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Dia de Finados tem celebrações, homenagens e chuva de pétalas em São Leopoldo
Feriado levou milhares aos cemitérios do município neste 2 de novembro
Última atualização: 02/11/2023 18:01
O feriado de Finados foi marcado por celebrações, emoção e até chuva de pétalas em São Leopoldo nesta quinta-feira (2).
No Cemitério Municipal do Cristo Rei, as atividades começaram logo pela manhã, com celebração inter-religiosa em frente à revitalizada capela do local, que contou com representantes cristãos, budistas, espíritas e de matriz africana.
Homenagem ao patriarca
Logo após, o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (MHVSL) promoveu a sua tradicional solenidade em homenagem aquele que é considerado o patriarca do município, João Daniel Hillebrand, junto a sua lápide, que fica na entrada principal do cemitério. “Ele foi um imigrante alemão que chegou na segunda leva (de imigrantes) à São Leopoldo, em novembro de 1824. Era um médico e soldado, que desde o início assumiu liderança na comunidade e um personagem que dedicou a vida inteira pelo coletivo”, disse o vice-presidente do MHVSL, Cássio Tagliari, ressaltando que ele é também o patriarca da imigração.
“Se a colonização alemã teve sucesso no Rio Grande do Sul e no Brasil, se deve muito a esse personagem, que serviu de pedra angular para unir todo mundo, manter as pessoas juntas”, destacou.
Durante sua oração, o pastor Henrique Gehm reforçou o trabalho de Hillebrand junto à comunidade leopoldense. “Em meio ao surto de cólera que teve em São Leopoldo, ele ficou aqui e auxiliou aqueles que estavam necessitados e doentes, quando, na verdade, muitos dos médicos saíram da cidade”.
A cerimônia contou com a participação do violinista leopoldense, Ramon Martins, que tocou o Hino Nacional Brasileiro e o hino leopoldense. Integrantes do Grupo de Escoteiros Jean Lery levaram a coroa de flores até o monumento e fizeram a guarda simbólica do túmulo durante a solenidade.
Também no Cemitério Municipal, o historiador Márcio Link conduziu duas visitas guiadas, para apresentar as personalidades históricas que se encontram enterradas no cemitério.
Tradição
No decorrer do dia, milhares de pessoas passaram pelo Cemitério Cristo Rei, que é um dos maiores da cidade. Moradora de Sapucaia do Sul, Terezinha Gonçalves, 71 anos, foi uma das que aproveitou o feriado para ir ao local, cumprir uma tradição de todos os anos: limpar e enfeitar o túmulo dos pais. “Se eu faltar, não estou bem comigo mesma”, comentou, sobre a ação que realiza todo o Dia de Finados.
Ela também analisou que a cultura de prestar homenagens nas sepulturas de entes queridos vem diminuindo, porque os jovens não gostam tanto de ir a cemitérios. “A maioria agora é pessoas idosas. Então, será que vão seguir com essa tradição? Alguém vai vir trazer uma flor quando não estivermos aqui?”, refletiu.
Aproveitando a movimentação, a Prefeitura de São Leopoldo deslocou servidores para lembrar aos visitantes sobre a necessidade de recadastramento de jazigos – cerca de 3 mil estão sem registro na cidade nos cemitérios municipais da cidade.
Movimento também no túmulo de Padre Reus
Outro ponto do município que teve bom movimento neste feriado, foi o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, onde está situado o túmulo de Padre Reus.
Além de devoção ao pároco, o local foi o escolhido por Sônia Rosa Rezende, 67 anos, para prestar sua homenagem ao esposo, que faleceu e foi cremado. Ela conta que, por não ter um túmulo do companheiro, procurou levar uma flor à sepultura de Padre Reus. “Como meu esposo foi um homem maravilhoso, que não existe outro igual, eu não podia deixar de vir até aqui rezar pra ele”.
Chuva de pétalas no Ecumênico
No final da manhã, um momento muito especial foi acompanhado por dezenas de pessoas no Crematório e Cemitério Ecumênico Cristo Rei: a tradicional chuva de pétalas. O local ainda ofereceu celebração ecumênica, benção da saúde, missa, bênção pet, encontro espírita e culto luterano, além de ações infantis e exposições, durante o dia.