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SÃO LEOPOLDO

Com visita de escritor em escolas, Dia do Livro é comemorado dentro do projeto LeiturAção

Programa leopoldense, que incentiva a leitura na rede municipal de ensino, promoveu encontro entre autor e alunos

Priscila Carvalho
Publicado em: 30/10/2024 às 16h:08 Última atualização: 30/10/2024 às 16h:09
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“Quem é o teu Amigo Secreto?”, perguntou a aluna do 2º ano da Escola Municipal Rui Barbosa, do bairro Vicentina, Tiffany, de apenas 7 anos, para o escritor Eliandro Rocha, autor do livro infantil Amigo Secreto. A obra foi uma das estudadas pelo educandário durante este ano, em que Rocha acabou escolhido pela instituição dentro do projeto LeiturAÇÃO.

Nesta terça-feira (29), quando foi celebrado o Dia Nacional do Livro, a culminância da iniciativa ocorreu na escola, com o autor se apresentando e interagindo com os mais de 600 alunos, em dois turnos.

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Eliandro Rocha teve encontro com estudantes na Emef Rui Barbosa na tarde desta terça-feira (29)



Eliandro Rocha teve encontro com estudantes na Emef Rui Barbosa na tarde desta terça-feira (29)

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Escritor Eliandro Rocha na Escola Rui Barbosa



Escritor Eliandro Rocha na Escola Rui Barbosa

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

O programa

Coordenadora do LeiturAÇÃO, Renata Garcia Marques explicou que ele é o maior programa de incentivo à leitura no município, atingindo 50 escolas e 25 mil estudantes. “Em cada escola, ele ocorre de acordo com a etapa de ensino: a gente tem um escritor para os anos iniciais, um escritor só para os anos finais e um instrutor só pra a EJA (Educação de Jovens e Adultos). Então, na realidade a gente trabalha o livro o ano inteiro”, explicou, destacando que em 2024 são mais de 100 encontros de escritores com os estudantes. Os encontros iniciaram em 7 de outubro e seguem até 4 de dezembro, diariamente. Além da Emef Rui Barbosa, nesta terça-feira Rocha esteve também na Emef Paulo Beck.

“Cada escola escolhe o seu escritor, cada escola escolhe os livros que vai trabalhar desse escritor. A gente faz isso tudo previamente. A escola tem um trimestre de antecedência para trabalhar os livros, desenvolver esses projetos em articulação com as colegas de referência da biblioteca, juntamente com a equipe diretiva”, acrescentou. “É tudo construído com as escolas”, reforçou.

Na Rui Barbosa, os livros de Eliandro foram desenvolvidos em turmas da Educação Infantil até o 5º ano. A partir deles, diversos trabalhos foram realizados – de pintura, maquetes, colagens e até mesmo robótica – e estavam expostos no saguão do educandário. Além disso, recursos enviados e livros arrecadados na campanha “A Ponte” – encabeçada por Rocha – ajudaram na reconstrução da biblioteca da escola, que foi severamente atingida pela enchente de maio.

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“Ler é um direito, não um dever”

Eliandro Rocha lembrou que o encontro com os estudantes é o ponto de culminância do projeto LeiturAÇÃO. “Então, esse encontro é o momento que eu conto pra eles um pouco da minha história, de como eu me tornei leitor, de como me tornei escritor, do quanto o livro é importante na vida da gente. É um espaço pra eles fazerem perguntas também, deles terem esse contato com o escritor, pra que a gente popularize cada vez mais a leitura e acabe mostrando o que realmente é: que ler é um direito, não um dever”, disse o escritor sapucaiense, hoje morador de Portão, que trabalha com literatura há 15 anos, sendo 11 como escritor.

“Eu acho que o papel da literatura e nosso é dialogar sobre os assuntos que interessam, porque eles estão em processo de formação de identidade. Então, ter uma representatividade na literatura infantil também é importante pra essas crianças.”

Professoras da biblioteca destacam trabalho desenvolvido

Professoras da biblioteca da Emef Rui Barbosa, Luciana Ramos dos Santos e Amanda Santiago foram algumas das responsáveis por desenvolver o LeiturAÇÃO na escola. Elas lembraram a dificuldade encontrada, especialmente após a enchente que assolou o bairro e a instituição e destacaram a resiliência necessária para recomeçar. “Todo o acervo da biblioteca foi perdido”, recordou Amanda.

“Muito desse nosso momento com eles, a contação de histórias, todos se remetiam ao fato que estavam vivendo. As crianças estavam muito ligadas à realidade. Geralmente, a criança consegue sair da realidade pra fantasia com facilidade, mas a gente percebeu que demorou um tempo pra gente colocar elas nesse lúdico”, comentou, dizendo que livros como “Meu Cachorro Sumiu”, de Rocha, ajudaram nesse processo.

“Acho que o maior desafio foi realmente trazer esse lúdico pras crianças e, ao mesmo tempo, saber contar a história e tirar eles um pouco dessa dura realidade, trazer eles pra fantasia, pra reorganizar as emoções”, complementou. “Por isso, nessa tarde, acho que a gente consegue celebrar uma reconstrução”, concluiu.

“Foi muito gratificante. A gente fez um trabalho de qualificação com os professores. Esse ano foi o primeiro do LeiturAÇÃO em que o que os professores tiveram um momento com autor antes. Isso foi bem importante. Isso ajudou a qualificar os trabalhos, os professores conseguiram trabalhar de uma forma melhor os livros, de uma forma menos superficial”, completou.

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Tiffany, de 7 anos, fez pergunta ao escritor Eliandro Rocha durante visita dele à escola



Tiffany, de 7 anos, fez pergunta ao escritor Eliandro Rocha durante visita dele à escola

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Maria Fernanda mostrou o livro do qual foi ilustradora para Eliandro, que é sua inspiração



Maria Fernanda mostrou o livro do qual foi ilustradora para Eliandro, que é sua inspiração

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

“Ele é minha inspiração”

Estagiária da escola, Maria Fernanda da Silva Silva, 18 anos, não escondia a animação em mostrar pra o escritor sua participação em um livro. “Eu queria muito mostrar pra ele que eu fiz os desenhos de “A Fada Madrinha”, que eu fui chamada pra ser ilustradora!”, contou, eufórica, sobre o livro de autoria de Ilda Maria Costa Brasil, de Porto Alegre. “Ela foi minha professora de Português, no Ensino Médio. Ela viu que eu desenhava muito, porque eu tenho uma paixão por desenho, ilustrações, então ela me chamou”, disse, falando sobre a alegria de mostrar a obra para Rocha. “Eu me inspiro muito no Eliandro Rocha. Eu amo de paixão os livros deles. Ele é minha inspiração, e eu fiquei muito feliz, porque hoje eu consegui mostrar essa minha obra pra ele e ele me apoiou, deu toda a força possível.”

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