A comunidade já está acostumada e apoiando cada vez mais o trabalho do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani, da Guarda Civil Municipal (GCM). O trabalho recebe constantes elogios e até provoca emoção em alguns resgates de animais silvestres. Criado em março de 2016, o GDA completou, nesta semana, sete anos. Para marcar a data, ocorreu um monitoramento no Rio dos Sinos alusivo ao Dia Mundial da Água, celebrado na quarta-feira. A secretária municipal de Segurança e Defesa Comunitária, Giselda Matheus, e o diretor-geral da GCM, José Carlos Pedrozo, fizeram a ação.
A embarcação do GDA saiu do atracadouro na Rua da Praia e seguiu até a Base Ecológica do Rio Velho. “Nossos agentes auxiliam no monitoramento e na fiscalização. São ações que ocorrem no período da piracema e também ao longo do ano. Temos uma preocupação com a preservação dos diques que mantêm a cidade segura em caso de cheias do rio. O Sinos é elemento fundamental da história de São Leopoldo e temos que preservá-lo”, enfatiza Giselda.
A titular do Semusp explica que o grupamento é uma estrutura da GCM que realiza o resgate de animais silvestres, fiscaliza parques e as margens do Rio dos Sinos, entre outras atribuições. Ela lembra que é possível acionar o serviço de resgate de animais através do telefone 153, da GCM, além de fazer denúncias.
Resgates
Para se ter uma ideia do trabalho do grupamento, somente em 2022, o GDA atendeu 906 ocorrências envolvendo animais no Município. Um aumento considerável em relação aos últimos anos. Em 2021, foram atendidas 370 ocorrências envolvendo animais silvestres. E, em 2020, o GDA atendeu 218 casos. Algumas são relacionadas com animais domésticos como gatos, cavalos e cães vítimas de maus-tratos. Outras são com animais silvestres como aves de grande porte como uma seriema, de médio como corujas e pequenas como sabiás, trinca-ferro, canários-terra e azulões.
No resgate de animais silvestres há casos com gambás, jabutis, ouriços e serpentes, algumas venenosas, como cobra-coral. Só em março, foram resgatadas duas serpentes, sendo uma em um pátio de uma casa no Duque de Caxias e, outra, em uma casa no Cristo Rei.
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Formação para manejo e contenção
Para aprender sobre a captura e o manejo de animais silvestres, agentes do GDA participam de capacitações que são promovidas pelas equipes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) para se familiarizarem com equipamentos e técnicas para contenção dos animais com segurança. A última formação ocorreu ano passado no Zoológico Municipal de Canoas e foi coordenada pela bióloga Gabriela Souza e pela veterinária Isadora Favreto. O GDA também recebeu capacitação para uso de embarcações.
Áreas verdes em espaço urbano
E o trabalho do GDA ganha ainda mais importância por conta de espaços verdes, abrigo para inúmeros animais silvestres em plena área urbana, como o Parque Imperatriz, com quase 700 hectares. Aliás, o Imperatriz é um dos pontos para reintegrar animais à natureza, assim como a Base Ecológica do Rio Velho. O nome do grupamento é uma homenagem ao agente Pavani, que faleceu por complicações causadas pela Covid-19, em 2020.