OBRAS EM SÃO LEOPOLDO

Casarão da Semmam é reinaugurado após revitalização

O local foi restaurado e devolvido a paisagem às margens do Rio dos Sinos, junto ao Museu do Rio

Publicado em: 24/03/2024 16:36
Última atualização: 24/03/2024 20:00

Integrando a 10ª Semana do Rio dos Sinos, a Prefeitura de São Leopoldo entregou, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam), no sábado (23), a revitalização do casarão da Semmam. O patrimônio histórico-cultural foi totalmente restaurado e devolvido à paisagem às margens do Rio dos Sinos, junto ao Museu do Rio, outro prédio histórico e antigo Cais do Porto de São Leopoldo. Ambos integram o Complexo do Parque Rua da Praia (Neustadt), em conjunto com o Jardim Botânico e o Centro Permanente de Educação Ambiental (Cepea).

inauguração casarão da semmam Foto: Lisandro Lorenzoni/Divulgação/Prefeitura de São Leopoldo

No ato, também foi dada posse simbólica aos membros do Fórum dos Arroios. O prefeito Ary Vanazzi destacou o trabalho realizado em defesa do meio ambiente, desde o seu primeiro mandato em 2005, como a criação do Parque Imperatriz. “Isso tudo é fruto de uma política.

O Parque Imperatriz, por exemplo, hoje todo mundo vai no parque, mas se as pessoas soubessem o que foi para construir aquele parque, tirar 400 pessoas e dar dignidade a elas com a construção de casas, energia elétrica, calçamento, e hoje muitas das crianças daquela época que viviam no Parque Imperatriz estão se formando na faculdade e moram na Tancredo Neves. O que nós trabalhamos para desassorear todos os arroios e retirar quase 2 mil pessoas do arroio Kruse, do arroio Cerquinha, do arroio da Atalíbio de Resende. A questão ambiental não é só o patrimônio, é a política pública que depois de 15 anos estamos colhendo os resultados”, assegura o prefeito Vanazzi.

Casarão fica ao lado do Museu do Rio, no bairro Rio dos Sinos Foto: Lisandro Lorenzoni/Divulgação/Prefeitura de São Leopoldo

"Esse espaço representa e simboliza a possibilidade de que a nossa comunidade esteja junto ao Rio dos Sinos, considerando toda a sua relevância e importância (.). É muito mais barato preservar do que revitalizar. As pessoas falam em barragens. Nós temos um reservatório natural que é o Parque Imperatriz, nós temos a Unidade de Conservação Ecológica da Barra do Rio Velho e tudo tem que estar integrado nessa planície de inundação”, disse o secretário do Meio Ambiente, Anderson Etter.

O secretário municipal de Cultura e Relações Internacionais, Marcel Frison, recordou como se deu o processo de aquisição do imóvel que hoje é a sede da Secretaria do Meio Ambiente e sua recuperação. “O restauro dessa casa é um símbolo do passado da cidade, da sua história, mas é símbolo de uma teimosia muito forte de nós leopoldenses na defesa do meio ambiente.

Queria registrar aqui o papel importante que teve o Darci Zanini. Quando assumimos em 2005, a primeira coisa que ele disse para nós foi que ‘queria aquela casa’ para ser sede da Secretaria (Semmam) porque era um marco importante e desde então, num primeiro momento foi alugada, até se dar a sua aquisição por meio do Fundo Municipal do Meio Ambiente (Fundema), que é um patrimônio histórico e ambiental super importante de São Leopoldo”, contou Marcel.

Valor Histórico

O sobrado ou casarão da Semmam foi construído em 1900, 76 anos depois da chegada dos primeiros imigrantes alemães. O imóvel foi edificado por Pedro Clemente Blauth. Em 1960, a família vendeu a casa. Nos anos 1990, abrigou um restaurante que foi destruído por um incêndio.

Em 1997, foi restaurado e, no mesmo ano, a Semmam começou a utilizar o prédio. Em novembro de 2021, a 5ª Vara Cível, da Comarca de São Leopoldo, concedeu liminar de imissão de posse do imóvel ao Município.

“De 1997 a 2021, foram investidos mais de R$ 1,5 milhão em aluguel. Já a partir de novembro de 2021, com a imissão de desapropriação do casarão, por R$ 451 mil, a estimativa é de que o Município já economizou, até hoje, mais de R$ 235 mil, que seriam ainda pagos de aluguel”, afirma o titular da Semmam Anderson Etter.

Educação Ambiental

Durante a cerimônia, o chefe do Departamento de Áreas Protegidas e Parques Ambientais, Darci Zanini, destacou o trabalho de mapeamento comunitário de arroios e a necessidade de preservação de suas nascentes. “Lá em 2005 tínhamos por levantamento 80 Km e hoje com a participação da comunidade e do Fórum dos Arroios fomos a campo e conseguimos mapear mais 30 Km de arroios, aumentamos de 305 para cerca de 400 nascentes. São Leopoldo dá exemplo porque para preservar é preciso conhecer”, revela.

O representante do Fórum dos Arroios, José Carlos Bandeira, falou sobre as informações que serão reunidas em uma cartilha do Pró-Arroios para ser utilizada na educação ambiental. “A cartilha na verdade é um Atlas Hidrográfico de São Leopoldo, é impressionante como ficou lindo. Os nossos alunos terão um material de pesquisa, que nós não tivemos oportunidade de conhecer na nossa época de ensino. Então, por favor, o futuro de São Leopoldo está ali agora para o cuidado que nós precisamos ter (preservação)”, garante.

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