SÃO LEOPOLDO
Quais impactos no comércio após construção do Complexo da Scharlau?
Obra dos viadutos no entroncamento da BR-116 com a RS-240 melhorou mobilidade, mas sinalização, menor espaço de estacionamento e acessos a lojas estão entre as preocupações
Última atualização: 26/09/2024 12:47
Para quem costuma circular entre a BR-116 e a RS-240, em São Leopoldo, é visível que a conclusão do Complexo de Viadutos da Scharlau, no bairro leopoldense de mesmo nome, mudou a aparência e a mobilidade no lugar. Mas, até que a construção fosse concluída, a obra causou muitos transtornos a motoristas, moradores e comerciantes do trecho, que viram o acesso a seus estabelecimentos ser dificultado e o movimento, consequentemente, cair.
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Há exatamente um ano, a reportagem esteve no trecho – enquanto as obras aconteciam – e conversou com lojistas sobre o impacto que a construção estava trazendo à época. Agora, já com o complexo concluído, voltamos ao local para conversar novamente com representantes de estabelecimentos.
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Problemas
Gerente de um comércio que fica junto ao viaduto, no sentido São Leopoldo-Portão da RS-240, Ariane Hannecker pondera que o movimento “está bom”, mas alguns problemas surgiram após a obra: como a falta de sinalização; o grande movimento na faixa de retorno, que acaba pressionando as faixas principais; a falta de respeito de alguns motoristas com a sinaleira do local; e os acessos na entrada da rodovia estadual para quem trafega no sentido São Leopoldo-Portão e Novo Hamburgo-Portão, que se “encontram” e dificultam o tráfego.
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“Moro no Boa Vista (loteamento do bairro Scharlau), tenho que pegar o viaduto e fazer esse retorno. Pra entrar aqui, tanto no estacionamento, quanto na rua do lado, é complicado, porque tem gente que não deixa a gente passar. Vem os dois lados juntos, então, quem vem de São Leopoldo, é muito difícil passar pra cá, porque quem vem de Novo Hamburgo – onde há sinalização horizontal em uma das faixas, indicando que a preferência é dos veículos que vêm pela pista de São Leopoldo – não deixa. Não teria como eu parar no meio da faixa para esperar o fluxo passar pra entrar aqui”, ponderou.
Acesso prejudicado
Proprietários de um restaurante no mesmo trecho, às margens da rodovia, Silvana e Ademar Borges fazem coro ao problema citado por Ariane. Eles comentam que o movimento até melhorou com relação ao que se tinha durante a obra, mas não como antes dela, e avaliam que as faixas que se “encontram”, prejudicam o acesso ao estabelecimento, além de causar acidentes.
“Eles não sinalizaram isso aqui direito, quem é preferencial e quem não é. Tinha que sinalizar isso, se não, vai continuar”, disse Silvana. “Pra nós ficou ruim, porque ficou ruim de o pessoal chegar aqui”, completou Ademar, citando ainda o menor espaço de estacionamento que restou para a loja e muitos comerciantes após a conclusão do viaduto.
O proprietário de uma loja de calçados no trecho, Adriano de Melo, entretanto, lembrou que, comparado ao período de obras, o trânsito está melhor. “Pra mim, está bom. Com a obra, estava meio complicado de chegar, agora está melhor”.
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Situações que preocupam
No sentido contrário, Portão-São Leopoldo da RS-240, também há ponderações. Em setembro do ano passado, Simone Kunzler pensava em fechar sua loja, especializada na venda de produtos para pet shop, por conta do fraco movimento no local. Agora, a situação melhorou um pouco, mas outras questões preocupam.
“Não está de todo ruim. O movimento se mantém, não melhorou e nem piorou”, conta, revelando que, em algumas semanas, vai se mudar para um ponto próximo, há alguns metros de onde está atualmente, mas que fica próximo da sinaleira e que tem estacionamento maior. O intuito é dar mais visibilidade à loja. “A gente vai se mudar com a esperança de melhorar”.
Atualmente, o acesso de veículos ao estabelecimento de Simone ficou melhor, mas o estacionamento diminuiu com a obra e a calçada foi feita com desníveis, possibilitando acidentes aos pedestres. A sinalização foi outro ponto citado pela lojista, que entende ainda ser pouca no trecho.
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Segurança
Mas o maior problema observado por Simone é a segurança. Segundo ela, muitos furtos de celular estão acontecendo nos comércios do bairro. E sempre pelo mesmo suspeito. “Vários comerciantes colocaram no grupo (de WhatsApp) que é a mesma pessoa: ele entra, se faz de cliente, acaba distraindo e levando celulares. No mesmo dia que ele furtou aqui, eu coloquei no grupo do bairro. Aí ele tentou lá (em outra loja), só que a menina viu a foto dele e cuidou”, relatou.
Operações intensificadas
Procurada pela reportagem sobre possíveis melhorias no entorno da obra do complexo, como na sinalização, a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não retornou os questionamentos até o fechamento da matéria.
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Sobre a segurança no bairro Scharlau, o 25º Batalhão de Polícia Militar (25ºBPM) enviou nota destacando que intensifica ações nas regiões com maior fluxo de pessoas e comércios, mas que “mesmo após a conclusão das obras do viaduto, não foram observados aumentos expressivos nas ocorrências na região”. O texto também afirma que “uma série de operações, que já vem sendo realizadas no município e que contemplam o bairro Scharlau, estão sendo intensificadas para continuar garantindo o baixo índice criminal e proporcionar segurança a comunidade”.