SAÚDE NO VERÃO
Calorão exige cuidados redobrados com a saúde
Riscos de insolação e desidratação são maiores para crianças e idosos
Última atualização: 01/02/2024 19:22
Com os termômetros registrando máximas de 34ºC a partir de hoje, 1º de fevereiro, podendo chegar a 41º C no domingo(4), vem a preocupação com a saúde. De acordo com o cardiologista e coordenador da emergência do hospital, Nery Antônio de Matos Jr, as consequências mais comuns do calorão são desidratação, insolação, problemas cardíacos e infecção alimentar causa da pela ingestão de alimentos que ficaram expostos ao sol por muito tempo.
Entre as principais recomendações do profissional estão consumir bastante líquido, frutas - sobretudo as
que possuem bastante água em sua composição, como melancia e melão -, e verduras. “É necessário ter uma atenção ainda mais especial com crianças e idosos, pois muitos não sentem sede como nós, o que faz com que eles estejam ainda mais sujeitos à desitratação”, ressalta. “Por isso, é importante que pacientes idosos estejam sempre em contato com seus médicos para ajustes de medicação”, continua.
Nery alerta ainda para o cuidado com alguns produtos. “Alimentos com ovo ou maionese devem ser consumidos na hora em que são preparados, pois o calor gera microorganismos que contaminamo alimento e podem causar intoxicação”, alerta.
O profissional orienta também que a comunidade evite permanecer exposta ao sol por muito tempo
ou sair de casa em horários muito quentes, além de usar protetor solar e roupas leves, soltas e claras, que refletem a luz do sol.
Reconhecendo os sinais
A população deve estar atenta aos sinais dos problemas de correntes do calor excessivo. Quanto aos sintomas de intoxicação alimentar, conforme o Ministério da Saúde (MS), são dor abdominal, cólicas abdominais, diarreia, febre baixa, náuseas e vômitos, cansaço. Especialista dá orientações para evitar problemas graves de saúde causados pelo calor e fraqueza. O dr Nery Antônio alerta que, se não tratados, podem levar à desitratação.
No caso da desidratação, segundo o portal Drauzio Varella, ela pode ser classificada em três graus: leve,
moderada e grave. Nos dois primeiros, os principais sintomas são sede exagerada, boca e pele secas,olhos fundos, ausência ou pequena produção de lágrimas, diminuição da sudorese e, nos bebês, moleira afundada.
Já os sintomas graves incluem queda de pressão arterial, perda de consciência, convulsões e coma, podendo levar até mesmo à falência de órgãos e à morte. No caso da insolação, de acordo com o MS, os sintomas tendem a aparecer aos poucos. Entre eles estão: dores de cabeça, tontura, náusea, pele quente e seca, pulso rápido, temperatura elevada, distúrbios visuais e confusão mental. Em casos graves, o paciente pode ter respiração rápida e difícil, palidez ou desmaio, convulsão e outros. Se não tratados, podem levar ao coma ou até à morte.
Como buscar socorro
Em qualquer um dos casos, seja insolação, desidratação ou intoxicação alimentar, a orientação é chamar o mais rápido possível o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo 192. Enquanto os socorristas não chegam, em caso de insolação, o acompanhante deve buscar um lugar fresco e poderá esfriar o corpo do paciente em questão com panos úmidos ou spray com água. OMS ainda recomenda
remover o máximo possível de peças de roupa, além de manter o paciente em repouso e com a cabeça elevada, caso esteja consciente.
Fim do El Niño e La Niña à vista: o que esperar do clima
Segundo a Organização Metereológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente da história do planeta. No Brasil, as temperaturas mantiveram uma média de 24,92ºC: 0,69°C acima da média histórica de 1991/2020, que é de 24,23°C. A alta das temperaturas ocorreu devido ao El Niño, que deve permanecer até março deste ano e pode se estender até o mês de abril, de acordo com dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).
Além disso, conforme o último relatório da NOAA, há 65% de chance de o La Niña voltar às águas do Oceano Pacífico no inverno deste ano. Na última vez em que esse fenômeno atingiu o planeta, a duração foi de três anos, encerrados em 2023. Ao contrário do El Niño, o La Niña causa o resfriamento de 0,5ºC da temperatura do Oceano Pacífico. Quando nenhum dos dois está em atividade chama-se de neutralidade e, conforme o mesmo relatório, há 75% de chance de isso acontecer em junho. No Sul do Brasil, o La Niña foi marcado por graves estiagens (ausência de chuva, que pode ou não causar uma seca) e quebras de safra. Isso acontece porque, nessa região, o clima fica mais frio e seco.