LEVANTAMENTO
Itens da cesta básica estão mais caros em outubro em São Leopoldo
Pesquisa do Procon leopoldense apontou alta de 5,91% em comparação com o mês anterior; feiras são alternativas aos consumidores
Última atualização: 19/10/2023 13:13
Após indicar uma redução de mais de 7% no preço total da cesta básica em São Leopoldo no mês de setembro, em comparação a agosto, a pesquisa mensal realizada pelo Procon do município apontou alta no mês seguinte. Conforme o levantamento, realizado na segunda semana de outubro e divulgado na última segunda-feira (16), o menor custo ficou em R$ 676,14, um aumento de 5,91% em comparação ao mês anterior.
A pesquisa faz o registro de preços de 27 produtos compreendendo a alimentação, higiene pessoal e limpeza, em quantidade para o consumo familiar. Por meio dela, é possível observar que os produtos com maior aumento foram: batata (60%), cebola (51%) e salsicha (43%). Já os itens com maior redução nos valores foram o sabonete (-36%), feijão (25%) e sal (-22%). Os dados ficam disponíveis para consulta no site da Prefeitura.
Em setembro, a cesta de menor valor fechou em R$ 638,41, sendo justamente batata (-55%) e cebola (-40%), os itens que mais tiveram redução naquela oportunidade. Os produtos com maior elevação foram a água sanitária (31%), o tomate (29%) e o óleo de soja (24%).
O Procon ressalta que a pesquisa indica os preços praticados na data do levantamento e podem sofrer variações no decorrer do mês devido à disponibilidade de estoque, por exemplo.
Feirantes tentam “segurar” preços
Uma das alternativas para quem procura preços mais em conta, especialmente nas verduras e frutas, são as feiras, embora alguns produtores já comecem a sentir os efeitos do clima.
Produtor de Capela de Santana e feirante na Feira Livre Leopoldense há 20 anos, Gabriel da Silva Flores, de 43 anos, conta que, por enquanto, não sentiu um impacto tão grande nos itens que vende. “Mas, a longo prazo, vamos ter impacto no pêssego, na uva, que são culturas que dependem de pouca chuva. Tem vizinhos meus que ainda não plantaram arroz por causa da chuva. Então, esse transtorno de agora vai gerar impacto mais frente”, analisou.
Ele disse que tem tentando segurar alguns aumentos de preços, principalmente de frutas fora da época por aqui e que vêm de fora do estado. “A gente acaba absorvendo um pouco, porque não podemos repassar tudo, se não perdemos o cliente. Então, temos que ter esse jogo de cintura também”, destacou. “Às vezes não conseguimos acompanhar (os preços em mercados), mas o nosso diferencial é a qualidade, porque é uma mercadoria mais fresca, e o atendimento, que é mais próximo do cliente”.
Morador de Porto Alegre e feirante em São Leopoldo e na capital, Élcio Gomes, 52 anos, também tem procurado manter os preços mais em conta. “Deu uma subida essa semana, mas eu não repassei ainda”, contou ele, que costuma pegar os produtos na Ceasa.
“E a tendência é aumentar mais. A fruta da época é o pêssego, mas já entrou com preço mais alto”, exemplifica, lembrando que as chuvas dos últimos dias ainda devem influenciar mais. “Temos que aguardar mais uns 15 dias pra ver”, salientou. Gomes também observa que os preços aumentara e, depois de estabilidade, não baixaram mais. “Subiu, parou e não desce. Esse é o problema, porque em algum momento temos que repassar”, lamentou, citando ainda os custos de produção, de logística e de mão de obra, por exemplo, que encarecem os itens.
Consumidoras fazem pesquisa
Moradora do Centro, Sara Guimarães, 56 anos, conta que faz pesquisa e costuma comprar verduras e frutas somente nas feiras. “Normalmente, os produtos da feira, além de serem mais saudáveis, são bem mais baratos. Eu não gosto de verduras embaladas e aqui eu posso escolher de um tamanho menor, só pra mim”. Para economizar em outros itens, ela diz que procura comparar os preços oferecidos nos mercados e aproveitar as promoções, especialmente quando vai ao estabelecimento para comprar um produto específico e acaba encontrando descontos. “É tudo questão de oportunidade. A gente vai comparando e fazendo as compras. Se não pesquisar, não tem como”.
Para a consumidora Solange Eltz, 58 anos, a feira também se torna mais atrativa por conta dos produtos orgânicos. “Eu gosto dos orgânicos da feira, porque não tem agrotóxicos. Mas, de resto, às vezes acho mais em conta em mercados”, comentou, lembrando que nos estabelecimentos até coisas básicas estão com preço maior. “Altíssimos! Não sei o que aconteceu, mas deu um salto”, avaliou. “Hoje em dia, a gente tem que fazer pesquisa, se não, fica inviável.”
Denúncias
Para denúncias ou informações, consumidores podem entrar em contato com o Procon São Leopoldo pelos telefones (51) 2200-0355 e (51) 2200-0455; e-mail procon@saoleopoldo.rs.gov.br; diretamente no local, que fica no andar térreo da Prefeitura (Av. Dom João Becker, 754), das 9h às 14h, de segunda a sexta. Deve-se relatar o fato, apresentar fotos, nota ou cupom fiscal de compra, endereço e nome do estabelecimento.