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OUTUBRO ROSA

Doação de mechas, amor e solidariedade integram mais uma edição do Cabelaço

Ação, na Prefeitura de São Leopoldo, arrecadou cabelo para confecção de perucas a mulheres em tratamento de câncer; veja galeria de fotos

Priscila Carvalho
Publicado em: 25/10/2023 às 13h:27 Última atualização: 25/10/2023 às 13h:29
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Evento já tradicional no mês de conscientização ao câncer de mama, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (Sepom) de São Leopoldo promoveu mais uma edição do “Cabelaço”, iniciativa que oferece cortes de cabelo gratuito para arrecadação de mechas e posterior produção de perucas a pessoas em tratamento oncológico.

Mechas arrecadas foram expostas em um painel, com o nome das doadoras



Mechas arrecadas foram expostas em um painel, com o nome das doadoras

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

A atividade ocorreu no espaço em frente a Escola de Gestão do Centro Administrativo, nesta terça-feira (24), em parceria com a equipe do Salão de Beleza Divina Afro Hair, que realizava os cortes na hora.

A titular da Sepom, Eliene Amorim dos Santos, e a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Sueli Lopes, acompanharam a ação e destacaram o que ela representa. “Quando uma mulher se movimenta, a sociedade inteira se movimenta e se estrutura, se reestrutura. Então, além de ser um ato da saúde integral das mulheres, é também um ato de generosidade, porque fazer o bem, faz bem, e trabalha com a autoestima”, analisou. “Esse momento da vida das mulheres é de muita solidão, de muitas inquietações, aflições, depressão. Então, sentir esse gesto da sociedade toda pensando em uma possibilidade de embelezamento é poder sentir que temos muitas mãos segurando nas nossas mãos”, destacou Eliene.

Significado

A presidente do Comdim ressaltou que a ação será compartilhada com a rede feminina de combate ao câncer, que atende não mulheres com câncer de mama, mas com vários tipos de câncer. Ela também ressaltou o ato de amor envolvido na iniciativa. “Esse momento que a mulher passa pelo câncer é muito difícil. Ela se sente só, isolada, é um momento de busca, porque o cabelo para a mulher tem um significado muito grande, como a mama e o útero também tem. É o nosso sagrado feminino”, ponderou Sueli. “Então, com esse olhar de amor, essa ação tem um simbolismo inacreditável. É uma maneira de dizer: vocês não estão sós!”.



“O bem volta pra gente”

Participando já em 2022, o Salão de Beleza Divina Afro Hair foi parceiro mais uma vez da atividade. “Ano passado eu saí daqui me sentindo muito bem. Conversei com elas (representantes da Sepom) e disse que fazia questão de estar presente nos próximos, com toda equipe”, disse a proprietária, Tatiane Tavares, lembrando que o estabelecimento já vem recolhendo doações de suas clientes e conscientizando para o tema.

“Fechamos lá com o maior prazer e viemos fazer porque acho que vale a pena a gente estar dentro dessas ações. Trabalhamos muito, é muito corrido, mas estar numa ação dessa, traz o bem pra ti mesma. O bem volta pra gente”, concluiu.

Moradora do bairro Rio Branco, Nelci Kuhn, 52 anos, foi a primeira a chegar na ação para contribuir com seu cabelo, de onde foi possível doar quatro mechas grandes. “Eu tinha deixado ele crescer. Acho que doação é sempre bom. É importante”.

Prevenir para tratar ainda na fase inicial

Carolina, que está atualmente tratando um tumor no seio, também doou o seu cabelo, que foi cortado logo após o diagnóstico



Carolina, que está atualmente tratando um tumor no seio, também doou o seu cabelo, que foi cortado logo após o diagnóstico

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Durante o Cabelaço, quem quisesse também podia doar mechas cortadas em outras oportunidades. Foi o que fez a servidora pública municipal, Carolina Cerveira, 45 anos. Em tratamento justamente contra um tumor no seio, ela conta que cortou o cabelo em março, quando recebeu o diagnóstico de câncer. “O médico me disse que eu ia perder o cabelo, daí resolvi cortar logo e não tinha onde doar. Então, pensei em guardar para quando surgisse a oportunidade e agora está aí”.

Carolina comentou que descobriu o tumor em fase inicial, durante exames de rotina, salientando a importância da prevenção para detectar e tratar o câncer logo em sua primeira fase. “O tempo é importante. À medida que tu não identifica logo, na fase inicial, a doença vai evoluindo. É uma forma da gente também ter um tratamento mais resolutivo quando identificamos na fase inicial”.

Guardando para doar

Cristiane guardou mechas que havia cortado e levou para doar na ação



Cristiane guardou mechas que havia cortado e levou para doar na ação

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Moradora do bairro Rio dos Sinos, Soraia Souto Linck, 62 anos, soube da ação pelo jornal e aproveitou para levar as várias mechas do seu cabelo, que foi guardando para doar. “Aqui tem de vários cortes. Cada saquinho é uma mecha”, comentou.

Estudante de Serviço Social, Cristiane Veit Cezar, 37 anos, também quis contribuir com a ação, levando uma mecha. A história por trás, porém, é que chamou atenção. Ela conta que a filha pequena sempre dormiu agarrada em seu cabelo e que por isso ela o deixou crescer. “Quando veio a pandemia, não tínhamos certeza de nada, não havia vacina ainda. Então, cortei meu cabelo e guardei, com a intenção de que, caso acontecesse alguma coisa comigo, minha filha ficasse com uma mecha”, relatou. Como tudo ficou bem, ela resolveu doar a mecha guardada com tanto carinho à iniciativa do Cabelaço.

Todas as mechas arrecadadas na ação desta terça serão doadas ao Instituto da Mama do RS (Imama).

 

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