“Malala, a menina que queria ir na escola”. A frase e o desenho representando a história estamparam os trabalhinhos dos alunos da turma de 1º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Goulart, da Vila Brás, no bairro Santos Dumont, e foram apenas algumas das atividades que as crianças da instituição realizaram para esse Dia das Crianças.
O colorido dos traços e a explicação – com as simples palavras do vocabulário infantil, mas que mostram um claro entendimento – dos pequenos indicam que a data foi trabalhada de mais maneiras que o habitual.
Além das tradicionais festinhas, dias do Cabelo Maluco, de ir fantasiado e de levar o seu brinquedo para a escola, o educandário procurou aumentar a importância da celebração, falando sobre temas importantes, principalmente para as turmas de primeiros anos das séries iniciais.
Projetos
Diretora da escola João Goulart, Juliana Fogaça Garbin explica que durante o ano as professoras já costumam tratar questões diferentes com as crianças, mas aprimoraram os temas para essa data.
“As colegas trabalharam o Dia das Crianças voltado para os direitos e deveres, a exploração e trabalho infantil e os tipos de brincadeiras e brinquedos. Então, cada professor de acordo com a sua turma e com os interesse deles, criou projetos e trabalharam não só nesta semana, que é curta, mas durante todo o mês”, colocou, lembrando as várias interpretações em cada área.
“Tivemos temáticas com leitura de livro, construção com argila, brincadeiras no pátio”, exemplificou.
Pequenas contam o que aprenderam
Ontem, a professora de séries iniciais, Angelita Lucas, passou a história verídica da menina Malala Yousafzai aos pequenos estudantes do 1º ano e pediu que eles fizessem desenhos representando a garota e o lugar onde ela vive. A educadora destacou que a intenção foi de mostrar uma história verdadeira para que os pequenos aprendessem mais sobre os direitos que possuem, principalmente, o direito de ir à escola – pelo qual Malala lutou. “É um trabalho que fazemos ao longo do ano, na verdade. Eu trabalho muito a questão dos direitos deles, porque eles têm que aprender qual o significado da aprendizagem, que não é só leitura e escrita. E essa é uma turminha que faz muito o lúdico”, ponderou.
As crianças – todas fantasiadas, para o dia dedicado a se vestir diferente na escola – mostraram com prazer os seu trabalhinhos e contaram o que aprenderam. “A Malala queria ir na escola para estudar, para aprender as coisas e os homens não deixavam. Ela lutou para poder ir pra escola”, relatou Emilly dos Santos, de 7 anos. “Ela vivia no Paquistão, num lugar onde tinha montanhas. A professora pediu pra gente desenhar ela e o lugar onde ela vivia. Lá, as mulheres usam véus no cabelo”, colaborou Lavínia da Costa, 6 anos.
Além de conhecer um dos seus direitos, as meninas comentaram ainda sobre o que gostaram na semana do Dia das Crianças. “A gente fez trabalhinhos, brincamos”, disse Emilly. “Fizemos muitas coisas legais”, complementou Lavínia.
No 4º ano, Manuela e Leandra abordaram os seus direitos com trabalho em argila
Priscila Carvalho/GES-Especial
No 4º ano, Manuela e Leandra abordaram os seus direitos com trabalho em argila
Priscila Carvalho/GES-Especial
Manuela mostra os direitos que mencionou no seu trabalhinho
Priscila Carvalho/GES-Especial
Direito à alimentação foi um dos mencionados por Manuela em seu trabalho
Priscila Carvalho/GES-Especial
Argila para mostrar o aprendizado
Já na turma do 4º ano, os estudantes usaram argila para representar os direitos das crianças. “A professora nos mostrou um vídeo explicando os 10 direitos das crianças e a gente precisava escolher um deles para fazer na argila. Eu escolhi o direito a ter um nome”, contou Leandra da Silva, 10 anos. “Eu fiz o direito à alimentação. As mães tem que alimentar os bebês e as crianças com amor e carinho. Não pode deixar a criança sem alimentação, sem comer”, reiterou a colega Manuela Camargo, também de 10 anos, mostrando o seu trabalho, um dos expostos no hall de entrada da escola.
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