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CONTRA OS MAUS-TRATOS

Em um mês, três cavalos recolhidos das ruas já foram adotados após divulgação em site

Portal foi criado pela Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa) e o Grupo Gestta, para oferecer a adoção dos animais

Renata Strapazzon
Publicado em: 02/11/2023 às 12h:49 Última atualização: 02/11/2023 às 12h:49
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Vítimas de maus-tratos, abandonados em vias movimentadas ou atrelados a carroças. Estes são os perfis dos 45 cavalos e éguas resgatados de janeiro até quarta-feira (1º), em São Leopoldo. Na cidade, as ações de resgate são realizadas pelo Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani, da Guarda Civil Municipal (GCM), e os equinos encaminhados para uma propriedade mantida pela prefeitura.



O local foi escolhido por meio de licitação para o cuidado dos animais. O custeio das diárias é pago pelo governo municipal. Depois de receberem os cuidados e tratamentos necessários, os animais são postos para adoção.

Para facilitar o acesso e o contato dos interessados, em setembro foi lançado um site onde são divulgadas fotos e informações daqueles aptos para irem para um novo lar. O portal http://gesttasaoleopoldo.com.br/ foi desenvolvido pela Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa) e o Grupo Gestta, que recebe os animais.

Em pouco mais de um mês, três cavalos foram adotados por meio da plataforma e encaminhados para propriedades rurais de Gravataí, Cachoeirinha e Lajeado.

Titular da Sempa, o veterinário Walter Verbist destaca a importância do site. “É proporcionar o alcance a várias pessoas para que elas possam conhecer os animais que temos à disposição e para que estes animais tenham ainda mais chances de ganhar um lar, uma vida melhor, que possam ter um contato mais frequente com os humanos. Hoje, os que estão saudáveis estão soltos no campo”, explica Verbist.

De acordo com o secretário, os interessados na adoção dos equinos devem ser maiores de 18 anos, possuir propriedade rural e cadastro na Inspetoria de Defesa Agropecuária do seu município. Além disso, é necessário assinar um termo de adoção, se responsabilizando que o cavalo não será colocado em tração animal.

Proibição das carroças diminui o sacrifício

Desde o dia 1º de julho de 2022 é proibida a circulação de carroças em todas as ruas de São Leopoldo. A medida integra o Programa de Redução Gradativa do Número de Veículos de Tração Animal, criado por lei municipal, e que está em vigor na cidade desde 1º de agosto de 2021.

O programa dividiu São Leopoldo em nove zonas, com diferentes bairros. Pouco a pouco, cada região foi sendo acrescentada na lista onde já não eram mais permitidas as carroças.

Agora, conforme a legislação, veículos de tração animal, só são permitidos na cidade “em locais públicos para fins de passeios turísticos, desde que regulamentado e autorizado pelo Poder Executivo” e também “em atividades culturais que visam celebrar as tradições, respeitando os bons tratos aos animais”.

Conforme o secretário, a nova lei resultou na queda da exploração e dos maus-tratos aos animais na cidade. Nos dois anos anteriores à vigência da lei, foram realizadas 72 eutanásias em animais caídos nas ruas da cidade. Neste um ano da lei, somente dois animais foram encontrados caídos nas ruas e tiveram de ser sacrificados, segundo ele.

“Isso demonstra que a exploração e os maus-tratos a esta espécie animal diminuiu significativamente. O que demonstra que o uso da carroça é extremamente nocivo aos cavalos em função da maneira como a grande maioria dos carroceiros usava este tipo de veículo”, avalia Verbist.

Em São Leopoldo, as denúncias podem ser feitas 24 horas pelo telefone 153, da Guarda Municipal, ou pelo 2200-0448 da Sempa, que atende de segunda a sexta, das 9 às 14 horas. Contatos com a secretaria também pelo WhatsApp 99766-6152.

Animais recolhidos são encaminhados para propriedade



Animais recolhidos são encaminhados para propriedade

Foto: Divulgação

42 animais na propriedade

De acordo com Verbist, dos 45 equinos recolhidos neste ano, um foi devolvido ao dono, por não estar em tração animal e por haver boletim de ocorrência relatando seu desaparecimento. Além disso, oito acabaram morrendo. Somados aos que já estavam na propriedade desde o ano passado, atualmente, 42 estão sendo cuidados no local. “Como tivemos um inverno muito chuvoso, alguns estão muito magros. Estamos esperando a plena recuperação deles para que sejam postos para adoção.”

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