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INUNDAÇÕES EM SÃO LEOPOLDO

"Não é só um trabalho, é uma vida": Cheias deixam rastro de destruição no comércio

Enquanto limpam seus estabelecimentos, vendedores e proprietários fazem os cálculos do rombo financeiro

Publicado em: 14/05/2024 às 21h:05 Última atualização: 14/05/2024 às 21h:07
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Após uma inundação histórica que atingiu não apenas a cidade de São Leopoldo, mas todo o Rio Grande do Sul, o comércio do centro da cidade tem agora um outro desafio para enfrentar: o rastro de destruição financeiro deixado pelas águas que tomaram conta de suas lojas.

Diversas lojas continuavam fechadas nessa terça-feira na Rua Independência



Diversas lojas continuavam fechadas nessa terça-feira na Rua Independência

Foto: Amanda Krohn/Especial

Andressa Antunes Bitello Pinheiro, de 27 anos, é atendente em uma loja de crepes na Rua Independência. Enquanto limpava o local ao lado da proprietária, Sônia Ardengue Modeste, Andressa comentou a situação. “Tivemos que ficar fechados por uns dez dias e começamos a limpeza hoje, mas está sendo bem difícil, porque perdemos bastante coisa aqui”, relata.

“Foi a primeira vez que precisei fechar”

Sônia conta que fundou a lanchonete há 26 anos e nunca viu nada parecido. “Foi a primeira vez que precisei fechar, nunca precisei ficar sem trabalhar. Abríamos em feriado, ano-novo…”, lembra. “Isso não é só um trabalho, é uma vida. São filhas que eu formei, coisas que conquistei, noites de chuva, dias de calor…”, prossegue. A proprietária estima que será necessário, no mínimo, cinco meses para a recuperação financeira.

Arlei Cristiano Trindade é dono de uma loja de roupas, também na Rua Independência. Ao contrário de Sônia, ele abriu sua loja há menos tempo: em 11 de agosto de 2023. Em menos de um ano da abertura do estabelecimento, já possui um grande desafio para enfrentar.



“A gente está começando de novo e com medo de essa água voltar. Estamos meio que acampados aqui, com alguma mercadoria, algumas a gente já ergueu de novo…”, desabafa. “Começamos a limpeza ontem, depois de ter ficado fechado por oito dias. Tínhamos preparado bastante mercadoria para o Dia das Mães, que todo mundo fala que é um segundo Natal, né? Mas não chegamos a abrir, porque no sábado deu muita tempestade. Vamos levar pelo menos quatro meses para recuperar as finanças de novo”, finaliza.

CDL ainda tenta contato com lojistas

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Olinto Meneghon, afirma que a entidade ainda tenta analisar o tamanho do prejuízo causado pelas inundações. “Eu ainda não tenho nada específico sobre cálculo de despesas porque teve muitos lojistas que nós nem conseguimos entrar em contato ainda. Mas já sabemos que é enorme: temos um associado, apenas um, que teve quase um milhão de reais em prejuízo”, diz. “A CDL, junto com a nossa Confederação Nacional de CDLs, está desenvolvendo um projeto de subsídios aos associados de cada região. Ainda não estamos com o projeto pronto, isso foram conversas que tivemos na semana passada”, acrescenta.

Para finalizar, o dirigente lamenta toda a catástrofe ocorrida. “É inconcebível o tamanho das perdas, é uma tristeza vermos nossos amigos, lojistas, empresários, passarem por isso. A perda é gigante, então tem que haver alguma ajuda para a reconstrução”, conclui.

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