37ª EDIÇÃO

Movimento intenso marca o último dia da Feira do Livro de São Leopoldo

Milhares de visitantes passaram pelo espaço montado na Praça da Biblioteca neste domingo

Publicado em: 02/10/2023 09:29
Última atualização: 18/10/2023 20:23

O dia de sol e temperatura agradável foi um atrativo a mais para quem quis aproveitar um passeio na 37ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos, a feira leopoldense. Com diversas atrações ainda na agenda, neste domingo (1º), último dia de evento, milhares de pessoas passaram pela Praça 20 de Setembro, conhecida como Praça da Biblioteca, e curtiram as apresentações culturais, a praça de alimentação e, claro, as bancas de livreiros.

Último dia de feira do livro registrou bom público na Praça da BibliotecaPriscila Carvalho/GES-Especial
Último dia de feira do livro registrou bom público na Praça da BibliotecaPriscila Carvalho/GES-Especial
Último dia de feira do livro registrou grande público na Praça 20 de Setembro, a da BibliotecaPriscila Carvalho/GES-Especial
A grande presença de público chamou a atenção inclusive de quem estava na organização do evento. "Ano passado tivemos uma presença meio tímida nos dias que as escolas não estavam. Este ano, não", comparou a assessora de assuntos intersetoriais da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Renata de Matos, uma das que estava à frente da iniciativa.

Saldo positivo

Renata ponderou que o objetivo da feira não é vender livros, mas "construir leitores", e avaliou que a edição 2023 cumpriu o projeto de se consolidar como um evento da cidade, aumentando a cultura de acesso à boa leitura. "Percebemos que, mesmo com chuva, os munícipes e os estudantes se apropriaram desse espaço, e além da rede municipal, tivemos a presença das escolas estaduais e particulares", salientou, citando que já há a percepção de que o evento precisará ser maior no ano que vem, a fim de comportar a demanda de visitantes e estandes.

"Entendemos que uma cidade que cultua bons livros é mais humanitária, mais diversa, celebra a diversidade. E foi isso que vimos: a feira se tornou espaço de experiência e convivência. E todos crescemos com isso, tanto livreiros, como público. O saldo é extremamente positivo", concluiu.

Atrações artísticas lotaram o palco principal neste domingo Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

“A comunidade abraçou o evento”

Entre os livreiros, as análises também foram boas. “Todos os dias deu bastante movimento. Mesmo com a chuva, as escolas vieram, trouxeram bastante alunos. Saíram boas obras”, afirmou Leila Maribel, que trabalhou no estande da Baú Cultural, de Cachoeirinha.

“Ano passado estava bom, mas a infraestrutura não. Este ano, a infraestrutura bateu recorde. Os contêineres foram maravilhosos. Os alunos desciam dos ônibus e todos os lugares tinham cobertura, eles não se molhavam. Teve incentivo para as escolas ampliarem suas leituras na biblioteca, com os professores escolhendo as obras", enumerou, elogiando a feira. "Fiquei bem contente no geral, com as vendas, com a infraestrutura. Estão de parabéns!”.

No estande da Prefácio, de Porto Alegre, que participou pela primeira vez da feira leopoldense, os comentários também foram positivos. “Eu achei que a comunidade abraçou o evento. Vieram bastante pessoas desde a abertura da feira. Achei bem interessante. O incentivo do voucher para as crianças também achei muito legal”, disse. “O movimento na banca foi bom, os professores vieram, o pessoal quis comprar literatura de qualidade”, ressaltou a vendedora do estande, Adriana Monteiro.

Público também elogiou

A estrutura e as atrações artísticas também foram elogiadas pelo público. Daniela Soares, 41 anos, ainda não tinha ido na feira este ano e aproveitou o domingo para curtir com a prima e o filho Antônio, de 4 anos, no local. “A feira está bem legal. Tem tudo, tem água, a estrutura está boa. Assistimos uma apresentação (no palco principal) muito legal mesmo”, opinou.

A professora Jéssica Ferreira, 32, levou a filha Raíssa, de 6 anos, para aproveitar o domingo de sol na feira. “Achei bem legal, tem bastante de diversidade de livros”, comentou. “Eu gosto de ler. Peguei esse livro do coelho e esse do cachorro”, disse a menina, mostrando os livros que adquiriu no espaço.

Raíssa, 6 anos, mostra os livros que comprou na feira Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Tema deste ano foi “Uma cidade viva conta suas histórias. Rumo ao Bicentenário"

A 37ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos teve como tema “Uma cidade viva conta suas histórias. Rumo ao Bicentenário”. O evento foi uma realização da Prefeitura de São Leopoldo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult) e da Secretaria Municipal de Educação, com co-realização do Sesc-Fecomércio São Leopoldo e apoio do Sicredi, Sebratel e do Semae.

Entre os lançamentos literários, Cabeça de Árvore, de Magali Schmitt

Um dos destaques do último fim de semana da Feira do Livro de São Leopoldo foi o lançamento da obra Cabeça de Árvore - E Outras Histórias Sem Pé Nem Cabeça, da jornalista e escritora Magali Schmitt, que ocorreu no Espaço Literário.

Este é o quarto livro da autora, mas é o primeiro especificamente de contos. "Eu escrevo desde sempre e, na verdade, as coisas vão acontecendo em uma ordem aleatória. Então, seguindo essa lógica, agora estou publicando um livro de contos, que são textos mais rápidos e fluidos", explica Magali.

"Normalmente, o caminho é iniciar em crônicas e, depois seguir para uma obra mais aprofundada como um romance. No entanto, alguns autores passeiam tão bem por esse gênero que, inclusive, não têm a pretensão de produzir um livro de uma história só e têm uma produção riquíssima", contextualiza.

Versátil

Magali comenta que se considera uma autora versátil, que brinca um pouquinho com cada coisa, falando sobre as outras obras já lançadas.

"O 40 na Cabeça, por exemplo, fala da minha experiência com a crise dos 40. O Meu Vampiro Predileto é uma aventura de realismo mágico com a proposta de ser diferentão e quebrar um pouco as regras do status quo da literatura atual, daquilo que está posto: a personagem interfere o tempo todo na condução, driblando os narradores. É um texto que vai pegar o leitor mais atento aos detalhes e às referências", destaca a autora.

"Já A Casa da Torre é uma narrativa longa, um romance histórico que se passa na época do Brasil Colônia e que se apoia em fatos daquele momento para criar uma personagem forte feminina forte e determinada que representa todas as pessoas que ajudaram a construir o Castelo Garcia D'Ávila, na Praia do Forte (BA) - uma das primeiras edificações fortificadas do País e onde perdurou, por três séculos, o maior morgado brasileiro - e sequer são mencionadas", descreve.

Livro de Magali Schmitt foi lançado ontem, na feira Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

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