“Eu perdi tudo!”. Uma frase escrita em três palavras que resume a atual situação de milhares de vítimas da maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul. Passadas quase três semanas desde que as chuvas começaram no final de abril, muitas pessoas ainda não podem voltar para suas casas, avaliar seus prejuízos e tentar um recomeço.
Um destes casos é de Eduardo Drescher, de 58 anos. Morador do bairro Scharlau, em São Leopoldo, ele está há 15 dias abrigado na casa de um amigo. Desolado pela perda, e ainda sem poder chegar perto de seu lar, ele resolveu vestir seu casaco e pegar sua bicicleta para avaliar a situação na tarde deste domingo (19). Os itens citados, inclusive, foram os únicos pertences que lhe sobraram.
“Hoje que consegui sair da casa onde estou para dar uma olhada nas coisas, por isso resolvi vir até a ponte do Rio dos Sinos e ver como está funcionando essa retirada de água pelas bombas. É tudo muito triste, sem saber o que fazer, como recomeçar”, lamenta.
O recomeço de Eduardo, no entanto, pode estar longe de São Leopoldo. Natural de Santa Maria, na região central do Estado, ele se mudou para o bairro Scharlau há 14 anos, quando a então esposa passou em um concurso público em Novo Hamburgo. E agora, com tudo o que enfrentou, pensa em voltar às suas origens. “Minha família toda é de Santa Maria, e hoje estou separado, então acho que é a hora de voltar. Meu filho perdeu tudo em Canoas, minha filha também mora aqui, mas todo o resto da família está lá. E com tudo isso que aconteceu, acho que minha melhor opção é voltar para a minha terra”, conclui.
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