SÃO LEOPOLDO

Foco no comércio: Brigada Militar se prepara para ações pós-enchente

Encontro com a imprensa na sede do 25° Batalhão abordou operações durante as inundações e planos para o pós

Publicado em: 29/05/2024 15:46
Última atualização: 29/05/2024 18:58

A Brigada Militar de São Leopoldo realizou, nesta terça-feira (28), um café com a imprensa local na sede do 25° Batalhão de Polícia Militar. O encontro teve o objetivo de promover aproximação e discutir as ações de segurança realizadas no município durante a enchente do Rio dos Sinos e as medidas adotadas no período pós-enchente.

Chesani e Neves explicam as ações da Brigada durante as inundações e planos para o pós Foto: Amanda Krohn/Especial

Também convidado, o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio dos Sinos, o coronel Luis Felipe Neves Moreira destacou que o foco pós-inundações será a proteção ao comércio. “Precisamos restabelecer a normalidade no comércio, então estabeleceremos uma patrulha especial para os estabelecimentos e os bancos”, informou. “O policiamento nos abrigos será mantido e o policiamento embarcado segue até o dia 1º de junho”, continuou.

Questionado sobre como a logística da Brigada pode ser afetada pelos acontecimentos das cheias históricas, o coronel-comandante Neves citou as perspectivas. “Nós não sabemos ainda. A situação é nova para nós, nunca pensamos que fôssemos precisar atender ocorrências de barco, por exemplo, e também nunca tivemos um volume tão grande de denúncias falsas, então estamos nos reinventando”, disse. “Há muitos anos não era exigido carteira de motorista para a Brigada, por exemplo, e muitos aprenderam a dirigir aqui, então tudo pode mudar”, prosseguiu.

Operações nas enchentes foram divididas em três fases

De acordo com o tenente-coronel Flori Chesani Júnior, todo o efetivo da Brigada trabalhou durante a tragédia, contando com um efetivo composto por mais de 200 policiais. “Interrompemos férias e afastamentos e trabalhamos dividindo em apenas dois turnos, dia e noite”, disse. Ainda conforme o tenente-coronel, as operações foram divididas em três fases.

“Na primeira fase, que era referente aos quatro primeiros dias, o foco principal eram os salvamentos. Desde o dia 1º até agora, tivemos 2900 resgates”, contou. A fase dois, conforme Chesani, foi dividida em três subfases: ajuda humanitária, que visava entregar mantimentos e ajudar a comunidade que temia sair de suas casas; proteção do patrimônio, para evitar roubos em residências e estabelecimentos; e a proteção nos abrigos. “Essa era a maior preocupação na Brigada. Houveram diversas ocorrências e essa divisão ajudou a reduzir as denúncias. Conforme observamos, a maioria dos abusos já ocorria nas casas e continuaram nos abrigos”, relatou.

Doações no 25º Batalhão são distribuídas para os abrigos na cidade Foto: Amanda Krohn/Especial

Distribuição de donativos

O 25ª Batalhão mantém, desde o dia 5, um centro de distribuição de donativos em sua sede. Segundo a capitã Bibiana Beck Menezes, a população pode entregar os itens pessoalmente na sede do batalhão para contribuir com a arrecadação. “Pedimos apenas que isso seja feito durante o dia, quando temos um maior efetivo”, disse. A capitã salienta, também, que o objetivo do local é apenas distribuir os itens aos diversos abrigos do município, devido à capacidade da equipe para os atendimentos. “Não estamos mandando ninguém embora, mas infelizmente não temos braço para atender a essa demanda”, explicou.

Notícias e denúncias falsas eram um desafio, mas não um impedimento

Dentre os diversos desafios enfrentados pela Brigada, estavam as notícias e as denúncias falsas. Convidado para participar do encontro, o coronel-comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio dos Sinos, Luis Felipe Neves Moreira, falou sobre as estratégias utilizadas para evitar que algumas vítimas fiquem desassistidas. “Por diversas vezes nós recebemos uma denúncia ou até mesmo alguma mensagem em um grupo, vamos lá verificar e não tem nada. Mas nós não podemos deixar de atender as ocorrências porque algumas delas são falsas”, argumentou. “Nossa equipe está preparada para isso e mantém nosso efetivo em diversos pontos estratégicos, porque os bandidos sabem que nos dividimos e querem deixar alguns locais livres, mas nós também sabemos o que eles sabem”, garantiu.

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