SÃO LEOPOLDO

Magal Touba celebrou a liberdade religiosa de imigrantes senegaleses nesta sexta-feira

A comemoração religiosa relembra a luta contra a colonização e celebra a resistência da fé senegalesa

Publicado em: 23/08/2024 21:13
Última atualização: 27/08/2024 17:10

Em um evento gratuito e aberto à comunidade, a festa senegalesa Magal Touba reuniu diversas pessoas no Restaurante Baldo (Rua Marquês do Herval, 2093) nesta sexta-feira (23), em São Leopoldo.

Evento ocorreu no Restaurante Baldo, de forma gratuita e aberta à comunidade Foto: Amanda Krohn/Especial

A atividade, que iniciou de manhã e terminou apenas à noite, contou com café da manhã, almoço, jantar e recitação de poemas muçulmanos, além de dois cenários para registro de fotografias. Segundo um dos organizadores do evento, Mahmoud Fall, a celebração é uma homenagem ao líder religioso Cheikh Ahmadou Bamba, que lutou contra a colonização francesa nos anos 1870 no Senegal de forma pacífica, mesmo sendo exilado, para que seu povo pudesse exercer a sua fé. 

"Ele pediu para nós agradecer a Deus, que Deus é único, foi Deus que protegeu ele para ele viajar e voltar. É esse o dia que está acontecendo a cada ano", explicou Mahmoud.

"É muito mais fácil conseguir comida aqui"

Com apenas 7 anos de idade, a menina Mame Diarra Amar conta sobre a experiência de sua família no Senegal e no Brasil. Há mais de dez anos, sua mãe, Mame Diarra, de 43 anos, imigrou para o Brasil na esperança de poder prover mais à sua família. 

Segundo Mame Diarra, viver no Brasil também não é tão simples: "o aluguel é caro, a comida é cara...", disse, ao que sua filha completou: "mas é muito mais fácil conseguir comida aqui, né, mãe? Lá no Senegal é difícil, tem que ir tudo a pé". 

A pequena Mame não resistiu à câmera e pediu para tirar uma foto em um dos cenários disponíveis Foto: Amanda Krohn/Especial

As amigas Seynabou Lo e Mariama Diouf contaram, juntas, sobre seus motivos para virem ao Brasil Foto: Amanda Krohn/Especial

Para a menina, tudo no Brasil é mais fácil. "Aqui é muito mais bom porque aqui tem muito mais água", comenta. Encantada pela câmera, Mame Diarra Amar logo pediu: "tia, tira uma foto minha?", arrancando risadas de outras imigrantes enquanto dedicava toda a sua espontaneidade às poses. A mãe, que ainda não estava caracterizada, optou por não aparecer nas imagens.

As amigas Seynabou Lo, de 23 anos, e Mariama Diouf, de 30, também imigraram em busca de melhores condições de vida. Com a ajuda de um amigo para traduzir a conversa, elas contaram que vieram ao Brasil para trabalhar. "Nós viemos aqui buscar a vida boa para ajudar nossa família lá", explica Seynabou. A gente fica aqui por um a três anos e depois voltamos para casa, ficando lá por dois meses", ajuda Mariama.

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