram o seu nome à disposição."

Segundo Haubert, será construído o plano e a partir de conversas dentro do partido e também com PT será definido o nome para a chapa majoritária. O diálogo também se estende a outros partidos como PSB, PV e PCdoB.

PL, Podemos e Cidadania já contam com pré-candidatos

Um nome que já concorreu nos dois últimos pleitos municipais deve voltar a disputar a Prefeitura: o delegado Heliomar Franco, ex União Brasil, filiado ao PL desde fim de junho, é pré-candidato.

Conforme assessoria, "é o nome que consegue agregar o maior número de partidos de direita. Pesquisas apontam também uma grande viabilidade para esta candidatura".

E deve haver ainda outro pré-candidato. Segundo o presidente do Cidadania, Marcus Vinicius Ortacio, "o partido Cidadania em parceria com Republicanos, se prepara para apresentar a candidatura do atual vereador Gabriel Dias a prefeito em São Leopoldo em 2024. Gabriel representa a renovação na política, que foge dos extremos e não pensa em fazer um governo para achar culpados, mas sim para encontrar soluções para as pessoas."

O vereador Hitler Pederssetti, atualmente no União Brasil, também será pré-candidato nas eleições municipais do próximo ano, mas pelo Podemos, partido para o qual migrará na janela eleitoral de março.

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