SÃO LEOPOLDO
Música e ações especiais marcam retorno às aulas em quatro escolas atingidas pela enchente
Depois de passarem por limpeza e reformas, instituições severamente afetadas pelas cheias começaram a retomar atividades
Última atualização: 05/07/2024 10:35
Quatro escolas municipais que foram severamente atingidas pelas enchentes voltaram às aulas nesta quarta-feira (3), em São Leopoldo. Com grandes prejuízos e perda de materiais, elas passaram por reformas na estrutura e se adaptaram para voltar a receber alunos após dois meses sem atividades.
Foto:
Priscila Carvalho/GES-Especial
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É o caso da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Rui Barbosa, no bairro Vicentina. Por lá, o retorno teve cartazes de boas-vindas, balões, decorações nas salas, lanche especial e até música, com direito a “festinha” nas turmas de Educação Infantil. “Cada professora organizou na sua sala como ia fazer a recepção e a escola está fornecendo pipoca pra eles e, na saída, vamos dar pirulito”, comentou a diretora, Adriana Limberger.
Além disso, numa dinâmica de acolhida, o oficineiro do programa Mais Educa, Dalvani Azevedo, apresentou músicas em seu violão, diretamente nas turmas. “A gente pensou em alguma coisa que fosse mais diferente, né? A escola é referência pra eles e passou pelo mesmo que eles passaram”, lembrou a diretora.
98,5% dos alunos atingidos
A instituição, que tinha cerca de 700 matriculados antes da enchente, teve em torno de 10 salas atingidas pela água, além da secretaria, direção, sala dos professores, a biblioteca e o refeitório.
Para o retorno, todas foram limpas, pintadas e tiveram os pisos trocados, mas algumas ainda precisam de móveis e portas novas. Por isso, as salas disponíveis foram adaptadas para receberem os estudantes. A biblioteca também já foi higienizada e pintada, mas todos os livros foram perdidos, atingidos pela água. “A gente entrou na escola dia 22 de maio”, contou Adriana, sobre a primeira vez que conseguiu entrar na instituição, após a água baixar.
Além do educandário, e de funcionários e professores, grande parte dos alunos teve a casa inundada. “Fizemos uma enquete e 98,5% foram atingidos”, lamentou a diretora.
Contando os dias
O casal de professores, Carla Gonçalves e Alex Sandro de Morais, trabalha na escola e resolveu morar em São Leopoldo, depois que a casa em Canoas foi atingida pela enchente. “Vamos tentar aqui até o final do ano e depois retomamos a vida”, resumiu ela, relembrando o baque de ver a moradia e o local de trabalho serem tomados pela inundação. “O primeiro vídeo que circulou na rede, inclusive, foi da minha sala, no Espaço de Aprendizagem. Foi o choque da casa, depois o do Espaço de Aprendizagem, que tinha sido todo reformulado esse ano. Temos fotos do antes e depois, então, foi impactante”, relatou Carla.
Entre os alunos, Lara Vitória Machado dos Santos, 9 anos, também precisou sair de sua residência com a família por conta da água. “Dava pra passar de barco por cima da casa”, contou a menina, que estava ansiosa para retornar à escola. “Eu contava os dias pra vir. Na escola, eu gosto de comer, brincar e gosto muito de fazer prova de matemática.”
Próximos retornos
Também retomaram as aulas nesta quarta-feira as EMEFs João Belchior Marques Goulart, Padre Orestes João Stragliotto e EMEF Francisco Cândido Xavier, ambas do bairro Santos Dumont.
Nesta quinta-feira (4), as atividades retornam na EMEF Maria Edila da Silva Schmidt, do bairro Rio dos Sinos. Na segunda-feira (8), será a vez da EMEF Castro Alves, do bairro Vicentina, receber novamente seus alunos. Segundo a Smed, até o dia 17 de julho, outras nove escolas devem retomar as aulas.