No auge da festividade carnavalesca do Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, um evento que celebra a diversidade e a cultura brasileira, a moradora de São Leopoldo e Miss Universe Trans, Luanna Isabelly, denuncia que foi vítima de transfobia.
O ataque, conta Isabelly, veio do influenciador digital norte-americano Darren Jason Watkins Jr., conhecido como IShowSpeed. O incidente ocorreu na noite do dia 12 de fevereiro de 2024.
Como aconteceu
Enquanto Luanna desfrutava dos desfiles das escolas de samba no camarote número 1 da Brahma, destinado para famosos, ela foi abordada por Speed, que fazia uma transmissão ao vivo para seu canal no YouTube. Inicialmente, ele direcionou perguntas sobre o estado civil e idade dela.
Nas imagens, ao saber que Luanna tinha 28 anos, o youtuber vira-se para a câmera e repete o número “28”, insinuando que Luanna não fosse uma mulher e usou a expressão “talvez temos um impostor entre nós”.
O youtuber repete o número “28” com o tom de voz grave. Ele ainda lança comentários desrespeitosos e transfóbicos, zombando da voz e identidade de gênero da moradora de São Leopoldo em uma live, perante sua vasta audiência internacional.
O vídeo foi compartilhado em diversas redes sociais e chegou a ter mais de um milhão de visualizações.
Foto: Arquivo pessoal
“Ele demostra pelo vídeo que é inadmissível ter uma aparência de uma mulher cis e não ser uma mulher cis, que eu seria uma impostora, enganando a sociedade e a ele. Ele faz um tom de voz grave e pejorativo, tentando me diminuir, é muito difícil. Fiz um boletim de ocorrência em uma delegacia no Rio de Janeiro”, disse Luanna Isabelly.
Miss Universe Trans Brasil emite nota oficial sobre o caso
Foto: Arquivo pessoal
Diante do caso envolvendo Luanna Isabelly, a coordenação do Miss Universe Trans Brasil emitiu uma nota de repúdio veemente, condenando a atitude transfóbica de Speed.
“Este incidente, tornou-se um exemplo doloroso da violência simbólica e psicológica que muitas pessoas trans enfrentam. É inadmissível vivenciarmos a transfobia em um país onde a expectativa média de vida de travestis e transexuais é de apenas 35 anos e que se mantém na liderança do ranking de assassinatos de pessoas transexuais e travestis pelo 15° ano consecutivo”, informa a coordenação do Miss Universe Trans Brasil.
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