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CHEIAS EM SÃO LEOPOLDO

Filas nos postos e gôndolas vazias: população teme desabastecimento

Entidades e gerentes desaconselham estocagem e recomendam que a comunidade compre apenas o necessário

Publicado em: 03/05/2024 às 18h:07 Última atualização: 03/05/2024 às 18h:11
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Devido às cheias que atingem o Rio Grande do Sul e o medo de desabastecimento, a comunidade continua tentando fazer estoque de produtos de supermercado, além de encher o tanque de seus carros. Em supermercados no centro de São Leopoldo, é possível ver estacionamentos cheios e enormes filas nos caixas, além de diversas pessoas esperando transportes por aplicativo com carrinhos cheios de sacolas. Nos postos de combustíveis, as equipes de frentistas enfrentam dificuldades para manter o ritmo de atendimento devido ao aumento na procura e ao fato de que parte dos funcionários está presa em regiões afetadas.



O empresário de 45 anos, Marcílio Marques, do bairro Fião, afirma que enfrentou a fila do posto de gasolina para que seja possível continuar fazendo seu trabalho. “Abasteci apenas o suficiente para completar o combustível, sem exagero. Como trabalho com o consumidor final, preciso dirigir com frequência”, explica. “Preciso desse combustível como uma fonte de renda, é uma ferramenta de ganha-pão, caso contrário, eu não abasteceria. Acho que a gente tem que ter um pouco empatia. Por exemplo, fui ao mercado hoje apenas para comprar pão e leite e é um absurdo ver os carrinhos cheios sem necessidade”, completa.

O militar aposentado Elias Ferreira, de 60 anos, morador do centro da cidade, foi às compras no supermercado. “Não é nada demais, eu faço isso toda sexta-feira. Minha esposa é acamada, então faço isso por ela”, afirma. “Vi que falta apenas um metro para chegarno máximo ali do Rio, então a gente fica meio apavorado, mas como eu moro no lado de cá há trinta anos e nunca aconteceu nada, eu fico tranquilo”, completa.

Estocagem é desaconselhada

Embora haja atraso na entrega de algumas mercadorias, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) já esclareceu que não há risco de desabastecimento. Portanto, a recomendação é que a população evite o estoque excessivo de alimentos e produtos de higiene. Em São Leopoldo, o gerente de um posto de gasolina localizado na Rua Dr. Frederico Wolffenbuttel, Alex Batista da Silveira, falou sobre a dificuldade enfrentada pela equipe devido às inundações e ao aumento na demanda. “Acho que tem muita gente que vai levar seis meses para usar esse combustível que está colocando hoje”, comenta. “A gente está bem preocupado com isso, mas não temos como limitar a quantidade de combustível que cada um vai colocar”, continua.

Segundo Batista, alguns de seus funcionários moram em locais afetados e não puderam comparecer ao trabalho nesta sexta-feira (3). “A gente está com o quadro reduzido. Primeiro a vida, depois a gente vê o resultado aqui. Estamos explicando para os clientes que não tem o que fazer e eles estão compreensivos com isso”, diz.

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