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INFLAÇÃO

Materiais escolares estão 22,6% mais caros em 2024

Consumidores reclamam dos preços altos, mas movimento não reduz

Publicado em: 14/02/2024 às 07h:00 Última atualização: 14/02/2024 às 09h:16
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A lista de materiais escolares neste período de volta às aulas está 22,6% mais cara do que a mesma época em 2023, no que diz respeito aos maiores preços praticados. É o que diz a pesquisa de preços do Procon São Leopoldo referente ao mês de janeiro, que analisou mais de 50 itens. Já nos menores preços, o aumento foi de apenas 1%.

A professora Alessandra compra seus materiais todo ano para elaborar os planos de aula



A professora Alessandra compra seus materiais todo ano para elaborar os planos de aula

Foto: Amanda Krohn/Especial

No entanto, o aumento percentual não foi tão alto quanto de 2022 para 2023, quando a inflação foi de 65,8% nos maiores preços praticados e de 22,7% nos menores preços.

Itens mais caros e variações nos preços

Neste ano, os itens mais caros são o apontador de lápis com depósito, que apresenta uma diferença de 1669,2% entre o menor e o maior preço praticado; e o esquadro 60º, com uma diferença de 1257,9% entre o menor e o maior preço praticado.

No ano passado, esses itens apresentavam, respectivamente, uma diferença de 240,0% e de 326,1% entre o menor e o maior preço praticado. Naquele caso, os mais caros eram o lápis de cor aquarelável com 12 cores, cuja diferença era de 783,3% entre o menor e o maior preço praticado; e o caderno de desenho pequeno sem seda, cuja diferença era de 235,2%.

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No caso dos cadernos, os preços variam entre R$2,49 e R$17,41, no caso dos pequenos; R$ 6,98 e R$51,90; no caso dos universitários de uma matéria; e R$10,98 e R$31,90, no caso dos cadernos grandes, com dez matérias. Itens como caneta esferográfica preta, caneta hidrocor 12 cores e caneta esferográfica 4 cores apresentam, respectivamente, as seguintes variações: R$0,90 a R$2,00, R$0,90 a R$2,00 e R$2,70 a R$5,90.

Os lápis nº2, aquarelável 12 cores, HB-3B e HB-6B possuem as seguintes faixas de preço, respectivamente: R$3,25 a R$8,20, R$0,60 a R$5,30, R$7,80 a R$31,90 e R$0,98 a R$2,30. O papel é separado entre as seguintes categorias: A4 branco com 100, A4 colorido com 100, unidade de papel crepom e folhas de desenho com 50. Respectivamente, os preços variam de R$ 4,69 a R$9,90; R$6,30 a R$13,90, R$1,98 a R$2,50 e R$1,15 a R$ 4,90.

Procon analisou mais de 50 itens em sua pesquisa



Procon analisou mais de 50 itens em sua pesquisa

Foto: Gabriel Renner/GES

As unidades de cartolina simples e cartolina colorida dupla face variam de R$1,35 a R$ 2,70 e de R$14,00 a R$31,90. Há ainda a cola bastão de 8g, que varia entre R$1,25 e R$2,50; e o transferidor 360º, que varia entre R$ 1,15 e R$ 4,99. Para verificar outros itens, confira a tabela completa do Procon São Leopoldo.

Movimento persiste

A gerente comercial Denise da Silva, que trabalha em uma papelaria na Rua Independência, afirma que mesmo com os preços salgados, o movimento continua tão alto quanto no ano anterior. “A loja costuma ficar bem cheia nas semanas que antecedem o início do ano letivo e também na primeira semana de aulas, já que algumas escolas só entregam a lista de materiais no primeiro dia do ano letivo”.

Para a pedagoga Tatiane de Almeida Dias, de 32 anos, moradora do bairro Fião, o aumento nos preços é ruim, mas não é um grande peso. Mesmo com a inflação, ela leva seu filho de nove anos Augusto de Almeida Blentz para escolher os materiais como uma forma de incentivar o gosto pelos estudos.

Mesmo com a inflação, Tatiane leva seu filho Augusto junto como forma de incentivo



Mesmo com a inflação, Tatiane leva seu filho Augusto junto como forma de incentivo

Foto: Amanda Krohn/Especial

O menino, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e está indo para o 4º ano, escolheu seus personagens favoritos para estampar a capa dos cadernos. “Gosto do Sonic, de Minecraft e do Mário, mas meu favorito é o Minecraft”, conta Augusto. Fã de videogames, o menino revela que sua matéria favorita é matemática. “Eu uso a matemática nos jogos também, tem alguns que são de cálculo”, continua.

Embora ter o filho junto represente um gasto maior, Tatiane sente que vale à pena. “Acho importante para ele gostar da escola, valorizar o material e entender a importância de cuidar”, explica. “Eu acompanho ele desde o início, a gente conversa muito sobre a compra, até que ponto podemos gastar ou não, fazemos trocas e adaptações de acordo com os valores…”, continua.

E não são só os estudantes que buscam por materiais nesta época do ano: a professora Alessandra Simão, de 30 anos, do bairro Campina, precisa de itens para elaborar seus planos de aula. “Eu me abasteço de coisas para o ano letivo e vejo que algumas coisas estão bem caras, como os planners, por exemplo, que estão na moda”, observa. “Acho que tudo o que tá na moda fica mais caro, né? Algumas coisas não mudaram tanto o preço, mas outras aumentaram bastante, fora que algumas escolas exageram na lista de itens para os alunos”, acrescenta.

Embora os preços estejam altos, Alessandra consegue driblar a inflação graças ao vale-compras de seu marido, Eduardo Reis, de 27 anos. “A empresa em que ele trabalha é parceira da papelaria, então ele ganha uma porcentagem do salário dele para usar na compra de materiais escolares. Como ele não usa, eu aproveito esse convênio”, explica.

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