SÃO LEOPOLDO

Especialista diz que caso de menino de 11 anos com parada cardiorrespiratória é "extremamente raro"

Bernardo Izotom da Silva teve um mal súbito na escola e foi salvo pelo Samu, que foi chamado pelos professores

Publicado em: 21/04/2023 16:42
Última atualização: 04/03/2024 15:44

O caso do estudante leopoldense Bernardo Izotom da Silva, 11 anos, que sofreu um mal súbito e caiu desacordado dentro da escola é considerado "extremamente raro", pelo coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de São Leopoldo, Roberto Tyska Bueno, um dos que atuou no salvamento do menino.


Samu atendeu Bernardo e levou o menino para o hospital Foto: Reprodução/Samu

Ele conta que a situação foi uma "odisseia" por se tratar de uma criança. "Sou instrutor de emergência cardíaca, e isso é uma coisa que praticamente não encontramos. Ele sofreu a maior emergência que um ser humano pode ter, e em termos de pediatria isso é uma raridade", destaca, ele cita que nunca ouviu falar de caso semelhante em via pública, no Brasil. "É muito difícil de ver criança em fibrilação. Dou aula há 21 anos e nenhum colega nunca havia atendido um caso assim", salienta.

Histórico familiar

Tyska explica que o menino teve um episódio de arritmia cardíaca que gerou a fibrilação ventricular e, então a parada cardiorrespiratória. Neste caso, a intervenção necessária é um choque de desfibrilação, que foi usado em Bernardo. "O médico do Samu deu o choque e foram recomeçadas as compressões torácicas [massagens cardíacas]. Ele acordou e recuperou o ritmo cardíaco. Foi estabilizado ainda na escola e levado de ambulância para o hospital", detalhou.

O profissional de saúde também afirma que Bernardo tem histórico familiar e que isso remete a pensar que ele pode ter alguma lesão no miocárdio. "Ele venceu a primeira etapa e agora vai precisar passar por uma avaliação cardiológica muito minuciosa, para ver se tem alguma doença e não correr o risco de sofrer isso de novo."

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Menino agradece atendimento

Bueno também enalteceu a rápida percepção dos professores da escola, que passaram por capacitação na Lei Lucas – de atendimento em primeiros socorros – e falou sobre a importância dos conhecimentos, que ajudam a salvar vidas em casos como o de Bernardo. "A diretora da escola, de pronto reconheceu a gravidade, acionou o Samu e chamou os bombeiros para ajudar", parabeniza.

Ainda nesta quinta-feira (20), enquanto estava internado no Hospital Universitário de Canoas, Bernardo mandou uma mensagem para Tyska e para a diretora da Emef Gusmão Britto, Maria Aparecida Hoffmeister, a Cida, por terem ajudado a salvar sua vida. "Ele disse 'Cida, muito obrigada. Beijo, eu tô melhor agora'. Hoje [sexta], ele fez uma chamada de vídeo comigo", complementou a diretora.

O caso

Bernardo sofreu um mal súbito e caiu desacordado dentro da escola, no horário de entrada da aula, na manhã de quarta-feira (19). Os colegas chamaram a diretora, que acionou o Samu e pediu a outra professora que fosse ao quartel do Corpo de Bombeiros, próximo a escola, para pedir ajuda.

Ele recebeu rápido atendimento, foi estabilizado e levado para o Hospital Centenário, em São Leopoldo, sendo transferido, logo depois, para o Hospital Universitário de Canoas, onde seguia internado nesta sexta-feira (21), para exames e avaliações médicas.

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