Mês da mulher
Delegacia da Mulher registra dois casos de agressão física por dia em 2023
São mais de 180 registros de violência física contra mulheres e mais de 400 inquéritos instaurados neste ano pela delegacia especializada leopoldense
Última atualização: 26/02/2024 10:49
Mês da Mulher. Momento importante para provocar reflexões. E a violência contra a mulher foi tema de um debate no projeto Precisamos falar sobre Carmen, que ocorreu no Espaço Cultural Castellan, unindo arte e, principalmente, discussões sobre a rede de enfrentamento da violência contra a mulher. E mais: a importância da conscientização em relação a violação dos direitos: direitos à vida, à saúde e à integridade física. "Nosso maior desafio é alcançar as mulheres e que não fizeram registro de ocorrência e que sofrem violência, fazer com que essas mulheres saibam onde procurar ajuda e se sintam seguras e acolhidas", destaca Michele Mendes Arigony, titular da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (Deam), de São Leopoldo.
Michele participou do encontro Precisamos falar sobre Carmen. Segundo a delegada, nesse primeiro trimestre foram registrados um feminicídio consumado e dois tentados. Foram instaurados no período 422 procedimentos (inquéritos). Em todo o ano passados foram 1.595 inquéritos instaurados. No primeiro trimestre de 2023 também registra 21 presos, cinco estupros (em 2022 foram 6 estupros registrados) e 183 registros de agressão física (461 ocorrências de agressão física registradas no ano passado).
Números
A titular da Deam enfatiza que em 2020 foram 1.704 inquéritos policiais instaurados e em 2021 foram 1.790. Em 2021, foram um feminicídio consumado e 10 feminicídios tentados, além de 11 estupros e 489 ocorrências de agressão física. Trabalho intenso em universo que envolve ainda mais violências contra as mulheres que acabam não sendo registradas. Por isso a importância do apoio e da conscientização.
O evento contou ainda, entre outros convidados, com a artista visual Susan Mendes, responsável pela exposição Em voz Alta, que tem como tema questões que envolvem o universo feminino, infelizmente em alguns casos a violência. A medição do debate foi da tabeliã Jenifer Castellan de Oliveira.
Romper o silêncio
"Pelo que se vê dos números, a tendência é aumentar a violência contra a mulher em relação ao ano passado", destaca a titular da Deam. "E apenas 10% das mulheres denunciam, então, esse é o nosso maior desafio hoje: incentivar e apoiar mais mulheres a romperem o silêncio e denunciarem seus agressores. No Rio Grande do Sul tivemos 15 feminicídios nesse ano e nenhuma vítima tinha medida protetiva de urgência", conta. Atividades intensiva, como as que ocorrem no Mês da Muher, são fundamentais para a conscientização e divulgação da rede de apoio.
Rede de Enfrentamento à violência contra a mulher
Além da Deam, a rede de enfrentamento a violência contra a mulher em São Leopoldo conta a Secretaria de Políticas para Mulheres (Sepom), Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Sedhu) e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim). Há ainda o Centro Jacobina, criado há 17 anos para prestar acolhimento às mulheres em situação de violência. A estrutura fica na Rua Brasil, 784, Centro, e funciona de segunda a sexta-feira das 8 às 14 horas, presencialmente no local, e pelo teleatendimento das 8 às 17 horas no número (51) 99788-3212. Também é possível entrar em contato pelo telefone 3592-2184 e 3566-1777. Em caso de emergência a mulher deve ligar para o 190, da Brigada Militar, ou para o 153 da Guarda Civil Municipal.
Projeto Precisamos falar sobre Carmen em destaque
Precisamos falar sobre Carmen é uma ação do Espaço Cultural Castellan para unir Arte com o Direito, proporcionando momentos de reflexão e valorização da produção cultural, como a exposição Em voz Alta e da performance musical com trechos ópera Carmen, de Bizet, que aborda violações de direito da mulher, com apresentação de Carolina Braga, Lazlo Bonilla e Patrick Menuzzi, com curadoria musical de Carlos Rodriguez. Também participaram do encontro Rene Engroff, presidente da Seccional da OAB de São Leopoldo; Marcela Romera, promotora de Justiça especializada de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher de São Leopoldo; e Mauro Peil Martins, juiz e diretor do Foro da Comarca de São Leopoldo.
Ambiente humanizado
"Com a instalação da Deam todos os registros de ocorrência de violência doméstica contra a mulher de São Leopoldo, no horário de expediente (de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30) são feitos aqui na Deam (Rua São Paulo, 970, no Centro). É uma delegacia especializada que possui um ambiente mais acolhedor e humanizado, tendo o atendimento feito preferencialmente por mulheres qualificadas para escutar as vítimas", enfatiza Michele. "Também é na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher que é feita a investigação policial desses crimes e também dos crimes sexuais, sendo instaurados inquéritos policiais para apuração dos delitos até a remessa ao Poder Judiciário. Antes da criação da Deam a investigação desses delitos era dividida entre duas delegacias, de acordo com o bairro do fato. Se dividia entre a 1ª DP e a 2ª DP, que atendem uma enorme variedade de crimes, acabando por não ter a prioridade que tem hoje na Deam", avalia a delegada.
Mês da Mulher. Momento importante para provocar reflexões. E a violência contra a mulher foi tema de um debate no projeto Precisamos falar sobre Carmen, que ocorreu no Espaço Cultural Castellan, unindo arte e, principalmente, discussões sobre a rede de enfrentamento da violência contra a mulher. E mais: a importância da conscientização em relação a violação dos direitos: direitos à vida, à saúde e à integridade física. "Nosso maior desafio é alcançar as mulheres e que não fizeram registro de ocorrência e que sofrem violência, fazer com que essas mulheres saibam onde procurar ajuda e se sintam seguras e acolhidas", destaca Michele Mendes Arigony, titular da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (Deam), de São Leopoldo.
Michele participou do encontro Precisamos falar sobre Carmen. Segundo a delegada, nesse primeiro trimestre foram registrados um feminicídio consumado e dois tentados. Foram instaurados no período 422 procedimentos (inquéritos). Em todo o ano passados foram 1.595 inquéritos instaurados. No primeiro trimestre de 2023 também registra 21 presos, cinco estupros (em 2022 foram 6 estupros registrados) e 183 registros de agressão física (461 ocorrências de agressão física registradas no ano passado).
Números
A titular da Deam enfatiza que em 2020 foram 1.704 inquéritos policiais instaurados e em 2021 foram 1.790. Em 2021, foram um feminicídio consumado e 10 feminicídios tentados, além de 11 estupros e 489 ocorrências de agressão física. Trabalho intenso em universo que envolve ainda mais violências contra as mulheres que acabam não sendo registradas. Por isso a importância do apoio e da conscientização.
O evento contou ainda, entre outros convidados, com a artista visual Susan Mendes, responsável pela exposição Em voz Alta, que tem como tema questões que envolvem o universo feminino, infelizmente em alguns casos a violência. A medição do debate foi da tabeliã Jenifer Castellan de Oliveira.
Romper o silêncio
"Pelo que se vê dos números, a tendência é aumentar a violência contra a mulher em relação ao ano passado", destaca a titular da Deam. "E apenas 10% das mulheres denunciam, então, esse é o nosso maior desafio hoje: incentivar e apoiar mais mulheres a romperem o silêncio e denunciarem seus agressores. No Rio Grande do Sul tivemos 15 feminicídios nesse ano e nenhuma vítima tinha medida protetiva de urgência", conta. Atividades intensiva, como as que ocorrem no Mês da Muher, são fundamentais para a conscientização e divulgação da rede de apoio.
Rede de Enfrentamento à violência contra a mulher
Além da Deam, a rede de enfrentamento a violência contra a mulher em São Leopoldo conta a Secretaria de Políticas para Mulheres (Sepom), Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Sedhu) e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim). Há ainda o Centro Jacobina, criado há 17 anos para prestar acolhimento às mulheres em situação de violência. A estrutura fica na Rua Brasil, 784, Centro, e funciona de segunda a sexta-feira das 8 às 14 horas, presencialmente no local, e pelo teleatendimento das 8 às 17 horas no número (51) 99788-3212. Também é possível entrar em contato pelo telefone 3592-2184 e 3566-1777. Em caso de emergência a mulher deve ligar para o 190, da Brigada Militar, ou para o 153 da Guarda Civil Municipal.
Projeto Precisamos falar sobre Carmen em destaque
Precisamos falar sobre Carmen é uma ação do Espaço Cultural Castellan para unir Arte com o Direito, proporcionando momentos de reflexão e valorização da produção cultural, como a exposição Em voz Alta e da performance musical com trechos ópera Carmen, de Bizet, que aborda violações de direito da mulher, com apresentação de Carolina Braga, Lazlo Bonilla e Patrick Menuzzi, com curadoria musical de Carlos Rodriguez. Também participaram do encontro Rene Engroff, presidente da Seccional da OAB de São Leopoldo; Marcela Romera, promotora de Justiça especializada de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher de São Leopoldo; e Mauro Peil Martins, juiz e diretor do Foro da Comarca de São Leopoldo.
Ambiente humanizado
"Com a instalação da Deam todos os registros de ocorrência de violência doméstica contra a mulher de São Leopoldo, no horário de expediente (de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30) são feitos aqui na Deam (Rua São Paulo, 970, no Centro). É uma delegacia especializada que possui um ambiente mais acolhedor e humanizado, tendo o atendimento feito preferencialmente por mulheres qualificadas para escutar as vítimas", enfatiza Michele. "Também é na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher que é feita a investigação policial desses crimes e também dos crimes sexuais, sendo instaurados inquéritos policiais para apuração dos delitos até a remessa ao Poder Judiciário. Antes da criação da Deam a investigação desses delitos era dividida entre duas delegacias, de acordo com o bairro do fato. Se dividia entre a 1ª DP e a 2ª DP, que atendem uma enorme variedade de crimes, acabando por não ter a prioridade que tem hoje na Deam", avalia a delegada.
Michele participou do encontro Precisamos falar sobre Carmen. Segundo a delegada, nesse primeiro trimestre foram registrados um feminicídio consumado e dois tentados. Foram instaurados no período 422 procedimentos (inquéritos). Em todo o ano passados foram 1.595 inquéritos instaurados. No primeiro trimestre de 2023 também registra 21 presos, cinco estupros (em 2022 foram 6 estupros registrados) e 183 registros de agressão física (461 ocorrências de agressão física registradas no ano passado).