Reajuste nas bombas

Gasolina chega a ter variação de 20 centavos em postos leopoldenses após alta do ICMS

Alguns postos ainda tem a gasolina com preço antigo nas bombas; mas maioria já reajustou valor com a mudança da cobrança do ICMS

Publicado em: 01/02/2024 15:35
Última atualização: 01/02/2024 15:36

Os motoristas podiam encontrar na tarde desta quinta-feira (1 de fevereiro) o litro da gasolina de R$ 5,35 a R$ 5,59 nos postos de São Leopoldo.

O valor mais baixo ainda era referente ao reajuste feito na terça (30) para quarta-feira (31), quando todos postos que tinham preços promocionais entre R$ 5,13 e R$ 5,19 elevaram os preços para entre R$ 5,33 e R$ 5,39 para adequá-los à nova taxa de ICMS, que começou a ser cobrada neste 1 de fevereiro.

Alguns postos leopoldenses ainda mantinham na tarde desta quinta-feira (1 de fevereiro) o preço sem a alta do ICMS Foto: Amanda Krohn/Especial

Em um posto que ainda cobrava R$ 5,36 a razão para o preço “mais baixo” era que a gasolina que estava sendo vendida ainda era do estoque com o valor sem reajuste do ICMS.

“Mas o preço deve aumentar até a noite quando acabar esta gasolina ainda com o valor sem a alta do imposto”, explicava um frentista, que não sabia ainda o valor exato para o qual o litro iria, mas acreditava que seria em torno de R$ 5,56 e R$ 5,59, preço médio adotado em praticamente todos os postos do Vale do Sinos.

O mesmo valia para o diesel, que em alguns postos tinha o preço de R$ 5,69 e em outros, ainda sem reajuste, se cobrava R$ 5,49. A explicação era a mesma: de que o valor mais baixo ainda era referente ao combustível adquirido sem a incidência da alta do ICMS.

Anderson Oliveira, comerciante, 57 anos, até chegou a abastecer no fim de semana, antes dos reajustes. “Tava em R$ 5,13. Mas como moro em Ivoti e trabalho em São Leopoldo, acabo gastando mais gasolina e resolvi pegar o valor de R$ 5,39 - ainda sem a alta do ICMS em cima - antes que suba mais ainda. Até porque quero ir para praia no fim de semana, e lá a gasolina é ainda mais cara.”

O aumento dos combustíveis

Gasolina, diesel e gás de cozinha em botijão ficaram mais caros para o consumidor final a partir desta quinta-feira (1º) em todo o País. É consequência do início da vigência de novos valores de ICMS aprovados em outubro do ano passado pelos governos estaduais.

No caso da gasolina, o ICMS vai subir R$ 0,15, chegando a R$ 1,37 por litro. Com isso, o preço médio ao consumidor no País vai de R$ 5,56 para R$ 5,71, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

No diesel, a alta do ICMS será de R$ 0,12, chegando a R$ 1,06 por litro. Já a alíquota do gás de cozinha foi definida em R$ 1,41 por quilo, aumento de R$ 0,16 em relação ao vigente atualmente. O botijão de 13 quilos subiria da média de R$ 100,98 para R$ 103,60, segundo levantamento nacional da ANP.

Este é o primeiro aumento de ICMS após a mudança do modelo de cobrança do imposto, que passou a ter alíquotas em reais por litro e não mais em percentual sobre um preço estimado de bomba. É o chamado modelo “ad rem”, ou seja, com valor pré-definido, independente das oscilações do mercado.

Majoração criticada

A intensidade da alta é criticada pelo setor. As distribuidoras de gás de cozinha, por exemplo, alegam que em 18 Estados o botijão passa a ter alíquota equivalente a mais de 18% do preço do produto, excedendo o teto legal para a cobrança do imposto sobre produtos essenciais.

O aumento dos impostos ocorre num momento em que ocorria queda do preço da gasolina em todo o País, reflexo da redução das cotações do etanol anidro, que representa 27% da mistura vendida nos postos. Gasolina e etanol mais baratos contribuíram para que o IPCA-15 atingisse, em janeiro, a menor taxa para o mês em cinco anos.

 

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